Arquitetura para idosos deve seguir desenho universal

Hoje, 14,7% da população brasileira é de pessoas com 60 anos ou mais
21 de dezembro de 2022

Arquitetura para idosos deve seguir desenho universal

Arquitetura para idosos deve seguir desenho universal 1024 683 Cimento Itambé
Ambientes para idosos devem conter pisos antiderrapantes, sem desníveis, portas com soleiras inclinadas e janelas e guarda-corpo mais altos. Crédito: Envato

Pessoas com 60 anos ou mais representam 14,7% da população residente no Brasil em 2021, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Em números absolutos, isto representa 31,23 milhões de pessoas. E esse número vem crescendo de forma cada vez mais rápida – só para ter uma ideia, no censo realizado em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,8% da população tinha mais de 60 anos. 

Consequentemente, cada vez mais a arquitetura e o urbanismo têm se preocupado em criar ambientes acessíveis para a terceira idade. 

Arquitetura: como criar ambientes inclusivos para idosos?

Na opinião de Patricia Melasso Garcia, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), um cômodo direcionado para idosos deve incluir todas as idades – a não ser que a norma estabeleça regramentos próprios em função do uso. 

“É o que chamamos de ‘desenho universal’. Em outras palavras, a arquitetura deve ser inclusiva e adaptar-se a todas as gerações. É de extrema importância que haja boa acessibilidade, como uso de rampas e leves inclinações nos passeios e deslocamentos. Assim como portas e espaços que permitam o giro de uma cadeira de rodas e mobiliário de altura acessível à condição do usuário. Sinalização visual em tamanho grande também é importante, como torneiras e registros com movimentação simples para abertura e fechamento”, explica Patricia.  

Um projeto de residência ou ambiente para idosos deve conter pisos antiderrapantes e sem desníveis que impeçam o deslizamento dos pés devem ser escolhidos, segundo Patricia. Além disso, o ideal é aderir a portas com soleiras inclinadas e não degraus, além de janelas e guarda-corpo mais altos que impeçam a queda. Corrimãos duplos, em alturas suficientes para a boa empunhadura são uma boa escolha.  

 “Espaços com possibilidade de alteração de temperatura a depender da necessidade do idoso são ótimas opções. Se possível, quartos que permitam camas para assistência física e médica. O ambiente estar arejado, iluminado, revestido e com cores estimulantes – algo que faz toda a diferença. Outro artifício para facilitar a vida do idoso é utilizar armários e gavetas suspensos na altura do tronco, para que não seja necessário se abaixar ao pegar objetos”, pontua Patricia.  

A professora listou dicas para que espaços sejam mais acessíveis aos idosos:  

  • Aumento de portas de salas, quartos e banheiros;  
  • Aumento da largura dos boxes;  
  • Inversão do sentido das portas para fora;  
  • Troca de piso das residências para pisos antiderrapantes;  
  • Substituição da banheira por assentos ou cadeiras de banhos nos boxes;  
  • Instalação de pequenas rampas junto a degraus e escadas ou elevadores pequenos quando a habitação comporta.  

 Urbanismo inclusivo

De acordo com o guia da Organização Mundial de Saúde (OMS), “Measuring The Age-Friendliness Of Cities” (em tradução livre seria algo como “Mensuração da Adequação aos Idosos das Cidades”), uma “cidade amiga do idoso” é composta por um ambiente comunitário acessível que otimiza as oportunidades de saúde, participação e segurança para todas as pessoas, para que a qualidade de vida e a dignidade sejam asseguradas à medida que as pessoas envelhecem.

Neste documento, para avaliar a acessibilidade de uma cidade, são levados em consideração os seguintes aspectos:

  • Planejamento e uso da terra;
  • Projeto de espaços e edifícios; 
  • Projeto de habitação & opções de custo;
  • Transporte;
  • Projeto;
  • Capacidade de caminhar sem obstáculos;
  • Acessibilidade de espaços públicos, edifícios e transporte;
  • Acessibilidade de habitação;
  • Segurança.

Fonte
Patricia Melasso Garcia é professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF)

Contato
Assessoria de imprensa – carlos@vetor.am

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

21 de dezembro de 2022

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