Ar no concreto: pesquisa busca descobrir volume ideal

Estudo desenvolvido nos Estados Unidos quer melhorar eficácia do bombeamento em canteiros de obras
21 de outubro de 2020

Ar no concreto: pesquisa busca descobrir volume ideal

Ar no concreto: pesquisa busca descobrir volume ideal 1024 568 Cimento Itambé

Tyler Ley, professor da Oklahoma State University, está entre os pesquisadores mais respeitados do mundo quando o assunto é concreto. Desde 2015, ele se dedica a descobrir o quanto a incorporação de ar afeta o desempenho do concreto. A pesquisa é motivada por duas razões: a crença de que o bombeamento reduz a quantidade de ar no material e a suspeita de que os agentes químicos que prometem estabilizar as bolhas na mistura não cumprem com suas funções como fazem crer.

Pesquisa recomenda que medir a quantidade de ar no concreto, logo após o bombeamento, não é o procedimento mais indicado Crédito: YouTube

Pesquisa recomenda que medir a quantidade de ar no concreto, logo após o bombeamento, não é o procedimento mais indicado
Crédito: YouTube

Ao longo desses 5 anos, Tyler Ley já fez uma série de descobertas, o que levou ele e sua equipe a desenvolverem um aparelho capaz de medir a quantidade de ar no concreto em processo de endurecimento: o Super Air Meter. Por meio de um corpo de prova, o equipamento analisa o tamanho das bolhas de ar e a distribuição delas dentro do material. Os dados fornecidos ajudam a detectar com melhor precisão a qualidade e o desempenho do concreto, e como as especificações pedidas em projeto impactam os vazios de ar.

O estudo coordenado por Tyler Ley ainda não está concluído, mas o professor se diz convicto de que bolhas pequenas (medindo 0,2 milímetro, em média) e uniformemente distribuídas são mais eficazes que grandes volumes concentrados de ar, quando se trata de fornecer resistência ao concreto. Mas como atingir esse padrão? A pesquisa indica alguns caminhos, no caso do concreto dosado em central e bombeado no canteiro de obras. Entre eles, controlar a pressão do bombeamento, utilizar tubulações com diâmetro correto para as especificações do concreto, evitar agregados pobres e tomar precauções quando se utilizar a bomba-lança e o braço formar um arco para atingir a área de concretagem.

Nove países que seguem as normas da ACI já utilizam conclusões da pesquisa

Outra conclusão da pesquisa é que medir a quantidade de ar no concreto, logo após o bombeamento, não é o procedimento mais indicado. Depois de vários testes em laboratório e em canteiros de obras, a equipe da Oklahoma State University detectou que o bombeamento comprime as bolhas e que elas demoram um tempo até que se recomponham. Isso levou os pesquisadores a concluírem que testar o concreto fresco logo após ter sido lançado na obra não resulta em uma medição eficaz da quantidade de ar no material.

O sugerido pela equipe é que a amostra seja coletada antes do bombeamento ou na fase do endurecimento, quando já ocorreu a acomodação do ar dentro do material. Por isso, pode ser mito a crença de que o bombeamento de concreto reduz os vazios de ar. É o que o professor Tyler Ley suspeita. “Como estamos desafiando uma crença existente, precisamos provar sem sombra de dúvidas que a entrada de ar retorna após o bombeamento e antes da cura. Isso exigirá muitas outras medições de campo”, afirma.

Por fim, o pesquisador avalia que o avanço do estudo trará respostas muito mais conclusivas. “Se pudermos estabelecer um padrão nos resultados, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países, e em diferentes situações, saberemos que podemos fazer recomendações sólidas sobre como projetar melhor as misturas de concreto para torná-las mais fáceis de bombear e sem comprometer a qualidade do material”, diz. Atualmente, as respostas obtidas pela pesquisa até aqui já influenciam a produção de concreto dosado em central nos Estados Unidos e em outros 8 países da América Central que seguem as normas da ACI (American Concrete Institute).

Veja detalhes da pesquisa coordenada pelo professor Tyler Ley

Acompanhe o canal de Tyler Ley no YouTube

Entrevistado
Tyler Ley, Ph.D em engenharia estrutural e professor na Oklahoma State University

Contato
tyler.ley@okstate.edu

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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