Anamaco assume logística reversa da construção civil

Plano é encabeçar projeto a ser compartilhado com toda a cadeia produtiva. Primeiro segmento a entrar é o de latas de tinta
16 de maio de 2018

Anamaco assume logística reversa da construção civil

Anamaco assume logística reversa da construção civil 150 150 Cimento Itambé

Na Feicon Batimat 2018, realizada em abril, na cidade de São Paulo-SP, a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) tornou público que passará a ser a signatária de um programa de reciclagem pós-consumo de embalagens de material de construção. O plano é encabeçar um projeto de política reversa a ser compartilhado com todo o setor de varejo. O primeiro segmento a entrar é o de latas de tinta. A meta é orientar o consumidor a fazer o descarte seletivo. No caso das latas de tinta, o objetivo é que, até 2021, 22% das embalagens deixem de ser destinadas aos aterros sanitários e que 55% das latas passem por processo reciclável.

No Brasil, são geradas anualmente 21 milhões de toneladas de embalagens pós-consumo, segundo dados mais recentes do ministério do Meio Ambiente. Desse total, apenas 30% são reciclados. O resto se transforma em lixo e acaba depositado irregularmente, gerando danos ambientais. A partir de 2010, com o surgimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), através da Lei 12.305/10, os segmentos industriais voltados para a produção de utilidades domésticas, agropecuária, têxtil, construção civil, descartáveis, infraestrutura, limpeza doméstica, eletroeletrônicos, veículos automotores, móveis e calçados assumiram compromissos para adotar políticas de logística reversa.

Porém, segundo Thais Fagury, presidente-executiva da Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço), e que palestrou na Feicon Batimat, atualmente está claro que a indústria sozinha não dá conta de implementar políticas de logística reversa se não houver a participação de lojistas e consumidores. “Enquanto aos consumidores cabe a responsabilidade de seguir as regras de coleta seletiva, as indústrias devem recolher os resíduos e o varejo deve ceder espaço para ser um centro de recebimento das embalagens pós-consumo. Infelizmente, o varejo ainda não se entende como parte da política reversa”, lamenta Thais Fagury.

Adoção de logística reversa pode reverter em mais venda para o lojista

Ao se tornar signatária de um programa de reciclagem pós-consumo, a Anamaco espera ajudar a reverter essa realidade, no que se refere a embalagens de material de construção. O compromisso da associação é disponibilizar cem mil pontos de coleta em todo o Brasil, contando com o apoio das lojas associadas. Outra novidade é que a abertura de novas lojas voltadas para o varejo de materiais de construção passa a ser condicionada à apresentação de projetos de responsabilidade compartilhada sobre as embalagens pós-consumo. No entanto, acima de leis e assinatura de acordos, a Anamaco aposta no convencimento dos lojistas.

Como explicou Thais Fagury, em sua palestra, há muito benefícios que a adoção de política reversa pode trazer aos lojistas. Entre eles, o reforço da marca, o relacionamento com o cliente, a aproximação com a comunidade do entorno e, consequentemente, o aumento do fluxo no ponto de venda. “Quem vem para deixar uma lata ou uma embalagem plástica pode voltar com algum produto vendido na loja. Essa é a lógica que pode ajudar a disseminar a logística reversa”, conclui a palestrante.   

Acompanhe a palestra de Thais Fagury

Entrevistado

Reportagem com base em palestra realizada na Feicon 2018, concedida pela presidente-executiva da Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço), Thais Fagury

Contato: press@anamaco.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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