5 tendências para setores da construção civil pós-pandemia

Como a Covid-19 mudou a forma de construir? Quais as técnicas e características dos novos projetos?
13 de julho de 2022

5 tendências para setores da construção civil pós-pandemia

5 tendências para setores da construção civil pós-pandemia 1024 646 Cimento Itambé
Ter espaço para trabalhar em casa e também para lazer se tornou uma tendência durante a pandemia.
Crédito: Envato

A pandemia mudou a forma como nos relacionamos com os espaços e isso teve um impacto para a construção civil. Além disso, ela trouxe um enfoque grande em novas tecnologias e sustentabilidade. Veja o que podemos esperar dos novos projetos e como os profissionais da área adaptaram seus trabalhos.

1) Trabalhar na residência e sentir-se em casa

Durante a pandemia, o home office virou quase mandatório e, com isso, muitas pessoas optaram por se mudar para espaços maiores ou lugares que já tivessem uma infraestrutura de lazer inclusa. Além disso, há também aqueles que optaram em se mudar para o interior ou cidades menores, em busca de melhor qualidade de vida.

Será que estas tendências devem continuar? Na opinião de Edison Coelho, diretor comercial da Hendler Construtora e Incorporadora, não só devem permanecer, como vai cada vez ficar em evidência a questão de trabalhar em casa e também de sentir-se em casa. Isto é, mesmo para quem mora em um apartamento, mesmo com o advento da verticalização, a criação de novos ambientes dentro do empreendimento vai deixar ainda mais a sensação de estar em casa. “Então é comum ter um lugar para se exercitar, brincar com os cachorros ou para as crianças brincarem. Tudo isso dentro de um mesmo condomínio”, aponta Coelho. 

Para Leonard Jenny, CEO da Linda Casa Decor, há dúvidas se essa tendência se solidificará. “De certa forma, o COVID-19 certamente atuou como um acelerador para trabalhar em casa. Foi demonstrado que os processos de trabalho podem ser digitalizados muito rapidamente ou até mesmo funcionar sem estar no escritório. Sob a pressão da crise, também foram introduzidas novas ferramentas de comunicação e foram desenvolvidas novas competências digitais. Não menos por esses motivos, muitas empresas também pretendem expandir as possibilidades de trabalhar em casa no futuro. No entanto, há diferenças em como os diversos setores lidarão com o home office, isto é, para alguns é mais viável, enquanto para outros o modelo presencial ainda é predominante. Todos os setores de serviços intensivos em conhecimento – informação e comunicação, serviços financeiros e educação – certamente têm aqui o maior potencial. Mas depende também de muitos fatores culturais da empresa. As implicações para áreas como liderança e novas formas de colaboração serão substanciais. No entanto, também é de esperar que haja uma diferenciação e não uma substituição completa do trabalho de escritório”, explica Jenny. 

2) Ambientes com atendimento ao público mais arejados e iluminados

Inteligência artificial, impressão 3D e outros recursos tecnológicos avançaram durante a pandemia.
Crédito: Envato

Nos novos projetos, há uma priorização de vãos de aberturas maiores, com mais ar natural e luz natural, segundo Coelho. “Além disso, a questão da acessibilidade está muito em voga”, pontua Coelho.

3) Segurança e atendimento aos deliveries

De acordo com Coelho, os empreendimentos se prepararam para ter cada vez menos contato físico através das tele-entregas. “Hoje as portarias estão automatizadas, sendo projetadas e pensadas para ter menos contato”, destaca Coelho.

4) Emprego de tecnologia

De forma geral, a pandemia trouxe um grande avanço tecnológico para os mais diversos setores. No Brasil, a construção civil ainda está começando neste processo, mas já existem iniciativas. É o caso, por exemplo, da inteligência artificial e do business intelligence, que otimizam processos e ajuda a tornar os processos cada vez mais automatizados, minimizando as falhas humanas. Alguns projetos da área valem ser mencionados, como é o caso dos drones para inspeção de segurança nas obras,  uso do metaverso e software para aceleração de orçamento das obras. Ainda, a impressão 3D tem sido cada vez mais usada em projetos da área.

5) Soluções sustentáveis

Em 2020 e 2021, o mercado imobiliário ficou em alta, uma vez que as taxas de juros chegaram aos menores patamares históricos do crédito imobiliário. Só que em 2022, esta situação mudou um pouco – em função do conflito entre Rússia e Ucrânia, a economia global está crescendo menos e isso se reflete nos mercados de construção civil e imobiliário. Além disso, a guerra também trouxe um aumento dos insumos da construção de forma geral. Esses fatores aliados à crescente preocupação com o meio ambiente também têm feito a indústria procurar soluções mais sustentáveis.

No caso do cimento, por exemplo, tem-se procurado fazer a substituição do coque de petróleo por alternativas mais sustentáveis e economicamente viáveis como casca de babaçu, caroço de açaí, palha de arroz e cavaco de madeira.

Entrevistados
Edison Coelho é diretor comercial da Hendler Construtora e Incorporadora, profissional com mais de 3 décadas de experiência no setor de corretagem de imóveis e 20 anos atuando na gestão de produtos imobiliários.

Leonard Jenny é CEO da Linda Casa Decor.

Contatos
Edison Coelho – comercial@hendlerconstrutora.com.br
Leonard Jenny – lindacasadecor@gmail.com

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

13 de julho de 2022

VEJA TAMBÉM NO MASSA CINZENTA

MANTENHA-SE ATUALIZADO COM O MERCADO

Cadastre-se no Massa Cinzenta e receba o informativo semanal sobre o mercado da construção civil