Novas marcas anunciam investimentos e concorrência faz com que as já instaladas no país ampliem seus parques industriais
Por: Altair Santos
Até 2016, 13 fabricantes de equipamentos pesados para a construção civil estarão inaugurando unidades no Brasil. Boa parte deles são chineses, como Sany, Shantui, Zoomlion, XCMG, Liugong e Sinotruck, mas há também as sul-coreanas Hyundai e Doosan e as norte-americanas John Deere, LBX Excavator e Manitrowoc Cranes, além das europeias – a suíça Ammann e a francesa Bomag. Acrescente-se a esse número, as empresas que já operam no país e que, diante da concorrência, também estão expandindo suas fábricas, como são os casos da Caterpillar e da Volvo.
Somados, os investimentos dessas companhias em parques industriais chegam à impressionante marca de R$ 1,1 bilhão. Algumas já estão com suas unidades quase prontas e a expectativa é que comecem a operar ainda em 2012. Os planos delas, e das que ainda estão se instalando, é entrar no mercado da construção civil brasileira, principalmente vendendo equipamentos para as obras de infraestrutura e de habitação. A projeção é que o setor consuma R$ 2,5 bilhões em máquinas até 2016, o que, somado aos investimentos das empresas, dará uma injeção na ordem de R$ 3,6 bilhões na economia nacional.
As multinacionais que chegam ao Brasil produzem desde guindastes até tratores de esteiras, passando por retroescavadeiras, pás carregadeiras, rolos compactadores, bombas de concreto, caminhões betoneira, perfuratrizes, empilhadeiras e motoniveladoras, entre outros equipamentos. “A vinda dessas transnacionais vai representar a entrada de tecnologia de ponta para a construção civil brasileira”, avalia o presidente da ALEC (Associação Brasileira de Locadoras de Bens Móveis) Marco Aurélio da Cunha.
Boa parte dessa tecnologia incorporada às máquinas será comprada pelo próprio governo federal, que recentemente lançou o PAC Equipamentos. Serão investidos R$ 1,28 bilhão para a compra de 3.591 retroescavadeiras, 1.330 motoniveladoras e 50 perfuratrizes que serão repassadas às prefeituras que se inscreverem no programa e cumprirem as obrigações de investir em obras de mobilidade e de habitação.
Para o presidente da ALEC, trata-se de um grande impulso dado ao mercado de máquinas pesadas no país, mas cujo investimento pode esbarrar na escassez de mão de obra qualificada para operar esses equipamentos. “Ao mesmo tempo em que se investe em máquinas, é preciso investir em capacitação. A ALEC tem um programa junto aos fabricantes, para que esta mão de obra seja treinada, e no futuro pretendemos ter um centro de formação”, diz Marco Aurélio da Cunha, avaliando que o novo momento no setor de máquinas para construção irá também aquecer o mercado de locação de equipamentos. “Durante uma obra, vários equipamentos são utilizados. Por isso, as construtoras preferem alugá-los. É o que nos faz crer que quem tiver uma frota bem equipada e moderna terá mais mercado”, conclui.
Entrevistado
Marco Aurélio da Cunha, presidente da ALEC (Associação Brasileira de Locadoras de Bens Móveis)
Currículo
– Marco Aurélio da Cunha é graduado em administração de empresas e é empresário há 23 anos
Contato: imprensa@alec.org.br / www.alec.org.br
Créditos foto: Divulgação