Mão de obra é peça-chave para concreto aparente colorido

Além da escolha de quem vai executar o serviço, definição dos pigmentos e qualidade do cimento também são decisivos

concreto aparente
No Brasil, o complexo de edifícios da Praça das Artes, em São Paulo-SP, é considerado referência como obra em concreto aparente colorido. Crédito: Bayferrox

Em obras com concreto aparente colorido, seja em fachadas ou áreas internas, a mão de obra é peça-chave para o sucesso do projeto. Autor do livro “Como Qualificar a Mão de Obra na Construção Civil”, e especialista em trabalhar com concreto aparente colorido, o engenheiro civil Gabriel Regino expôs em web seminário quais os cuidados que se deve ter para o uso do material. O bom resultado é uma combinação de fatores que incluem a escolha e a dosagem correta dos pigmentos, a produção e o controle técnico do concreto e a execução dos elementos moldados in loco. “Executar concreto aparente colorido é igual a andar de moto. Quem acha que sabe muito, cai”, exemplifica Gabriel Regino.

Na escolha dos pigmentos que serão misturados ao concreto, para que ele ganhe cor, o recomendado é que a opção recaia sobre os inorgânicos, pois resistem aos raios ultravioletas (UV) e às intempéries climáticas, diferentemente dos orgânicos, que tem baixa resistência e perdem propriedades quando expostos à alcalinidade do cimento. No Brasil, não existe uma norma técnica para concreto aparente colorido, por isso quem trabalha com esse material se baseia nas instruções da norte-americana ASTM C979 – partes 1, 2, 3, 4 e 5, normalização dos pigmentos para concreto aparente (concreto colorido). Entre suas recomendações está, por exemplo, a escolha do cimento.

O cimento gera influência na cor final do concreto aparente colorido, em função de suas adições – principalmente as pozolânicas. Os agregados finos, como a areia, também afetam a pigmentação. Da mesma forma, a relação água-cimento no preparo do concreto, juntamente com a dispersão do pigmento na mistura. O recomendável é que a concentração de pigmento não passe de 8% do volume total do concreto. No mercado, estabeleceu-se como padrão um percentual entre 4% a 6%. Gabriel Regino lembra que trabalhar com concreto aparente colorido é um “processo empírico de tentativa e erro”. Por isso, ele recomenda que, para chegar na cor ideal, engenheiro, arquiteto e cliente definam o tom almejado na fase de projeto.

Concreto colorido comprado em concreteira requer controle técnico mais rigoroso

No web seminário, Gabriel Regino lembra ainda que a validação do material com arquiteto e cliente deve ser feita com uma amostra em escala real. Antes, é necessário definir também a textura e o tipo de fôrma. Os mais comuns utilizam compensado plastificado, compensado OSB, fôrma de bambu, tábuas ou ripas de pinus. Outra recomendação é quanto o uso do concreto comprado em concreteira. É necessário um controle técnico mais rigoroso, para que o tom não destoe de um caminhão-betoneira para outro. “O ideal é que a concretagem se dê em etapa única, o que nem sempre é possível. Neste caso, existem aditivos que ajudam no ajuste fino”, revela o engenheiro.

No Brasil, atualmente o concreto aparente colorido tem sido usado com maior frequência em projetos de residências de alto padrão, como decoração interna ou para realçar fachadas. A obra pública mais emblemática do país com essa tecnologia é o complexo de edifícios da Praça das Artes, em São Paulo-SP. Na Espanha e nos países do Oriente Médio é mais comum a aplicação do material. Já a Alemanha está testando o concreto colorido em rodovias, para alertar os motoristas em trechos que carecem de maior atenção. Neste caso, os pigmentos amarelo e vermelho são os mais usados.

Clique aqui para assistir ao web seminário.

Entrevistado
Reportagem com base no web seminário “Soluções sustentáveis de pigmento com alta performance para concreto colorido”, com o engenheiro civil Gabriel Regino e o químico Nitemar Vieira

Contato: contato@email.aecweb.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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