Lima, no Peru, é canteiro de obras. Motivo: o Pan 2019

Para viabilizar a infraestrutura esportiva, país investe 1,5 bilhão de dólares. Vila olímpica é obra mais cara
27 de março de 2019

Lima, no Peru, é canteiro de obras. Motivo: o Pan 2019

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Vila olímpica Pan 2019

Vila olímpica do Pan 2019: tecnologia de paredes de concreto e uso de conceitos inéditos de acessibilidade no Peru. Crédito: Agência Andina

Outro evento esportivo transforma uma cidade sul-americana em canteiro de obras. Desta vez, é Lima, no Peru, que de 26 de julho a 11 de agosto vai sediar o Pan. Além das instalações esportivas, cuja execução das obras passou de 98% em março, a capital peruana investe também em saneamento básico e em projetos de mobilidade, que vão desde a implantação de linhas de BRT até a construção de pontes, metrô e ampliação do aeroporto. Os projetos se apóiam maciçamente na construção industrializada do concreto para conseguir cumprir o cronograma, que pretende estar com 100% das obras concluídas até abril deste ano.

O Peru investe 1,5 bilhão de dólares na infraestrutura esportiva para sediar os jogos. O maior e mais caro projeto envolve a construção da Vila Pan-Americana. Trata-se de um complexo de 1.120 apartamentos, divididos em um edifício de 20 andares e outros três com 19 pavimentos, onde ficará hospedada a maioria dos 9.000 participantes do evento. Para atender o cronograma, os prédios foram construídos usando a tecnologia de paredes de concreto moldadas in loco, através de fôrmas metálicas. São 548 apartamentos de 70 m2, 212 de 73 m2 e 336 de 75 m2 – esses, habilitados para receber paratletas. “Esses sete prédios são os primeiros que atendem conceitos de acessibilidade no país”, revela o operations-manager do Pan, Alberto Valenzuela.

O complexo esportivo do Lima 2019 está em construção em uma área de 21 hectares, que engloba três arenas poliesportivas, um centro de surfe e campos de tiro. Entre as edificações está o estádio aquático, com capacidade para 4.300 pessoas, e uma arena poliesportiva para 1.800 espectadores. Também se encontra em reforma o estádio de atletismo, com capacidade para 10.000 lugares. A pista foi construída com materiais semelhantes aos que serão usados nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e aprovada nos testes de certificação da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, por sua sigla em inglês).

Ampliação do aeroporto de Lima e nova linha de metrô serão legados dos jogos

Entre as obras de infraestrutura em andamento, duas são relevantes para a cidade-sede do Pan: a ampliação do aeroporto internacional Jorge Chávez, que terá capacidade de receber 23 milhões de passageiros/ano, entre voos nacionais e internacionais, e a construção da Linha 2 do Metrô de Lima, com 27 quilômetros de extensão. Havia a expectativa de que a obra ficasse pronta para o evento esportivo, mas os reflexos da operação Lava Jato, deflagrada no Brasil, se fizeram sentir no Peru. Isso porque, do consórcio construtor faziam parte as empreiteiras Odebrecht Latinvest Peru, Construtora Andrade Gutierrez Filial Peru e Construtora Queiroz Galvão Filial Peru.

O primeiro trecho da Linha 2 do Metrô de Lima só deverá ser inaugurado em 2020. A obra está estimada em 5,2 bilhões de dólares e envolve 3 mil trabalhadores. Quando pronto, terá capacidade para transportar 660 mil passageiros por dia. É a primeira obra de metrô subterrâneo do Peru. A perfuração dos túneis usa duas tecnologias: o Novo Método Austríaco para Abertura de Túneis (NATM, New Austrian Tunnelling Method), que utiliza concreto projetado nas paredes, e o TBM (Tunnel Boring Machine) em que aduelas de concreto pré-fabricado são montadas na parede da escavação, dando acabamento ao túnel. Essa etapa está bem atrasada, pois a fábrica para a produção de aduelas só deve entrar em operação no fim do primeiro semestre de 2019.

Entrevistado
Comitê
Olímpico dos Jogos Lima 2019 (via assessoria de imprensa)

Contato: prensacop@coperu.org

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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