Leilões de imóveis ganham força no Brasil e atraem novos investidores em busca de preços atrativos

Alta no número de imóveis retomados por bancos impulsiona mercado de leilões, que cresce com ofertas e oportunidades para compradores.

Nos últimos anos, os leilões de imóveis deixaram de ser uma alternativa pouco conhecida para se tornar um dos meios mais estratégicos de aquisição no mercado imobiliário brasileiro. Em 2024, a Caixa Econômica Federal registrou um crescimento de 228% no volume de imóveis leiloados em comparação a 2022. Foram 25.500 unidades levadas à praça, frente às 7.700 de dois anos antes.

Esse aumento acompanha o volume de imóveis retomados por inadimplência, ampliando as oportunidades para quem busca comprar com preços abaixo da média. Segundo dados do Banco Central, até novembro de 2024, os bancos acumulavam um estoque de R$ 79 bilhões em imóveis, o equivalente a um terço de todos os empreendimentos lançados no país no ano anterior.

Ana Castelo, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que este é um efeito defasado da pandemia, quando os bancos deram mais prazos e aceitaram postergar pagamentos. “Mas depois tudo voltou ao normal e muitos não conseguiram se equilibrar. Acontece que o processo de retomar imóveis e pôr a leilão não é tão rápido e estamos vendo agora o resultado”, ressalta.

Compras com até 40% de desconto

Para investidores e famílias em busca da casa própria, os leilões oferecem vantagens expressivas. “É possível adquirir imóveis com até 40% de desconto em relação ao preço de mercado. Com planejamento e suporte jurídico, trata-se de uma excelente oportunidade”, afirma o advogado Samuel Rangel de Miranda, especialista em direito imobiliário e fundador do Instituto Nacional de Direito e Empreendedorismo.

Tendência é de que o volume de imóveis em leilão continue crescendo em 2025 com novas ofertas
Crédito: Envato

A liquidez do mercado também tem atraído um novo perfil de comprador. “Estamos vendo um número crescente de pessoas físicas participando dos leilões. Isso se deve à popularização das plataformas digitais e à necessidade de encontrar preços mais acessíveis”, acrescenta.

Cuidados jurídicos e burocracia reduzida

Apesar do atrativo dos valores, a compra de imóveis em leilão exige atenção redobrada. “O comprador precisa observar se há débitos pendentes, como IPTU, condomínio ou ações judiciais, e avaliar o risco de o imóvel estar ocupado. Ter uma orientação jurídica é fundamental para evitar surpresas”, recomenda.

Ele explica que os imóveis leiloados, em geral, foram retomados por instituições financeiras após a inadimplência de financiamentos. “A execução judicial ou extrajudicial culmina na perda do bem. A participação do comprador se dá em um processo transparente, mas que requer conhecimento das regras e da situação do imóvel.”

Tecnologia e democratização do acesso

Plataformas digitais de leilões têm ampliado a capilaridade desse mercado, permitindo que interessados de qualquer lugar do país participem de lances com segurança. A digitalização também trouxe mais transparência ao processo. “O ambiente online democratizou o acesso aos leilões, que antes estavam restritos a investidores experientes ou empresas especializadas. Hoje, qualquer pessoa com CPF regular pode participar”, ressalta Miranda.

Perspectivas de crescimento

A tendência é de que o volume de imóveis em leilão continue crescendo em 2025. Segundo os entrevistados, o panorama econômico de juros altos e desigualdade na contratação dos financiamentos tendem a gerar um aumento da inadimplência, aliado aos contratos vinculados a uma correção monetária que leva a um desiquilíbrio financeiro com a realidade do país. “A tendência é aumentar as parcelas e os compradores não vão acompanhar esses acréscimos e os bancos vão começar a retomar esses imóveis”, completa Miranda. 

De acordo com ele, com o aumento da oferta, o mercado precisará se ajustar em termos de segurança jurídica e transparência. “Sem dúvida, os leilões já se consolidaram como uma via viável e estratégica para aquisição de imóveis no Brasil”, conclui. 

Entrevistados
Samuel Rangel de Miranda é graduado em Direito pela Universidade Positivo, pós-graduado em Direito Processual Civil, MBA em Gestão Empresarial, especialista em Direito Empresarial e Imobiliário e pós-graduando em Direito e Processo Tributário pela PUC-RS. É um dos fundadores do Instituto Nacional de Direito e Empreendedorismo.

Ana Maria Castelo é coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.

Contatos
samuel@rangeldemiranda.com.br
ana.castelo@fgv.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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