Lajes corporativas se reinventam à espera do pós-pandemia
Com trabalho híbrido, flexível e conectado, escritório convencional dá lugar às salas de reunião
Antes da pandemia de COVID-19, segundo dados da consultoria de recursos humanos ADP Research Institute, 25% das empresas globais adotavam o home office dentro de suas políticas de trabalho. Durante a pandemia, o número subiu para 44%. Agora, já surge um novo modelo: o anywhere work (trabalhar de qualquer lugar) o que reforça a tese de especialistas de que a forma de trabalhar não será mais a mesma no pós-pandemia.
É como avalia Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos da ADP na América Latina. Para a executiva, com o fim da pandemia tanto empresas quanto funcionários vão voltar, lentamente, para uma situação intermediária. “Modelos de trabalho híbridos devem prevalecer”, afirma. O coordenador do MBA de marketing e negócios digitais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Miceli, compartilha da mesma ideia, e vai além. “O que vem para ficar é o trabalho híbrido. E não necessariamente em casa, mas sim em qualquer lugar, no modelo anywhere work ou anywhere office”, diz.
A atividade profissional nas empresas será híbrida, flexível e conectada. Esse novo conceito tem levado as construtoras e incorporadoras a pensarem em novos formatos de lajes corporativas. Sai o escritório convencional, com lugares marcados, postos delimitados de chefia e outras arquiteturas convencionais, e entra o espaço corporativo com posições que podem ser revezadas, além de um maior número de salas de reunião.
Edificações residenciais também oferecem novas alternativas de home office
A arquitetura será muito semelhante à de um coworking, avaliam os construtores, que já começam a lançar as lajes corporativas do pós-pandemia. Considerada inovadora no mercado imobiliário, a Vitacon adotou esse modelo em sua própria laje corporativa, na cidade de São Paulo-SP. “Nossa ideia é oferecer um local de trabalho no esquema de coworking, sem posições fixas e mais voltado para encontros e troca de ideias. O modelo híbrido traz grandes vantagens para todos os colaboradores. Não perdemos o conforto de trabalhar em nossas próprias casas, mas contamos com um espaço preparado para os dias em que o trabalho presencial é necessário”, destaca o CEO da empresa, Ariel Frankel.
Mas não são apenas as lajes corporativas que estão se reinventando. As edificações residenciais também. Em São Paulo-SP, a construtora Nortis decidiu projetar um empreendimento que tem apartamentos e salas separadas para home office. O empreendimento oferece como alternativa espaços de 11 m² a 21 m² para que o comprador do apartamento possa montar seu local de trabalho separado de sua unidade residencial. A área dentro do prédio foi batizada de “setor office”.
Essas readaptações arquitetônicas confirmam as tendências verificadas na 4ª rodada da pesquisa “Influência do coronavírus no mercado imobiliário brasileiro, realizada pelo DataZap (braço de inteligência imobiliária da Zap+). Divulgado em junho de 2021, o levantamento mostra que os consumidores não buscam mais adaptar imóveis ao home office, mas sim morar em imóveis que já estejam prontos para atender às demandas do “novo normal”.
Entrevistados
ADP Research Institute, DataZap, Construtora Vitacon e Construtora e incorporadora Nortis
Contatos
ADP_Public_Relations@adp.com
datazap@olxbr.com
contato@vitacon.com.br
relacionamento@nortisinc.com.br
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
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