Indústria de materiais de construção estima crescer 4% em 2021
Balanço animador divulgado pela Abramat está ligado à queda leve do setor em 2020, apesar da pandemia
O Índice Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulgado dia 18 de janeiro de 2021 mostra que o desempenho do setor teve queda leve em 2020, inferior à expectativa criada quando o país foi impactado pela pandemia de COVID-19. O desempenho ficou negativo em 0,4% contra o -2,8% estimado ao longo do ano passado.
O balanço animador faz a Abramat prever crescimento de 4% em 2021, como explica o presidente da associação, Rodrigo Navarro. “A previsão divulgada no índice da Abramat se baseia no atual elevado nível de atividade do setor da construção. Observamos aquecimento tanto no segmento imobiliário como nas obras de pequeno porte e reformas, que se refletem nas vendas do varejo”, explica.
O dirigente também alerta para a recuperação da infraestrutura do país, a fim de que o crescimento seja sustentável. “Falta a retomada das obras paradas e de infraestrutura, área onde esperamos maior vigor este ano, até pela aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico. Dessa forma, podemos falar em um sentimento de otimismo moderado e cauteloso neste início de ano para o setor”, diz.
Navarro relaciona a análise às incertezas vinculadas à vacinação em massa e à oscilação do câmbio. “Há a expectativa de retomada da economia brasileira e mundial a partir da imunização contra a COVID-19. No entanto, há incertezas. Qual será o alcance da imunização? Como ficará a variação cambial do dólar, e seus reflexos na cadeia de suprimentos, que depende da importação de insumos?”, questiona.
Trabalhadores da construção civil são incluídos no grupo prioritário para vacinação
Medida do ministério da Saúde, tomada dia 22 de janeiro, ameniza parte da apreensão do presidente da Abramat. Os trabalhadores da construção civil foram incluídos no grupo prioritário para vacinação contra COVID-19. Também foram acrescentados trabalhadores do setor de transportes rodoviário e aeroportuários, como caminhoneiros, motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, aeronautas, trabalhadores da área de navegação e de portos e também da área industrial. “Optou-se por priorizar a proteção dos indivíduos com maior risco de infecção e a preservação do funcionamento dos serviços essenciais”, afirma documento da Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério da Saúde.
Para o presidente do SindusCon-SP, a medida do ministério da Saúde, de incluir os trabalhadores da construção civil entre as prioridades para a vacinação, é bem recebida pelo setor. No entanto, até que a vacina chegue efetivamente, ele pede que as construtoras redobrem os cuidados. “O momento é muito preocupante diante da escalada da doença, e os canteiros de obras seguem agindo de forma correta, reforçando diariamente o rigor nas medidas de prevenção”, comenta Odair Senra.
Na média nacional, os casos de infectados na atividade da construção civil não chegam a 1%. A pandemia também afetou pouco o cronograma das obras. Ao longo de 2020, apenas 2% precisou paralisar as atividades em algum período entre março e dezembro. São números que ajudaram a assegurar o bom desempenho do setor no ano passado.
Entrevistado
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)
Contato
abramat@abramat.org.br
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
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