Gestão da produção empresta eficiência e qualidade às obras

Incorporar práticas de governança corporativa aos empreendimentos é um caminho sem volta, admitem construtores atentos à competitividade.

Incorporar práticas de governança corporativa aos empreendimentos é um caminho sem volta, admitem construtores atentos à competitividade

Por: Altair Santos

No VI Encontro de Diretores e Gestores da Construção – evento promovido anualmente pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE) -, os empresários do setor fizeram uma “mea culpa”: a de que a construção civil não estava preparada para o tamanho do crescimento registrado entre 2008 e 2011 no Brasil. Isso gerou gargalos que há dois anos têm sido fortemente combatidos, principalmente pelas empresas que buscam o crescimento sustentável e a sobrevivência em um mercado que tornou-se altamente competitivo. “Construtoras e incorporadoras passaram a enfrentar problemas graves de planejamento e gestão da produção. Investir nestes dois pontos é um caminho sem volta”, define Roberto de Souza, diretor-presidente do CTE.

Roberto de Souza: pesquisa, planejamento e treinamento de equipes fazem parte da agenda estratégica do setor.

O especialista relaciona uma espécie de 10 mandamentos que as empresas do setor da construção que quiserem se manter sólidas no mercado precisarão seguir daqui para frente. Confira:

1) “Uma tendência que parece se confirmar é a de os lançamentos acontecerão de forma mais cadenciada. A “tudo que se lança, vende rápido” não deverá se repetir. A concepção do produto imobiliário, a pesquisa de mercado e a diferenciação dos empreendimentos provavelmente merecerão maior atenção por parte de incorporadores e arquitetos”.

2) “Os conceitos e as práticas da sustentabilidade na construção, que hoje já ocupam espaço nos empreendimentos comerciais, deverão também movimentar os empreendimentos residenciais”.

3) “A melhoria da qualidade dos projetos, integrados com o orçamento e o planejamento das obras, deve prosperar, aliada à paulatina inserção das ferramentas do BIM (Building Information Modeling)”.

4) “Os prazos, custos e qualidade de obras inevitavelmente ocuparão um espaço à parte de dentro das incorporadoras e construtoras, pois foram essas falhas de orçamento e gestão das obras que acarretaram em perdas de rentabilidade às empresas”.

5) “O foco principal deve estar na gestão da produção, que trará eficiência operacional, produtividade e qualidade às obras”.

6)  “A introdução das práticas de governança corporativa nas obras também é importante, pois a empresa poderá implantar, de forma sistemática e contínua, mecanismos independentes de auditoria. Isso permitirá comparar resultados, identificar desvios e orientar a tomada de ações corretivas e preventivas, de forma a atender os objetivos de prazos, custos e qualidade”.

7) “O exercício do planejamento estratégico, com base na metodologia do BPM ( Business Processes Management) devem também pautar o caminho futuro das empresas da cadeia produtiva da construção. As ferramentas de Project Management devem ter seu uso ampliado para a melhoria da gestão”.

8 ) “Toda a construção deverá estar alicerçada por uma política de TI (Tecnologia da Informação) que propicie a geração de relatórios gerenciais confiáveis e on-line, para monitoramento dos negócios e rápida tomada de decisão”.

9) “Um aspecto de fundamental importância, e a ser muito trabalhado pelas empresas, é o de gestão de pessoas e de seu capital intelectual. Esse é o desafio para que elas mantenham seu DNA e perpetuem seus negócios”.

10) “Ainda pouco praticada pelas empresas, a gestão da inovação também é fundamental para que elas se mantenham competitivas. O foco principal está na tecnologia e na industrialização para, paulatinamente, conduzir os canteiros de obras a uma linha de montagem”.

Roberto de Souza faz questão de frisar que as medidas relacionadas não são uma opinião pessoal, mas um consenso do que foi debatido no VI Encontro de Diretores e Gestores da Construção. O dirigente do CTE destaca ainda que não se trata de traçar um cenário de pessimismo, mas de evolução continuada do setor. “Tivemos bons avanços. Atualmente, há um número significativo de empresas certificadas ISO 9000 e PBQP-H. Além disso, muitos equipamentos entraram em nossos canteiros de obras, melhorando a logística de transporte interno de materiais. Outro aspecto é que a área de sustentabilidade vem ganhando espaço significativo. Tudo isso caracteriza um caminho sem volta no setor da construção”, diz.

Atualmente, compara Roberto de Souza, a construção civil brasileira está em um patamar intermediário em relação aos Estados Unidos, Europa e Japão. “Já estivemos em patamares inferiores, mas nos últimos 15 anos tivemos muitas evoluções. Mas creio que as empresas da construção, para aumentar sua produtividade e sua competitividade, precisam evoluir muito em três grandes campos: inovação de produtos e desenvolvimento de sistemas construtivos industrializados; aperfeiçoamento de metodologias de planejamento e gestão da produção, e qualificação profissional em todos os níveis da produção”, finaliza.

Confira os que foi debatido no VI Encontro de Diretores e Gestores da Construção: Clique aqui

Entrevistado
Roberto de Souza, do diretor-presidente do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE)

Currículo
– Roberto de Souza é engenheiro civil, mestre e doutor em engenharia pela Escola Politécnica da USP.
– Atualmente é o diretor-presidente do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), empresa associada ao Instituto Ethos, USGBC, GBC Brasil e CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável).
– No ano passado, ganhou o Prêmio Green Building Brasil 2011 como empresa sustentável de serviços.
Contato: roberto@cte.com.br / http://www.cte.com.br/

Créditos foto: Divulgação / CTE

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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