Faixa de pedestre em 3D lembra elementos de concreto

Ideia se espalha pelo mundo para conseguir combater uma estatística perversa: as mortes por atropelamento
30 de janeiro de 2019

Faixa de pedestre em 3D lembra elementos de concreto

Faixa de pedestre em 3D lembra elementos de concreto 520 310 Cimento Itambé
Santo André

Santo André é a primeira cidade brasileira com mais de 500 mil habitantes a adotar as faixas de pedestres em 3D. 
Crédito: Prefeitura de Santo André

Cidades do Amazonas, do Acre, do Mato Grosso e de São Paulo decidiram copiar ideias que trouxeram bons resultados na Índia, na China e na Islândia: as faixas de pedestres em 3D. As pinturas criam uma ilusão de ótica que induz o motorista a frear. A uma distância de até 20 metros, lembram elementos de concreto encravados no asfalto. Na Islândia, é onde há os resultados mais positivos. Os atropelamentos caíram 25% nas ruas em que as faixas 3D foram pintadas. No Brasil, existe a expectativa de alcançar percentuais próximos disso.

A ponto de a ideia começar a se espalhar pelo país. Também já existem cidades dos estados do sul pensando em adotar o mesmo modelo de faixa de pedestre. A iniciativa deve partir das Circunscrições de Trânsito, as Ciretrans, que são os organismos municipais encarregados de fiscalizar, organizar e planejar o trânsito em cada cidade.

No Brasil, quem primeiro colocou a ideia em prática foi o município de Primavera do Leste, no Mato Grosso, onde quatro faixas de pedestres em 3D foram pintadas por grafiteiros. O secretário de infraestrutura da prefeitura, Eduardo Wolff, comenta os resultados. “A repercussão foi boa. Como é algo novo, os motoristas se assustam com o aparente volume da faixa e diminuem a velocidade. Já deu para sentir o efeito”, diz.

A segunda cidade brasileira a adotar a ideia também avalia como positiva as pinturas de faixas de pedestres em 3D. “Essa faixa em 3D cria um impacto visual maior. Isso deve alertar mais o condutor em relação à existência da faixa de pedestres nestes locais. Queremos que o condutor tenha o sentido de alerta aguçado”, afirma o chefe da Ciretran de Cruzeiro do Sul, no Acre, Valdeci Dantas.

Na Islândia, os atropelamentos foram reduzidos em 25% nas ruas com faixas de pedestres em 3D. Crédito: Gusti Productions

Na Islândia, os atropelamentos foram reduzidos em 25% nas ruas com faixas de pedestres em 3D. Crédito: Gusti Productions

Alto índice de atropelamentos levou Nova Déli, na Índia, a ser pioneira

Primavera do Leste e Cruzeiro do Sul são municípios com menos de 100 mil habitantes. A cidade brasileira mais populosa a adotar as faixas de pedestres em 3D é Santo André, no ABC Paulista, com mais de 500 mil habitantes. Dois projetos-pilotos foram instalados no município, no final de 2017. O trabalho foi executado por funcionários do Departamento de Engenharia de Tráfego (DET) de Santo André, treinados para esse tipo de pintura. 

Fora do Brasil, a cidade pioneira na pintura de faixas de pedestres em 3D foi Nova Déli, na Índia, em 2015. A metrópole indiana tem algumas das maiores incidências de atropelamentos de pedestres no mundo. A ideia se espalhou para outras cidades do país e chegou em Xingsha, China. Na Europa, Ísafjörður, na Islândia, foi a primeira.

Primavera do Leste

Primavera do Leste, em Mato Grosso, foi a pioneira no Brasil a adotar faixa de pedestre em 3D. Crédito: Prefeitura de Primavera do Leste

Na Califórnia, nos Estados Unidos, também existem faixas de pedestres em 3D. O conceito se espalha pelo mundo para conseguir combater uma estatística perversa. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 22% das mortes no trânsito no mundo são causadas por pedestres atropelados. O Brasil aparece em 5º lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito.

Entrevistado
Reportagem com base em relatório da Organização Mundial de Saúde sobre alternativas para minimizar mortes no trânsito

Contato: eportuguese@who.int

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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