Escola chega ao canteiro de obras, para ficar

26 de fevereiro de 2013

Escola chega ao canteiro de obras, para ficar

Escola chega ao canteiro de obras, para ficar 500 300 Cimento Itambé

Programa criado em 2010 pelo SindusCon-SP, que prioriza trabalhadores maiores de 18 anos, e que não tenham concluído o ensino fundamental, repercute em outros estados

Por: Altair Santos

A baixa escolaridade nos canteiros de obras espalhados pelo país cria uma série de obstáculos ao trabalhador da construção civil. Eles vão desde dificuldades em cumprir tarefas simples, como ler placas com avisos e instruções para utilizar os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) até operar equipamentos mais sofisticados. Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) 33% dos que atuam no setor têm perfil de analfabetismo funcional. Para reverter esse quadro, o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo) em parceria com o Sesi-SP, criou em 2010 o Projeto Elevação da Escolaridade. O público alvo do programa são os trabalhadores maiores de 18 anos, e que não tenham concluído o ensino fundamental.

Já há muitas construtoras transformando refeitórios em salas de aula.

Hoje, a ação pioneira do SindusCon-SP repercute em outros estados. Do sul ao nordeste do país, há iniciativas semelhantes, sempre vinculadas ao Sistema S. Todas buscam dar conhecimento básico de língua portuguesa e matemática. Os cursos duram três meses e o horário das aulas, que acontecem três vezes por semana, é estabelecido pela empresa, com a sugestão de que ocorra antes do início das atividades do trabalhador. “Atualmente, em São Paulo, o programa registra 54 turmas em andamento, com mais de 300 alunos matriculados, segundo dados fornecidos pelo Sesi-SP. Devido à metodologia dinâmica do curso, o aluno pode iniciar as aulas em qualquer etapa sem problemas”, explica Roseane Petronilo, gerente de Estratégia e Produtividade do SindusCon-SP. A meta do programa é alcançar 900 canteiros de obra em São Paulo.

A vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, Maristela Alves Honda, avalia que a implantação do programa e sua disseminação pelo país pode ser interpretado como “um sonho que ajudará o trabalhador a entender melhor seu papel na sociedade e melhorar a comunicação com os companheiros”. Roseane Petronilo complementa dizendo que “a prioridade é promover a complementação da escolaridade básica do trabalhador da construção, habilitando-o à compreensão de textos e operações aritméticas simples, de forma a tirá-lo do analfabetismo funcional”. Caso haja interesse do aprendiz em prosseguir com os estudos, ele sai do programa com certificado de conclusão da 4ª série, podendo dar continuidade aos estudos a partir da 5ª série do ensino fundamental.

Com a participação do Sesi, trabalhadores da construção civil recebem aulas de português e matemática.

Roseane Petronilo afirma ainda que a adesão a programas de incentivo à escolaridade trazem ganhos para os trabalhadores e para as construtoras. “Para o trabalhador, as conquistas em autoestima e renda são preciosos, com a perspectiva de início de uma carreira que pode chegar a mestre de obra. Para a construtora, ter uma sala de aula no canteiro aumenta a motivação dos trabalhadores, com reflexos em sua produtividade”, ressalta, destacando que a construção civil atualmente é um dos setores da economia nacional que mais tem se mobilizado pela qualificação dos trabalhadores. “Hoje há uma grande oferta de cursos de qualificação e de atualização, que podem ajudar os trabalhadores neste caminho. Muitas das empresas fabricantes de materiais e sistemas oferecem estes cursos também no canteiro de obras e contribuem para a melhoria do setor”, completa.

Veja o que o Projeto Elevação da Escolaridade, parceria do SindusCon-SP com o Sesi, oferece:

– Acompanhamento in loco de um analista pedagógico

– Jornada do professor de 9 horas semanais

– Apostilas elaboradas pelo Sesi

– Acompanhamento pedagógico realizado por técnico designado pela divisão de educação

Obrigação das construtoras que aderem ao programa:

– Disponibilizar espaço no canteiro de obra para realização das aulas

– Apresentar a lista de inscritos, com no mínimo 10 e no máximo 30 participantes

– Indicação de um representante da construtora que ficará responsável pela divulgação permanente do curso em suas dependências, bem como, a interlocução do programa no canteiro de obra

– Mobiliário, para as aulas e material para o aluno

Entrevistadas
Maristela Alves Honda, vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, e Roseane Petronilo, gerente de Estratégia e Produtividade do SindusCon-SP. (via assessoria de imprensa)
Contato: imprensa@sindusconsp.com.br
Créditos fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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