O foco do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), que aconteceu de 15 a 17 de maio na cidade do Rio de Janeiro-RJ, esteve no empreendedorismo e nas novas tecnologias. Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fabio Queda Bueno da Silva, é inadiável que o setor da construção absorva técnicas inovadoras para melhorar sua produtividade, reduzir custos e oferecer obras de melhor qualidade ao consumidor. “Grandes transformações precisam ser acompanhadas, compreendidas e utilizadas pelas empresas de construção. Isso é fundamental para a competitividade e a inovação futura do setor perante as mudanças da indústria no mundo e no Brasil”, explica.
O palestrante aproveitou o ENIC para lançar a plataforma digital Construção 2030, cujo objetivo é transformá-la em uma rede social que agregue tudo de inovador que estiver em desenvolvimento ou em aplicação na construção civil. “O Construção 2030 foi desenvolvido para ajudar a compreender as transformações que o presente está causando no futuro”, observa Fábio Queda, que fez a plateia refletir sobre as mudanças que estão a caminho. “O futuro não é imutável. Está sendo construído neste instante, pelas pessoas e pelas organizações de hoje. Queremos trazer a seguinte reflexão para o setor: quem está construindo o nosso futuro e qual a nossa participação nessa construção?”, questiona.
Ações que envolvam inovação dependem de mudanças de paradigmas na construção
Futurismo, tecnologias e novas formas de construção também nortearam as palestras do Congresso Técnico de Engenharia, que aconteceu dentro do ENIC. Foram apresentados dados sobre o avanço das construtechs no país. O Brasil já conta com 562 startups da construção civil atuando em vários tipos de projetos. São Paulo lidera o ranking com 230, seguido de Santa Catarina, com 79, e Minas Gerais, com 58. Cerca de 9% dessas empresas atuam no segmento de projetos e viabilidade de obras; 26%, na criação de inovações no segmento de construção; 35%, na aquisição de imóveis; e 30% estudam formas de melhorar propriedades que já estão em uso. No ano passado, as construtechs movimentaram 611,7 milhões de reais em investimentos.
Para o segmento da industrialização, a construção civil já oferece inúmeras oportunidades para que obras sejam mais eficazes no país. O que falta, segundo o engenheiro civil Davidson Deana, especialista em processos construtivos industrializados, é uma maior união entre as partes envolvidas em uma construção. “A área de projetos, construtoras e o setor de suprimentos devem estar integrados, devem ser parceiros na obra, transcendendo o produto e chegando efetivamente no serviço”, avalia. Mauro Campos, presidente do Sinduscon-Sul Fluminense, complementa que a construção industrializada e todas as outras ações que envolvam inovação dependem de mudanças de paradigmas do setor. “O empresariado precisa ter coragem de sair da zona de conforto para enxergar o futuro”, diz.
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Entrevistado
Reportagem com base nas palestras ocorridas nos seminários “A Industrialização na Prática: como as construtoras e o mercado estão se preparando?”, “Congresso Técnico de Engenharia” e “O Futuro da Construção: Inovação e Trabalho”, que aconteceram dentro do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330