Engenheiro civil precisa entender de Real Estate? Sim
Termo abrange toda a cadeia do mercado imobiliário: da prospecção do terreno ao público-alvo para a edificação
Aos engenheiros civis com vocação para empreender é imprescindível ter conhecimento de Real Estate. O termo abrange toda a cadeia do mercado imobiliário. Desde a prospecção do terreno, passando pelo desenvolvimento do projeto, a pesquisa de mercado e o perfil de público a quem vai se destinar a edificação. Envolve também a produção e a construção do empreendimento, além da etapa comercial e a fase pós-ocupação. Portanto, conhecer sobre Real Estate é como um divisor de águas entre o engenheiro civil que sabe viabilizar bons negócios para sua construtora e o que pode vir a ter problemas.
Na prática, a formação dos engenheiros civis no Brasil tem pouco foco no tema. Entre as escolas de engenharia do país, apenas a Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) conta com uma disciplina em sua graduação. Além disso, a universidade oferece um curso de MBA para quem quer se aprofundar, ministrado pelo Núcleo Real Estate da USP, criado na década de 1980. Batizado de Real Estate, Economia Setorial e Mercados, o MBA é presencial, com carga horária de 420 horas, e também online, com um pacote mínimo de 10 aulas. O próximo ciclo presencial está previsto para começar no dia 19 de fevereiro de 2019.
As grades do MBA presencial e do online são semelhantes, mas no presencial há um aprofundamento maior. O curso também abrange graduados em arquitetura, administração de empresas e em direito, e engloba os seguintes temas:
- Ajuste do produto a ser lançado ao mercado-alvo, o valor do imóvel e os fatores que o influenciam
- Análise da qualidade do investimento para empreendimentos imobiliários
- Ciclos de mercado e configurações que favorecem o surgimento de bolhas, através de técnicas de análise de risco
- Financiamento imobiliário
- Parceria nas incorporações
Comitê do Núcleo Real Estate faz prognósticos para o mercado imobiliário em 2019
O coordenador do curso, professor-doutor João da Rocha Lima Jr., explica as razões que levaram à escolha das disciplinas. “Elas envolvem a formatação do produto residencial, a construção de modelos de análise para dar suporte à decisão de empreender e as técnicas para construção de cenários e decisão diante do risco. Também abrangem os sistemas de funding para a implantação desses empreendimentos e a formação de parcerias para seu desenvolvimento. Esses são pilares do conhecimento em Real Estate, sobretudo no Brasil, e que, com raras exceções, é pouco abordado nos cursos de graduação de engenharia, arquitetura ou administração”, diz.
Além de ensinar, o Núcleo Real Estate da USP também faz avaliações do mercado, que são publicadas bimestralmente pelo seu comitê de mercado. A mais recente, divulgada em novembro de 2018, analisa o mercado imobiliário para 2019. No documento, o grupo faz projeções para empreendimentos residenciais, corporativos, hotéis, shopping centers, galpões logísticos e industriais. No estudo, destacam-se alguns pontos relevantes. Entre eles, o prognóstico de que os preços de imóveis residenciais estarão sob pressão inflacionária e que o FGTS não será suficiente para financiar a continuidade de programas como o Minha Casa Minha Vida. O estudo também aponta que empresas de porte médio da construção civil vão ganhar protagonismo. “Empresas de menor escala terão mais facilidades para desfrutar das oportunidades diferenciadas que vão surgir”, avalia a nota do comitê.
Clique aqui para ler a íntegra da nota do comitê de mercado do Núcleo Real Estate da USP
Assista vídeo sobre real estate
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Entrevistado
Reportagem com base em estudo do Núcleo Real Estate da Universidade de São Paulo (USP)
Contatos
realestate@poli.usp.br
www.realestate.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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