Empresa não pode focar no que foi, mas no que será

25 de outubro de 2012

Empresa não pode focar no que foi, mas no que será

Empresa não pode focar no que foi, mas no que será 150 150 Cimento Itambé

Conceito faz com que gestão de mudanças ganhe espaço nas Companhias, mas é essencial que haja engajamento dos colaboradores

Por: Altair Santos

O especialista em gestão de empresas Telmo Schoeler avalia que o mercado tem feito com as companhias uma espécie de lei de Darwin, ou seja, a seleção natural entre as que conseguem mudar e evoluir para competir e as que se perdem na lentidão e na burocracia e acabam tornando-se verdadeiros dinossauros. Por isso, segundo ele, é inexorável que as corporações saudáveis estejam constantemente operando dentro de uma gestão de mudanças. “A mudança dentro da empresa deve ser um estado de espírito. Não importa o que a empresa foi nem o que é, mas apenas o que será”, resume Telmo Schoeler.

Telmo Schoeler: mundo moderno impõe adequações constantes às organizações.

Para o especialista, há um equívoco quando se pensa que apenas as grandes corporações conseguem implementar gestão de mudança. “Quando mencionamos exemplos e estratégias de empresas bem sucedidas como Coca Cola, Nestlé, Microsoft, Disney, Natura, Gerdau, entre outras, é comum ouvir: ah, mas isso é para grandes empresas. Não se aplica a nós, pequenas e médias. Porém, analogamente, temos os casos de grandes derrocadas, como Varig, Lehman Brothers, GM, Mesbla e Kodak. O que significa isso? Significa que, independentemente do tipo, do setor, da dimensão, do estágio de sofisticação gerencial e da situação econômico-financeira, os conceitos que definem sucesso e fracasso estão ligados à capacidade das empresas de se adaptarem e mudarem de acordo com as exigências do mercado”, diz.

No organograma das empresas resilientes há 12 regras fundamentais:

1 – Objetivo claro e definido → sua ausência impede traçar caminhos.
2 – Estratégia para atingir esse objetivo e pessoas capazes de estabelecê-la → sem elas, tudo o mais é efêmero.
3 – Estrutura de capital compatível com o negócio  → nada se sustenta apenas com ideias e boa vontade.
4 – Pessoas com capacidade para executar as ações da estratégia → iniciativa sem entrega é inócua.
5 – Sistema de registro e controle dos atos e fatos  → sem ele se desconhece situação e performance e qualquer voo cego um dia acaba em tragédia.
6 – Periódica revisão estratégica à luz das mudanças e dinâmica do mundo  → só o futuro existe e será diferente do passado.
7 – Afinidade e harmonia societária  → a física já nos ensina que a resultante de forças iguais e de sentido contrário é a inércia, o que nos negócios é a morte.
8 – Gestão do processo sucessório de pessoas e de capital  → porque pessoas morrem e capital troca de mãos.
9 – Acompanhamento, verificação e auditoria dos atos e fatos  → nem tudo o que parece é.
10 – Consciência de que só o mercado/vendas nos sustentam  → saber que necessidade a empresa supre e quais problemas ela resolve para os clientes.
11 – Sermos melhores/diferentes de nosso concorrente  → por que os clientes gastam conosco?
12 – Consciência de que tudo acaba em dinheiro  → sobrevivemos ou morremos pelo caixa.

Esses conceitos formam um plano macro, que, no entanto, só consegue ser implementado se conduzido por uma liderança qualificada e inovadora. “Diria que as empresas que falharam nas estratégias de mudança promoveram ações erráticas, principalmente apostando em planos de tentativa e erro. Outro equívoco foi terem contratado líderes com experiência no ramo, mas sem o perfil de mudança. O desafio requeria muito mais do que isto”, avalia Telmo Schoeler. “Multinacionais ou a padaria da esquina sobrevivem ou desaparecem pelas mesmas razões, que são a adesão ou não aos princípios de gestão e governança“, complementa o especialista, garantindo que as mesmas regras servem também para as companhias que atuam na construção civil, sejam elas grandes médias ou pequenas.

Entrevistado
Telmo Schoeler, sócio-fundador e Leading Partner da Strategos – Strategy & Management, e coordenador da Orchestra – Soluções Empresariais
Currículo

– Graduado em administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com MBA (Master of Business Administration) pela Michigan State University – EUA
– Tem ainda diversos cursos de extensão em gestão, governança corporativa, planejamento, finanças, marketing e qualidade, seja no Brasil, nos Estados Unidos (Southern Connecticut University e Yale University) e Inglaterra (City of London)
– Possui 47 anos de prática profissional, metade exercendo funções executivas de diretoria e presidência de empresas nacionais e estrangeiras na indústria, comércio e serviços, incluindo bancos nacionais e internacionais nas áreas de crédito, investimentos, mercado de capitais e fusões & aquisições
– É sócio-fundador e Leading Partner da Strategos – Strategy & Management e fundador e coordenador da Orchestra – Soluções Empresariais
Contato: strategos.telmo@orchestra.com.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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