Empreendimentos usam a natureza como inspiração
Resort amazônico em Santa Catarina e Aquário em Foz do Iguaçu valorizam elementos naturais
Na arquitetura, existe um campo conhecido como arquitetura biomimética, que busca inspiração nos sistemas e formas da natureza para desenvolver soluções criativas e inovadoras. Um dos principais representantes dessa abordagem é o arquiteto Antoni Gaudí, cujas obras incorporam elementos orgânicos em vez de linhas retas e ângulos convencionais.
Em seus projetos, Gaudí reproduzia formas encontradas no ambiente natural — como árvores, cavernas e conchas — criando estruturas que evocam o movimento e a fluidez do mundo vivo. Na Sagrada Família, uma de suas criações mais icônicas, as colunas internas lembram troncos de árvores que se ramificam em direção ao teto, formando uma espécie de copa vegetal. Outros recursos característicos incluem arcos catenários, telhados em forma de conóides e detalhes escultóricos inspirados em animais e plantas, como as bases dos pilares com esculturas de tartarugas.
Atualmente, a arquitetura biomimética vai além da estética. Seu foco está em aprender com os princípios da natureza para propor soluções sustentáveis, não apenas imitando suas formas, mas compreendendo as regras que regem seu funcionamento. Exemplos contemporâneos dessa abordagem incluem o Estádio Nacional de Pequim, cuja estrutura remete a um ninho de pássaro, e o Pavilhão Quadracci do Museu de Arte de Milwaukee, projetado por Santiago Calatrava, com asas móveis que se abrem e fecham ao longo do dia, evocando o desabrochar de uma flor ou o bater de asas de uma mariposa.
Empreendimentos inspirados pela natureza no Brasil
No Brasil, alguns empreendimentos vêm adotando conceitos que integram arquitetura, sustentabilidade e conexão com o meio ambiente como pilares de suas construções.

Crédito: Cosestudi
Um exemplo emblemático é o AquaFoz, localizado em frente ao Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR). O projeto contempla um aquário com 28 recintos, 3,3 milhões de litros de água e mais de 300 espécies aquáticas distribuídas ao longo de um circuito de 750 metros. O percurso simula ambientes de água doce — como os rios Iguaçu e Paraná — e culmina em um tanque oceânico com 2 milhões de litros, o segundo maior do Brasil. Com 13 mil metros quadrados de área construída, o AquaFoz tem inauguração prevista para o segundo semestre de 2025.
“A ideia nasceu com apoio de arquitetos americanos da Cosestudi especializados em arquitetura de aquários, e Foz foi pensada pela união entre os ecossistemas do Rio Paraná e do Rio Iguaçu, trazendo uma variedade de espécies. O AquaFoz nasce com a missão de ser um importante centro de conservação da biodiversidade local, promovendo pesquisas científicas sobre espécies nativas e ameaçadas. Serão conduzidos estudos sobre ecologia alimentar, reprodução, distribuição geográfica e espécies exóticas invasoras, em parceria com instituições acadêmicas nacionais e internacionais”, informa Gabriel Spuldaro, gerente de projetos da Geplan.
De acordo com Spuldaro, a inspiração do projeto se deu nas formas da natureza, com localização privilegiada entre os Rios Iguaçu e Paraná. “Ainda, ao lado do Parque Nacional do Iguaçu, as formas se dão em uma maneira orgânica que se reflete no prédio, nas rampas, estruturas arredondadas, com curvas inspiradas no movimento do mar e cores inspiradas na natureza. Em virtude da localização, todo o paisagismo foi pensado em unificar com essa área do parque, utilizando-se de espécies e vegetação nativas, recompondo essa área que anteriormente era degradada, fazendo o fortalecimento desse corredor e criando uma barreira de proteção para o PNI”, explica.
Um dos maiores desafios do projeto é justamente conciliar a edificação com a complexidade de um ecossistema vivo. Isso exige a implantação de sistemas biológicos sofisticados, como controle de ozônio e hidráulica de precisão, além de uma constante troca de conhecimento entre a equipe de obras e o corpo técnico do cliente. Ainda, nos tanques, Spuldaro comenta que os desafios se iniciam com a própria estrutura de concreto armado, criação de nichos para apoio dos acrílicos, impermeabilização desses tanques, tubulações do sistema de suporte a vida, e entre outras situações que se diferenciam de outras obras.
Com relação à sustentabilidade, Spuldaro conta que a construção utilizou vários materiais das construções existentes de madeiras. “Eles foram transformados em móveis de bilheteria, bancos, estantes, evitando que o material seja destinado a aterro sanitário, evitando também que essa madeira fosse adquirida de madeiras de reflorestamento. O empreendimento conta com aproveitamento de água da chuva para utilização nas bacias sanitárias, limpeza de filtros e irrigação de jardim. Também contará com sistema de painéis solares, para redução no consumo de energia elétrica”, relata.

Crédito: Divulgação
Outro empreendimento inovador é o Amazon Parques & Resorts, em construção em Penha (SC). Trata-se de um complexo turístico e hoteleiro que une hotelaria de alto padrão à temática amazônica. Com mais de 20 mil m² de área construída e cerca de 250 apartamentos no modelo de multipropriedade, o resort contará com 420 leitos e capacidade para acomodar até 1.056 pessoas.
A estrutura inclui uma área de lazer de mais de 9 mil m², com trilha de 200 metros em meio a um bosque, piscinas para adultos e crianças, jacuzzis privativas, playground e quadras de areia e beach tênis. Com inauguração prevista para o final de 2026, o empreendimento aposta em um paisagismo temático inspirado na floresta amazônica e experiências que aproximam os hóspedes da natureza.
Segundo o escritório responsável pelo projeto, a NotToScale Architecture, o empreendimento busca integrar o conceito de “eduentretenimento” (educação + entretenimento) com uma abordagem sustentável e inovadora de moradia por tempo compartilhado.
“Do ponto de vista paisagístico, Penha ocupa uma posição privilegiada. O ambiente natural deve ser preservado e protegido, com a limitação de atividades que provoquem erosão ou modifiquem sua essência. A paisagem está em constante transformação, e é fundamental interagir com os processos naturais respeitando suas dinâmicas. O Amazon Parques & Resorts foi concebido como uma referência em boas práticas de sustentabilidade urbana, arquitetônica e social. Penha, por ser uma cidade em desenvolvimento, tem a oportunidade de escolher caminhos que garantam a conservação de seus recursos naturais e a qualidade de vida da população. Nesse contexto, a sustentabilidade social está diretamente ligada ao modelo de uso compartilhado. Em tempos em que a pressão sobre recursos naturais é crescente, sistemas de compartilhamento de serviços se consolidam como alternativas viáveis e conscientes”, afirma a equipe.
Entrevistado
Gabriel Spuldaro é gerente de projetos da Geplan.
Contato
Assessoria de imprensa: monica@nqm.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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