Distrito de resfriamento de água pode ajudar nas emissões de CO₂
Sistema pode atingir níveis de eficiência cinco ou dez vezes maiores do que o ar condicionado
Uma coisa é fato – em algumas cidades, é praticamente impossível passar o verão sem o ar-condicionado. Além disso, o refrigeramento é fundamental para a manutenção de alimentos e vacinas, por exemplo. De acordo com o Relatório Emissões de Resfriamento e Síntese de Políticas, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Agência Internacional de Energia (2020), há cerca de 3,6 bilhões de aparelhos de refrigeração em uso globalmente hoje, e esse número está crescendo em até 10 dispositivos a cada segundo. Só que, ao mesmo tempo, estes aparelhos usam hidrofluorcarbonos (HFCs), gases que contribuem significativamente para o efeito estufa no planeta. Sem políticas adequadas, as emissões indiretas de ar condicionado e refrigeração devem aumentar 90% acima dos níveis de 2017 até o ano de 2050, segundo o relatório.
Dentro deste contexto, como é possível manter a refrigeração sem aumentar as emissões e piorar ainda mais o efeito estufa no planeta? Este foi um dos temas discutidos durante a COP 27. Na ocasião, Rasmus Abildgaard Kristensen, vice-presidente e chefe de relações públicas do Danfoss Group Communication & Sustainability, afirmou que a solução ideal é o uso da refrigeração distrital aliado a fontes renováveis.
O distrito de resfriamento de água para ar-condicionado é baseado em um fornecimento de água gelada, que passa por tubos subterrâneos isolados e pode ser alimentado por energia elétrica. Se essa energia vier de fontes renováveis, como solar ou eólica, isso contribuirá significativamente para a descarbonização da refrigeração.
“O distrito de resfriamento de água é extremamente eficaz em áreas urbanas. Em geral, atinge níveis de eficiência cinco ou dez vezes maiores do que os sistemas de refrigeração individuais. Além disso, oferece benefícios do ponto de vista do planejamento urbano: ocupa menos espaço e reduz os níveis de ruído dos edifícios nos quais os ares-condicionados individuais não são mais necessários, pois a refrigeração é criada em uma planta central”, afirma Kristensen.
Ar-condicionado x distrito de resfriamento
Kristensen lembrou ainda que os sistemas de ar-condicionado também emitem calor em excesso quando operam. No caso de cidades com alta densidade populacional, isso aumenta a pressão sobre os níveis de temperatura com o sistema de ar-condicionado de cada edifício, emitindo seu excesso de calor para fora.
Outra vantagem desta tecnologia é que ela permite que a energia elétrica gerada em um dia de tempestade ou sol seja utilizada para criar água fria. Além disso, é possível armazenar essa água fria em tanques térmicos ou de gelo para utilizá-la quando o sol não estiver brilhando e o vento não estiver soprando.
“Se as cidades do Sul Global combinarem a energia distrital de recursos renováveis com maior eficiência energética em edifícios, elas poderão fornecer refrigeração aos seus cidadãos sem sacrificar as metas climáticas”, destacou Kristensen.
Fonte
Rasmus Abildgaard Kristensen é vice-presidente e chefe de relações públicas do Danfoss Group Communication & Sustainability
Contato
Assessoria de imprensa – felipe@pressaporter.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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