Programa nacional combate dengue no canteiro de obras
Seconci lidera campanhas em vários estados, seguindo exemplo de São Paulo, que tem trazido bons resultados à construção civil
Seconci lidera campanhas em vários estados, seguindo exemplo de São Paulo, que tem trazido bons resultados à construção civil
Por: Altair Santos
Para evitar que a construção civil seja foco de proliferação do mosquito da dengue, os Seconci (Serviço Social da Construção) de todo o país iniciaram uma série de programas dentro dos canteiros de obras para ensinar procedimentos que evitem o acúmulo de água parada – principal criadouro para as larvas do Aedes aegypti, transmissor da doença. A orientação inclui a inspeção de carrinhos de mão, betoneiras, lajes, tonéis e fossos de elevadores. As palestras ensinam também a cuidar do entorno das construções. A campanha nacional envolve ainda a distribuição de cartazes e folhetos com dicas para prevenção.
O procedimento já abrange boa parte dos Seconci das regiões sudeste e sul e este ano tem conseguido adesão maior dos organismos localizados no centro-oeste, no nordeste e no norte do país. As ações inspiraram-se na campanha do Seconci-SP, que foi pioneiro neste tipo de iniciativa. “Há mais de dez anos realizamos esse trabalho nos canteiros de obras e estamos sempre dispostos a compartilhar o programa com outros estados”, diz Ângela Nogueira Braga da Silva, coordenadora do setor de serviço social do Seconci-SP, que é o maior do país e atende 820 mil trabalhadores da construção civil.
Uma das medidas de combate à dengue nos canteiros de obras é a análise da água parada em pontos suspeitos. Em média, 25% dos exames são positivos para focos da doença, ou seja, contêm larvas do Aedes aegypti. No estado de São Paulo, até o final de junho deste ano, foram realizados 366 exames de diagnóstico de dengue em canteiros de obras, entre os quais foram confirmados 93 casos. Essa incidência aumenta a preocupação das construtoras, que passaram a incentivar campanhas pelo país afora.
Conscientização através de palestras
O passo mais importante é conscientizar os trabalhadores. “Orientá-los sobre a importância de eliminar possíveis focos, tanto no local de trabalho quanto em seus domicílios, é a meta do Seconci”, diz Ângela Nogueira Braga da Silva, afirmando que o melhor caminho para se atingir o objetivo é através de palestras. De que forma: profissionais do Seconci vão aos canteiros de obras e repassam informações sobre como prevenir a dengue. Mais recentemente, as palestras passaram a informar também sobre a forma de precaver a febre Chikungunya (doença com sintomas semelhantes a dengue, porém mais letal, e também transmitida pelo Aedes aegypti).
No Brasil, os domicílios são os que mais concentram focos de dengue. Estima-se que existe a ameaça de as larvas do Aedes aegypti proliferarem em 70% dos lares no país. Os canteiros de obras contribuem com 20% deste risco, segundo dados do ministério da Saúde. “O canteiro de obras é um local propício para o surgimento do mosquito transmissor da doença. Carrinhos de mão, betoneiras, lajes, tonéis e fossos de elevador são espaços que podem armazenar água parada e se tornar criadouros”, alerta a especialista do Seconci-SP.
Entrevistado
Ângela Nogueira Braga da Silva, coordenadora do setor de serviço social do Seconci-SP
Contato: relacoesempresariais@seconci-sp.org.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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