Crise ameaça futuros engenheiros-seniores do Brasil
Levantamento aponta que, entre 2015 e o primeiro semestre de 2017, pelo menos 100 mil profissionais acabaram perdendo seus empregos
Levantamento aponta que, entre 2015 e o primeiro semestre de 2017, pelo menos 100 mil profissionais acabaram perdendo seus empregos
Por: Altair Santos
Dados do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), passados pelo presidente José Roberto Bernasconi durante a Sobratema Summit 2017, revelam que entre 2015 e o primeiro semestre de 2017, aproximadamente 100 mil engenheiros civis e arquitetos foram desligados do mercado do trabalho, em um universo de cerca de 400 mil. Esses números, ressaltou Bernasconi, referem-se às empresas de projeto de engenharia e arquitetura e também às empresas de gerenciamento de empreendimentos, as quais o Sinaenco congrega.
Segundo o dirigente, os demitidos somam um contingente de profissionais com certa experiência acumulada, ou seja, entre cinco e dez anos de carreira, já perto de atingir o estágio de sênior. É nesta fase, segundo Bernasconi, que o engenheiro e o arquiteto começam a alcançar a maturidade para dar vazão às suas competências, criatividade e conhecimento técnico. Para minimizar as tintas, o presidente do Sinaenco aponta que, para o segundo semestre de 2017, há uma forte crença de que o volume de demissões irá cessar, com as contratações podendo ser retomadas a partir de 2018.
José Roberto Bernasconi lembra que desde 2015 o setor vem demitindo, sem abrir vagas sequer para estagiários e trainees. “Para o setor que o Sinaenco abrange, o cenário é desastroso, pois estamos no início da cadeia produtiva, englobando estudos de viabilidade técnica e projetos. Significa que, se a crise estivesse chegando ao fim, novos trabalhos já estariam aparecendo. Nossa expectativa é de que nos próximos três meses o cenário comece a mudar. Até por que, se o Brasil não conseguir atingir o reequilíbrio econômico e fiscal, não haverá saída”, alerta.
Desnacionalização da engenharia
Por outro lado, Bernasconi se mostra otimista com o futuro, prevendo que o mercado de trabalho terá de conviver com uma nova realidade. “Lentamente, a roda está girando. Entre abril de 2016 e abril de 2017, o investimento estrangeiro no Brasil foi de US$ 87 bilhões. O setor de engenharia foi responsável por atrair parte destes recursos, com empresas internacionais comprando as nacionais. O grau de desnacionalização da engenharia brasileira só tende a aumentar. Em breve, teremos projetos com sotaque estrangeiro. Por isso, nós profissionais da área, devemos nos preparar para isso. Inclusive, aprendendo a falar inglês fluente e até chinês”, alerta.
O presidente do Sinaenco avalia que se o país não tivesse potencial os estrangeiros não estariam vindo investir, mesmo em um cenário de crise. “Parece que os estrangeiros estão acreditando mais no Brasil do que nós mesmos. Isso é um alento. Confiamos que o Brasil vá crescer de forma vigorosa, pois temos uma série de vantagens em termos de água, energia, terras e um grande mercado consumidor. O Brasil é muito maior do que qualquer crise”, finaliza José Roberto Bernasconi.
Entrevistado
– José Roberto Bernasconi, engenheiro civil pela Poli-USP e presidente do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva)
Contato
sinaenco@sinaenco.com.br
Crédito Fotos: Cia. de Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
31/10/2024
Upcycling na construção civil: preservação da memória histórica e sustentabilidade
A construção civil tem adotado novas práticas para acompanhar tendências de sustentabilidade e consumo consciente. Entre os conceitos que ganharam força nos últimos anos,…
31/10/2024
Concreto de alto desempenho ajuda a aumentar a durabilidade de pontes
Entre os dias 22 e 25 de outubro, ocorreu o 65º Congresso Brasileiro do Concreto em Maceió (AL). O evento deste ano teve como tema “Inovações Tecnológicas nas Construções de…
31/10/2024
CBIC revisa pela segunda vez consecutiva crescimento da construção civil para 3,5% em 2024
Pela segunda vez consecutiva, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou a projeção de crescimento do setor da construção civil, elevando a expectativa de 3%…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.