Crédito imobiliário seguirá com oferta elevada em 2014
No ano passado, modelo de financiamento cresceu 32% e alcançou R$ 109,2 bilhões; este ano, expectativa é de que ultrapasse os R$ 170 bilhões
No ano passado, modelo de financiamento cresceu 32% e alcançou R$ 109,2 bilhões; este ano, expectativa é de que ultrapasse os R$ 170 bilhões
Por: Altair Santos
O crédito imobiliário fechou 2013 com uma ampla recuperação em relação a 2012. A carteira cresceu 32%. Comparado com o que havia registrado no ano passado, quando teve um avanço modestíssimo de 3,12%, foi uma alta de 1.025%. Isso gerou desembolso de R$ 109,2 bilhões, entre negócios com pessoas físicas e jurídicas, estabelecendo um novo recorde histórico desde que a série começou a ser apurada pela ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Mesmo assim, o crescimento de 32% manteve-se abaixo da média estabelecida entre os anos de 2005 e 2011, quando o crédito imobiliário avançou 53% a cada ano. Segundo o presidente da ABECIP, Octávio de Lazari Junior, quatro componentes motivaram essa alta: 1) Situação de quase pleno emprego; 2) Renda média dos brasileiros em alta; 3) Juros razoáveis, e 4) Disposição dos bancos em investir em crédito imobiliário. Para 2014, a expectativa é de que o desembolso chegue a R$ 126 bilhões, com avanço estimado de 15,6%.
De Lazari avalia que o Brasil ainda tem muito a crescer em termos de crédito imobiliário. A carteira gera um volume de negócios na ordem de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) sendo que em outros países a proporcionalidade é muito maior. No México, chega a 9% do PIB; no Chile, 11%; na China, 14%; em Portugal, 60%, e nos Estados Unidos, 70%. “O Brasil tem capacidade para gerar um volume de negócios superior a R$ 300 bilhões. Estamos falando da carteira mais importante do país”, disse o presidente da ABECIP.
O desembolso de 109,2 bilhões para o crédito imobiliário permitiu que fossem financiados 529,8 mil imóveis no Brasil em 2013. Deste volume de recursos, 41% foram para pessoas físicas. Em 2014, a ABECIP avalia que o crédito para as construtoras tende a ser maior do que para o comprador final. “As empresas desovaram seus estoques em 2012 e em 2013 e agora vão precisar recorrer ao crédito imobiliário para iniciar novas construções”, afirma Octávio de Lazari Junior.
O dirigente explica que recursos não faltarão para financiar mais habitações. “Com o aumento da captação líquida da caderneta de poupança, o país tem reservas suficientes para manter o crédito imobiliário aquecido pelo menos até o final de 2015”, afirma o presidente da ABECIP. Além disso, ele estima que os bancos devem ampliar a participação na concessão de empréstimos, por se tratar de um negócio de baixo risco. “A inadimplência nas operações está em 1,8%, para os casos que deixam atrasar mais de três prestações”, completa.
O pequeno volume de inadimplentes, no entender da ABECIP, comprova que o brasileiro compra casa para morar e não para especular no mercado imobiliário. Além disso, dados da associação revelam que ao adquirir seu imóvel próprio o consumidor costuma dar entradas que amortizam, em média, até 35% da dívida. “isso gera prestações menores e o comprometimento médio da renda chega a 22%, inferior ao que determina a lei, que exige 30%”, finaliza Lazari Junior.
Entrevistado
Economista Octávio de Lazari Júnior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip)
Contato: imprensa@abecip.org.br
Crédito Foto: Divulgação/ABECIP
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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