COPA 2014: Arena Pantanal é modelo para "Copa Verde"
Estádio de Cuiabá para o mundial de 2014 será um dos poucos do mundo com certificação LEED e terá arquibancadas removíveis.
Estádio de Cuiabá para o mundial de 2014 será um dos poucos do mundo com certificação LEED e terá arquibancadas removíveis
Por: Altair Santos
O Brasil pretende que a Copa do Mundo de 2014 fique conhecida como a “Copa Verde”. A indicação de cidades como Manaus e Cuiabá para serem subsedes explicitam essa intenção. No caso da capital do Mato Grosso, o contexto ecológico agrega inclusive o estádio. A Arena Pantanal, um empreendimento em uma área de 300 mil metros quadrados e capacidade para 42,5 mil lugares, antes mesmo de ser concluída já foi premiada. No final de 2010, seus idealizadores ganharam o American Property Awards.
O reconhecimento internacional se deu por causa do comprometimento da obra com a sustentabilidade, a responsabilidade sócio-ambiental e a requalificação urbana que ela irá produzir na cidade de Cuiabá. “O estádio deixará um legado importante para a cidade. Além disso, a Arena Pantanal pode ser considerada modelo no que se refere à responsabilidade sócio-ambiental. A ponto de ser um dos poucos estádios do mundo a requerer a certificação LEED (selo que designa as construções sustentáveis, de acordo com os critérios de racionalização de recursos de energia e de água)”, explica Sérgio Coelho, responsável pelo projeto da Arena Pantanal.
O arquiteto instalou uma equipe em Cuiabá para acompanhar em tempo integral o andamento da obra, a fim de garantir que o projeto seja construído dentro dos preceitos LEED. “Um empreendimento só é realmente certificado após a conclusão da obra e a verificação de que a mesma foi realizada dentro dos preceitos da certificação, ainda que todos os elementos sustentáveis do projeto tenham sido realmente executados”, explica Sérgio Coelho, da GCP Arquitetos.
Para conquistar o selo de construção sustentável LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), a Arena Pantanal terá sistemas de reaproveitamento de águas pluviais e uma estação de tratamento de afluentes, que poderão gerar economia de até 30%. Além disso, o consumo de energia foi projetado para gerar economia de pelo menos 20%. Outra novidade do estádio está em sua arquitetura, que permite a ventilação natural das arquibancadas. Membranas na cobertura e o paisagismo no entorno do estádio ajudam na circulação e no resfriamento do ar.
Outra novidade da Arena Pantanal está nas arquibancadas localizadas nos fundos dos gols. Elas serão construídas em estrutura metálica (pilares e vigas) aparafusada, com degraus em concreto pré-moldado. Isso vai permitir a desmontagem destes setores do estádio após a Copa do Mundo, o que reduzirá a capacidade do estádio em 30%. “O Arena terá conforto e uma ambientação para o jogo com a qual não estamos acostumados no Brasil”, comenta Sérgio Coelho.
A previsão é de que a Arena Pantanal seja concluída até dezembro de 2012. Atualmente, estão em obras a fundação e os muros de arrimo do estádio. O custo da obra está orçado em R$ 495 milhões. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Sócio-Econômico) irá financiar 74% do projeto (R$ 393 milhões). Os demais recursos virão do governo do Mato Grosso e da prefeitura de Cuiabá. As obras serão de responsabilidade do consórcio Santa Bárbara/ Mendes Júnior. Pela projeção dos construtores, serão consumidas 15 mil toneladas de cimento na obra.
Entrevistado
Sérgio Coelho, sócio-fundador da GCP Arquitetos
Currículo
Graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, desde 1976
Contato: gcp@gcp.arq.br
Crédito das fotos:
Sérgio Coelho
Secom/MT
Arena Pantanal
GCP/Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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