Controle de granulometria dos agregados influenciam durabilidade do concreto

Especialistas mostraram como a escolha de agregados melhora a qualidade do concreto e reduz as emissões 

A qualidade do concreto depende diretamente da granulometria, da forma e da classificação dos agregados — fatores que determinam sua trabalhabilidade, resistência e durabilidade. Em painel da Concrete Show 2025, Francisco Holanda, diretor técnico da Holanda Engenharia, e Benito Bottino, diretor técnico da Sobratema, destacaram como o controle da granulometria tem garantido maior uniformidade e qualidade ao material utilizado nas obras.

De acordo com Holanda e Bottino, praticamente todo o concreto utilizado em obras é bombeado — ninguém mais carrega baldes ou sacos no ombro. “Para que isso seja possível, a granulometria e a forma dos agregados se tornam fatores decisivos: quanto menores e mais arredondados, melhor o bombeamento e menor o desgaste dos equipamentos”, explicam. Segundo os palestrantes, também tem havido um crescimento da demanda por agregados miúdos, abaixo de 14mm. Este tipo de material é ideal para estruturas mais delgadas, pré-moldados, concreto bombeado, concreto autoadensável e microconcreto. 

Case: Aeroporto de Lima

Outro avanço que começa a se consolidar é a substituição das centrais dosadoras pelas misturadoras.
Crédito: Marina Pastore

Durante a apresentação, um exemplo emblemático apresentado foi o do Aeroporto de Lima, no Peru, que teve uma concretagem de grandes dimensões: foram 48 caminhões em fila, durante oito horas, preenchendo uma estrutura de 1,20 metro de espessura, 12 metros de altura e 32 metros de comprimento em uma única etapa. “O resultado só foi viável porque se utilizou um microconcreto desenvolvido especialmente para garantir fluidez, resistência e sustentabilidade”, afirmam Holanda e Bottino.

Esse tipo de tecnologia também está presente em concretos autoadensáveis, capazes de preencher estruturas densamente armadas sem a necessidade de vibração. “A solução é usada tanto em peças pré-moldadas e vigas protendidas quanto na recuperação de edificações antigas, que exigem materiais capazes de ocupar espaços confinados, com acabamento de alta qualidade e sem retrabalho”, destacam os especialistas.

Granulometria controlada

De acordo com Holanda e Bottino, a demanda por concretos mais sofisticados, no entanto, impõe novos desafios aos produtores de agregados e às concreteiras. “Para atender ao mercado, é necessário fornecer materiais com granulometria controlada, sem arestas e sem contaminação com pó de pedra e pedrisco. Nessa condição, o agregado naturalmente proporciona uma redução de 15% a 20% na água de amassamento. Esse fator é altamente sustentável e ainda acrescenta um parâmetro importante de durabilidade. Em outras palavras: há menos consumo de água e de cimento. Consequentemente, há menor emissão de CO₂”, alertam.

Nesse cenário, a areia artificial ganha espaço como alternativa sustentável. Segundo Holanda e Bottino, diferente do pó de pedra residual da britagem, que não possui controle de qualidade, a areia artificial é intencionalmente produzida, com maior qualidade, e já foi utilizada em obras de grande porte no Brasil e no exterior, muitas vezes substituindo totalmente a areia natural. “Além de oferecer durabilidade e uniformidade ao concreto. E tem o aspecto ambiental disso, porque se isso fica estocado, acaba se tornando um passivo ambiental”, pondera.

Fontes
Francisco Holanda é diretor técnico da Holanda Engenharia.
Benito Bottino é diretor técnico da Sobratema.

Contatos
contato@holandaengenharia.com.br
sobratema@sobratema.org.br

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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