Construção com impressão 3D de concreto: como o Brasil está?
Em webinar promovido pelo HubIC, pesquisador Rafael Pileggi mostra o quanto a tecnologia ainda tem a evoluir
Professor da Escola Politécnica da USP, Rafael Pileggi é atualmente um dos principais pesquisadores do Brasil sobre impressão 3D de concreto. Segundo o engenheiro de materiais, a tecnologia ainda impõe desafios, mas já possui avanços significativos para projetos de casas, pontes pequenas, passarelas e até torres para equipamentos de telecomunicação. Foi o que evidenciou em recente webinar promovido pelo hubIC – centro de inovação e construção digital, mantido por organismos como ABCP e SNIC, em parceria com a USP.
Atualmente, o concreto de Cimento Portland é o material mais utilizado em impressões, revela o professor da Escola Politécnica, que faz parte de uma network internacional para o compartilhamento de descobertas sobre a impressão 3D voltada para a construção civil. No Brasil, Pileggi admite que o país está atrás em termos de emprego da tecnologia, mas estima que em breve haverá avanços. No entender do engenheiro de materiais, a maior demanda da impressão 3D no país estará na construção de habitações de interesse social.
Rafael Pileggi avalia que a impressão 3D está passando por uma fase de encantamento. Ele explica o porquê. “A impressão em 3D encanta, pois possibilita a liberdade das fôrmas e a liberdade das formas. Também induz uma construção mais rápida e mais sustentável”, diz. Por conta dessas qualidades, o professor da USP avalia que a tecnologia terá sua maior demanda para o combate ao déficit habitacional. “Em 2018, o mundo tinha 1 bilhão de pessoas morando em habitações inadequadas. Em 2030, esse número pode chegar a 3 bilhões. Isso nos obriga a construir mais, melhor e mais rápido”, completa.
Impressão não está totalmente automatizada e ainda depende de processos manuais
Mas a pergunta que não quer calar é: a tecnologia está madura? Para Rafael Pileggi, ainda não. “Ela apresenta problemas de acabamento e dificuldades para vencer alturas. Além disso, precisa de uma sintonia fina entre máquina, software, material e projeto. Existem vários vídeos disponíveis na internet sobre impressão 3D de concreto, mas poucos mostram que a impressão não é totalmente automatizada, pois ainda tem etapas manuais. A tecnologia não está totalmente resolvida, pois ela não é feita de uma única tecnologia ou de um único sistema. A impressão 3D é multietapa e resulta da combinação de subsistemas”, define.
Em sua apresentação no webinar, Rafael Pileggi apresentou vários exemplos de obras feitas com impressão 3D de concreto. Citou a primeira casa erguida com a tecnologia no Brasil, no Rio Grande do Norte. Abordou como a impressão 3D é usada para construir pontes. Falou do maior prédio já construído com a tecnologia, em Dubai, e mostrou como o sistema tem potencial para enfrentar o déficit habitacional. “A impressão 3D de concreto está acelerando exponencialmente, mas ainda não existe uma tecnologia dominante. O Brasil tem plenas condições de desenvolver a sua tecnologia”, conclui.
Assista ao webinar “Panorama da Impressão 3D de concreto”
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Panorama da Impressão 3D de concreto”, promovido pelo HubIC (centro de inovação e construção digital)
Contato
hubic@hubic.org.br
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
05/12/2024
Belém vai sediar COP 30 em 2025 e obras de infraestrutura já estão transformando a capital paraense
De 10 a 21 de novembro de 2025, Belém do Pará será palco da 30ª Conferência das Partes (COP 30), evento anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima…
05/12/2024
Como o fim da escala 6×1 impactaria a construção civil?
A redução da jornada de trabalho, com o fim da escala 6x1, está em debate no Congresso e também em diversos setores do mercado de trabalho. Atualmente, a Constituição limita a…
05/12/2024
Da fachada ao futuro: como o Prêmio Obra do Ano da ABCIC transforma a construção civil no Brasil
Praça Lindenberg venceu Prêmio Obra do Ano como Destaque do Júri. Crédito: Divulgação O Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, promovido pela Associação Brasileira…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.