Construção Civil sustenta geração de empregos e projeta futuro desafiador diante dos juros altos
No Paraná, crescimento é sustentado por programas habitacionais e investimentos privados
O Brasil ultrapassou o número de 3 milhões de trabalhadores formais no setor da construção civil, patamar que não ocorria desde 2014. Já no estado do Paraná, existem atualmente 183.027 trabalhadores formais, demonstrando que o setor é um dos mais relevantes quando o assunto é geração de empregos no país.

De acordo com dados do Novo Caged, o setor gerou 129.775 empregos com carteira assinada em julho de 2025. Desse total, 19.066 vieram da Construção Civil, que respondeu por 14,69% das vagas abertas no país. O saldo positivo, fruto de 221.024 admissões e 201.958 desligamentos, representou um salto de 94,15% em relação a junho, quando haviam sido criados 9.820 postos de trabalho.
Além disso, o salário médio de admissão, de R$ 2.490,54, é superior à média nacional (R$ 2.277,51). “Isso mostra que a construção não só emprega muito, como oferece remuneração acima da média, reforçando seu papel na valorização do trabalho formal”, destaca Ieda Vasconcelos, economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sinduscon-MG.
Todos os ramos da construção fecharam julho em alta no número de empregos: construção de edifícios (6.095), infraestrutura (7.681) e serviços especializados (5.290). O setor alcançou 3,035 milhões de trabalhadores, crescimento de 2,91% em relação a julho de 2024.
Paraná: estabilidade e novos motores de crescimento
No Paraná, o saldo acumulado de empregos na construção chegou a 9.714 vagas entre janeiro e agosto de 2025, com 465 postos gerados apenas em agosto. O estado contabiliza hoje 183.027 trabalhadores formais, número maior que os 177.370 registrados em agosto de 2024.

Crédito: Divulgação
Segundo o presidente do Sinduscon-PR, Carlos Cade, a força dos programas habitacionais explica parte desse desempenho. “A sinergia entre o Minha Casa, Minha Vida (Federal) e o Casa Fácil Paraná (Estadual) garante um fluxo previsível de obras. Isso dá segurança para que as construtoras invistam e contratem continuamente. Além disso, a estabilidade econômica e a segurança jurídica do Paraná têm atraído capital privado para lançamentos imobiliários e obras de infraestrutura”, afirma.
As funções mais demandadas no estado incluem mestres de obras, carpinteiros de formas, eletricistas, hidráulicos, armadores de ferragens e profissionais de acabamento fino, como gesseiros, azulejistas e pintores especializados.
Desafios da mão de obra e inovação tecnológica
Apesar do bom desempenho, a construção enfrenta gargalos de qualificação. “O setor precisa investir massivamente em treinamento, em parceria com o Sistema S, preparando profissionais para atender às exigências da construção moderna, que vão além do ofício e incluem gestão e segurança”, observa Cade.
A inovação também é vista como estratégica. “Ferramentas como BIM, softwares de gestão e novos sistemas construtivos tornam o setor mais ágil e atrativo para as novas gerações, reduzindo a percepção de trabalho pesado e posicionando a construção como uma carreira tecnológica e promissora”, acrescenta.
Juros seguem como entrave para investimentos
Se, por um lado, os números recentes confirmam a vitalidade da construção, por outro o futuro preocupa. “Para mantermos o ritmo de geração de empregos, precisamos de novos lançamentos. Mas a taxa de juros nesse patamar elevado acaba inibindo os investimentos produtivos”, alerta Ieda Vasconcelos.
A economista lembra que, há três trimestres consecutivos, empresários apontam os juros como principal obstáculo. “O crédito caro afeta diretamente quem constrói. Isso pode adiar lançamentos e comprometer o ritmo de contratações no médio e longo prazo”, conclui.
Perspectivas

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A expectativa da CBIC é de crescimento de 2,3% no PIB da construção em 2025, sustentado principalmente por programas habitacionais e pela retomada de investimentos privados. No Paraná, a visão é otimista. “As perspectivas são de continuidade, com o setor mantendo seu papel de destaque na geração de empregos. Se tivermos um ambiente de juros mais favorável, 2026 pode ser ainda mais promissor”, prevê Carlos Cade.
Para Ieda, o recado é claro: “O país tem déficit habitacional de quase seis milhões de moradias e metade da população sem acesso a saneamento. A base do crescimento sustentado está na construção civil. O setor não é apenas estratégico, é essencial para o desenvolvimento nacional”.
Entrevistados
Ieda Vasconcelos é economista chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). É doutora e mestre em Administração de Empresas pela Universidade FUMEC. Possui Pós-graduação Lato Sensu em Gestão de Negócios pela UFMG e em Finanças pela PUC-MG, e é Bacharel em Economia pela PUC-MG. Foi professora e coordenadora do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Unihorizontes. Realiza palestras sobre conjuntura econômica nacional e do setor da Construção Civil em todo o País.
Carlos Cade é presidente do SindusconPR.
Contatos
comunicacao@cbic.org.br (Assessoria de Imprensa)
fabiane.ribas@sindusconpr.com.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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