Construção civil retrai fortemente no 1º mês da pandemia

Números apresentados pela Abramat e pela Anamaco mostram tamanho do impacto causado pelo Coronavírus no setor
23 de abril de 2020

Construção civil retrai fortemente no 1º mês da pandemia

Construção civil retrai fortemente no 1º mês da pandemia 150 150 Cimento Itambé

Associações como Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) e Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção ) começam a revelar os impactos que o primeiro mês da pandemia de Coronavírus causou na indústria e no varejo de materiais da construção. No Brasil, o mês de março foi de forte retração. Como consequência da crise, 8% das indústrias do setor interromperam a produção em sua totalidade, enquanto 17% suspenderam em mais de 50%. Outros 25% reduziram entre 31% e 50% a produção e 50% operaram no modo “slow down” (redução de até 30%). 

No varejo, as lojas de materiais de construção acusaram queda de 54% nas vendas, em março. Por outro lado, os estabelecimentos que já operavam com venda online (e-commerce) registraram queda de “apenas” 8% no volume de vendas, na comparação com fevereiro. Parte da queda acentuada no volume de negócios se deve às reações de prefeituras e governos estaduais, que, primeiramente, determinaram o fechamento do comércio de materiais de construção. Em abril, a reabertura foi concedida pela maioria das cidades e a expectativa é que o mês feche com resultados menos negativos.

Dados do Sebrae  mostram que 70% das lojas que compõem o varejo de material de construção no país são de pequeno porte. Por isso, na média, elas possuem capital de giro para operar no máximo 27 dias, o que explica o fato de que muitas iniciaram o mês de abril já em situação crítica. Números da Fecomercio e do Sincomavi (Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção) reforçam a queda detectada pelo Sebrae. “Ainda estamos avaliando o tamanho do problema. Em março, houve redução de 60% no faturamento nominal do varejo sobre fevereiro”, diz Jaime Vasconcelos, economista da Fecomércio-SP e assessor econômico do Sincomavi-SP.

Momento é de cooperação e ação entre os vários setores da economia

No lado industrial do setor, a Abramat aponta que 66% de seus associados detectaram que o resultado das vendas de março foi pior que o esperado. Para 17% ficou acima e para outros 17% em linha. Segundo Rodrigo Navarro, presidente-executivo da Abramat, o momento é de cooperação e ação. “Outros setores da economia vêm apresentando propostas em sinergia com o que a construção civil também está precisando. É hora de trabalharmos em conjunto para, de forma criativa e proativa, chegarmos a respostas efetivas para esse momento e, na sequência, à retomada pós-crise”, avalia.

Projetando o impacto da pandemia no faturamento das empresas, Abramat e Anamaco estimam que 58% delas terão redução entre 20% e 40% no segundo trimestre de 2020 (abril, maio e junho). Para o ano, 8% seguem otimistas, acreditando que seus números serão melhores que os de 2019. Já 42% têm a expectativa de obter resultados similares aos do ano passado, enquanto 50% avaliam que terão um decréscimo que pode variar de 11% a 30% na comparação com 2019. Antes da crise desencadeada pela Covid-19, os números de janeiro e fevereiro sinalizavam que 2020 poderia resgatar percentuais de crescimento semelhantes aos de 2013, quando o varejo da construção civil elevou suas vendas em 6,9%, de acordo com o IBGE.  

Entrevistado
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) e Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) (via assessorias de imprensa)

Contato
abramat@abramat.org.br
press@anamaco.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

23 de abril de 2020

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