Associações como Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) e Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção ) começam a revelar os impactos que o primeiro mês da pandemia de Coronavírus causou na indústria e no varejo de materiais da construção. No Brasil, o mês de março foi de forte retração. Como consequência da crise, 8% das indústrias do setor interromperam a produção em sua totalidade, enquanto 17% suspenderam em mais de 50%. Outros 25% reduziram entre 31% e 50% a produção e 50% operaram no modo “slow down” (redução de até 30%).
No varejo, as lojas de materiais de construção acusaram queda de 54% nas vendas, em março. Por outro lado, os estabelecimentos que já operavam com venda online (e-commerce) registraram queda de “apenas” 8% no volume de vendas, na comparação com fevereiro. Parte da queda acentuada no volume de negócios se deve às reações de prefeituras e governos estaduais, que, primeiramente, determinaram o fechamento do comércio de materiais de construção. Em abril, a reabertura foi concedida pela maioria das cidades e a expectativa é que o mês feche com resultados menos negativos.
Dados do Sebrae mostram que 70% das lojas que compõem o varejo de material de construção no país são de pequeno porte. Por isso, na média, elas possuem capital de giro para operar no máximo 27 dias, o que explica o fato de que muitas iniciaram o mês de abril já em situação crítica. Números da Fecomercio e do Sincomavi (Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção) reforçam a queda detectada pelo Sebrae. “Ainda estamos avaliando o tamanho do problema. Em março, houve redução de 60% no faturamento nominal do varejo sobre fevereiro”, diz Jaime Vasconcelos, economista da Fecomércio-SP e assessor econômico do Sincomavi-SP.
Momento é de cooperação e ação entre os vários setores da economia
No lado industrial do setor, a Abramat aponta que 66% de seus associados detectaram que o resultado das vendas de março foi pior que o esperado. Para 17% ficou acima e para outros 17% em linha. Segundo Rodrigo Navarro, presidente-executivo da Abramat, o momento é de cooperação e ação. “Outros setores da economia vêm apresentando propostas em sinergia com o que a construção civil também está precisando. É hora de trabalharmos em conjunto para, de forma criativa e proativa, chegarmos a respostas efetivas para esse momento e, na sequência, à retomada pós-crise”, avalia.
Projetando o impacto da pandemia no faturamento das empresas, Abramat e Anamaco estimam que 58% delas terão redução entre 20% e 40% no segundo trimestre de 2020 (abril, maio e junho). Para o ano, 8% seguem otimistas, acreditando que seus números serão melhores que os de 2019. Já 42% têm a expectativa de obter resultados similares aos do ano passado, enquanto 50% avaliam que terão um decréscimo que pode variar de 11% a 30% na comparação com 2019. Antes da crise desencadeada pela Covid-19, os números de janeiro e fevereiro sinalizavam que 2020 poderia resgatar percentuais de crescimento semelhantes aos de 2013, quando o varejo da construção civil elevou suas vendas em 6,9%, de acordo com o IBGE.
Entrevistado
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) e Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) (via assessorias de imprensa)
Contato
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330