Construção civil gasta R$ 18 bilhões com burocracia

Sobretaxas, trâmites em cartórios e lentidão do poder público elevam valor do imóvel em 12% e chegam a ocupar até 50% do ciclo da obra

Sobretaxas, trâmites em cartórios e lentidão do poder público elevam valor do imóvel em 12% e chegam a ocupar até 50% do ciclo da obra

Por: Altair Santos

O bom momento da construção civil entre 2008 e 2012 criou um efeito contrário aos negócios do setor: o aumento da burocracia. O custo do excesso de trâmites para viabilizar obras – principalmente nos principais centros urbanos do país – já equivale a R$ 18 bilhões ao ano. Por trás deste cenário que emperra a produtividade das empresas estão as prefeituras, os cartórios e a falta de uma normalização que padronize a burocracia sobre o segmento imobiliário no Brasil. Foi o que constatou estudo da consultoria Booz & Company, contratada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para avaliar o “custo da burocracia no imóvel”.

Diretoria da CBIC: empenho para desburocratizar processos na construção civil.

O levantamento foi praticamente o primeiro ato do novo presidente da CBIC, o engenheiro civil José Carlos Martins, que tomou posse no dia 1º de julho de 2014. “Somos responsáveis pelo processo de construção do imóvel e, com isso, assumimos a responsabilidade perante nossos clientes da entrega no prazo correto e com a qualidade necessária. No entanto, somos reféns, ao longo do processo, de um sistema arcaico incompatível com o momento em que vivemos. Isto é, as estruturas ficaram paradas no tempo, os conceitos estão envelhecidos e é nossa obrigação mostrar à sociedade como as coisas estão funcionando de forma excessivamente burocrática e ineficiente”, critica.

A pesquisa, que analisa os principais gargalos burocráticos que oneram e atrasam os empreendimentos imobiliários no país, também contou com o apoio da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e do MBC (Movimento Brasil Competitivo). Nela, que teve abrangência nacional e apurou dados de construtoras que operam em todo o país, além de empresas com atuação regional, observou-se que, não fosse a burocracia, os imóveis no Brasil poderiam ser construídos mais rapidamente e com custo menor.

Lento e caro
Entre as principais constatações feitas pela consultoria, estão:
1) O excesso de burocracia para a construção e aquisição da casa própria no Brasil aumenta em até 12% o valor final do imóvel para o proprietário. Isso equivale a R$ 18 bilhões por ano, considerando-se os financiamentos com recursos do FGTS e da caderneta de poupança, com base na média de unidades novas entregues anualmente.
2) A burocracia também aumenta o prazo de entrega da casa própria. Dos cinco anos que um imóvel financiado pelo FGTS pode levar para sair do papel, ou seja, do projeto à entrega, dois anos são consumidos apenas pelos processos burocráticos.
3) Os principais problemas constatados pelo estudo são: atraso na aprovação dos projetos pelas prefeituras, falta de padronização dos cartórios, falta de clareza nas avaliações das licenças ambientais e mudanças na legislação que atingem obras já iniciadas, como alterações nos planos diretores e de zoneamento, por exemplo.

Para reverter esse quadro, o setor da construção civil propõe a redução destes custos burocráticos por meio de melhores práticas para análise e aprovação dos projetos imobiliários, assim como a padronização e a revisão das legislações municipais, estaduais e federais, além de investimento em informatização de processos que liberam financiamentos aos compradores. A conclusão é que se essas medidas forem implantadas elas poderão não só reduzir os custos como diminuir de 60 para 32 meses o prazo para entrega dos imóveis.

Clique aqui e confira o estudo completo.

Entrevistado
Engenheiro civil José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção

Contato
comunica@cbic.org.br

Crédito Foto: Silvio Simões/CBIC

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo