Construção civil cresce quatro vezes mais que o PIB
Setor avançou 4% em 2012, segundo dados do SindusCon-SP, e as melhores taxas estão ligadas à geração de emprego formal, com desempenho de 5,8%.
Setor avançou 4% em 2012, segundo dados do SindusCon-SP. As melhores taxas estão ligadas à geração de emprego formal, com desempenho de 5,8%
Por: Altair Santos
Enquanto a projeção é que o PIB brasileiro em 2012 fechará na casa do 1%, a construção civil encerra o ano com um crescimento de 4%. Apesar de ter avançado num ritmo menor do que o de 2011, que foi de 4,8%, o setor comemora a geração de empregos. A taxa teve uma melhora de 5,8% em relação ao ano passado, o que significa que há atualmente 3,415 milhões de trabalhadores atuando formalmente nas obras espalhadas pelo país.
Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) – o único que coleta dados nacionais do setor -, o desempenho de 2012 poderia ser melhor se não tivesse ocorrido a redução de investimentos por parte das empresas e do setor público, que mais uma vez negligenciou as obras de infraestrutura. Além disso, houve um baixo ritmo de contratações de moradias para a faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida.
De acordo com o vice-presidente de economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, o balanço de 2012 não pode ser considerado negativo, apesar de que as previsões eram de que o setor cresceria 5%. “A construção civil não teve o desempenho que esperávamos no começo do ano, mas a economia brasileira não teve o desempenho que todos esperavam. O número de 4% para o fechamento do ano não é um número ruim, apesar de também não ser tão bom. Este foi um ano de bastante trabalho e ajuste”, disse.
Para 2013, o SindusCon-SP avalia que a construção civil deve crescer entre 3,5% e 4%. “O Brasil precisa muito mais do que isso, precisa de infraestrutura, moradia, indústria e tudo o que a construção civil tem a oferecer. Se tivéssemos uma facilidade melhor para trabalhar seria muito bom, mas estamos inseridos na economia brasileira, que é de baixa produtividade”, avalia Zaidan.
Para reverter esse quadro, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) propôs recentemente ao governo federal a adoção de medidas que estão no programa Compete Brasil. Trata-se de um plano para impulsionar a construção civil nos próximos dez anos e que sugere a superação de gargalos da cadeia produtiva, através de mudanças na área de planejamento e gestão, segurança jurídica, fonte de recursos, mão de obra, tributação e eficiência produtiva. De acordo com o Compete Brasil, a construção civil representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e é o quarto setor que mais emprega no país.
Estima-se que a cada R$ 1 milhão gerados pela construção, 70 pessoas são empregadas. Como ainda existem obras contratadas de 2009 e 2010, e que devem entrar em ritmo acelerado em 2013, assim como os projetos dos megaeventos Copa do Mundo e Olimpíadas, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) avalia que o setor deverá gerar ainda mais postos de trabalho no ano que vem. “Como a expectativa é de crescimento maior para 2013, acreditamos que a construção deva aumentar o número de trabalhadores em 20% no próximo ano”, destaca o vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins.
Entrevistado
Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do SindusCon-SP (via assessoria de imprensa)
Currículo
– Eduardo Zaidan é graduado em engenharia civil pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Tem pós-graduação em administração de empresas pela EASP FGV-SP e MBA executivo em construção civil pela Escola de Economia da FGV-SP
– Possui mais de 30 anos de experiência no mercado imobiliário e da construção e é diretor de economia do SindusCon-SP
Contato: sindusconsp@sindusconsp.com.br
Créditos foto: Marcelo Camargo/ABr
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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