Congresso do IBRACON destaca os desafios das edificações altas

Especialistas discutiram temas como protensão, lajes em situação de incêndios, colapso progressivo e argamassas para fachadas

Com o avanço da verticalização das cidades brasileiras, projetar e executar estruturas cada vez mais altas tornou-se um dos grandes desafios da engenharia contemporânea. No 66º Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo IBRACON, o Seminário de Edifícios Altos e Estruturas Protendidas reuniu especialistas para discutir soluções que unem inovação, segurança e durabilidade. Protensão, estruturas pré-fabricadas, incêndios e desempenho de materiais estiveram entre os assuntos mais debatidos, revelando o quanto a engenharia nacional está evoluindo para atender a essas novas demandas.

Protensão como solução estrutural 

A protensão foi apresentada pela engenheira Micheli Mohr, da EVEHX Global Co., como uma das soluções estruturais mais importantes da atualidade. Em sua palestra, ela lembrou que a técnica, antes restrita a pontes e obras de infraestrutura, hoje é amplamente aplicada em arranha-céus e edifícios comerciais. “A protensão nasceu da necessidade de criar estruturas mais robustas e econômicas, e hoje é sinônimo de eficiência e sustentabilidade”, afirmou. Segundo Mohr, os avanços em aços de alta resistência, softwares e métodos construtivos impulsionaram a aplicação da protensão aderente e, mais recentemente, da não aderente, predominante no Brasil. Ela destacou ainda que o sistema reduz deformações, melhora o desempenho sísmico e eólico e aumenta a durabilidade das estruturas. “Nos edifícios superaltos, a protensão virou o arroz com feijão da engenharia moderna”, comentou.

Avanços na verticalização e estruturas cada vez mais altas, impulsionaram a evolução da engenharia nacional.
Crédito: Envato

Lajes protendidas em situação de incêndio

Já o engenheiro Marcos Terra, diretor técnico na Atex Brasil, abordou um tema ainda pouco explorado: as lajes protendidas em situação de incêndio. Ele lembrou que, apesar da recente revisão da NBR 15200:2024, ainda há poucos ensaios e dados experimentais que permitam compreender melhor o comportamento dessas lajes sob altas temperaturas. “Faltam estudos específicos sobre o desempenho das lajes protendidas em incêndios. Precisamos de mais cooperação entre projetistas, universidades e associações técnicas para avançar nesse tema”, ressaltou. Terra explicou que a resistência ao fogo está diretamente ligada à profundidade do aço inferior (C1) e à espessura da laje, fatores que garantem integridade estrutural e compartimentação entre pavimentos. Ele também comentou sobre a possibilidade de incluir revestimentos aderidos, como contrapiso e gesso, no cálculo da resistência ao fogo — uma das novidades da norma.

Colapso progressivo em estruturas pré-fabricadas

A questão da segurança estrutural também foi destaque na palestra do engenheiro Carlos Melo, sócio-diretor na CMA Engenharia, que tratou do colapso progressivo em estruturas pré-moldadas. Segundo ele, o problema está menos no tipo de sistema construtivo e mais na qualidade do projeto e das ligações. “Não é o método construtivo que define o risco de colapso, mas sim o cuidado técnico durante o projeto e a execução”, afirmou. Melo lembrou que a fase mais crítica é a de montagem, quando a estrutura ainda não está totalmente solidarizada, e reforçou a importância de seguir corretamente as sequências construtivas. “Muitos acidentes poderiam ser evitados com planejamento e controle. O engenheiro precisa antecipar as condições reais da obra”, disse.

Argamassa para fachadas de grandes alturas

Por fim, o engenheiro Luiz Trevisol, gerente técnico do Grupo Hobimix Argamassa e Concreto, apresentou os resultados de dois anos de pesquisa sobre o desenvolvimento de argamassas de hidratação controlada para fachadas de grandes alturas, em conformidade com a NBR 13281. O objetivo foi criar um produto com baixo módulo de elasticidade (cerca de 6 GPa), alta aderência e estabilidade química, adequado a fachadas acima de 60 metros. “Buscamos um equilíbrio entre resistência, elasticidade e durabilidade”, contou Trevisol. O estudo envolveu uma análise detalhada de matérias-primas e resultou em uma argamassa capaz de reduzir fissuras e manter o desempenho por longos períodos. “O segredo está na integração entre indústria, laboratório e campo — é isso que garante o sucesso das obras”, concluiu.

Fontes

66º Congresso Brasileiro do Concreto 2025 – IBRACON

Cobertura da equipe do Massa Cinzenta – Cimento Itambé

Contato 

Assessoria de imprensa Ibracon – fabio@ibracon.org.br 

Foto Edifícios Altos

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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