No Brasil, concreto translúcido ainda está na academia
Pesquisadores alegam que faltam empresas dispostas a investir no material, o qual tem uso cada vez mais relacionado com a arquitetura
Pesquisadores alegam que faltam empresas dispostas a investir no material, o qual tem uso cada vez mais relacionado com a arquitetura
Por: Altair Santos
Em países europeus, assim como nos Estados Unidos, Canadá e Japão, o concreto translúcido está cada vez mais incorporado ao ambiente urbano e das edificações. A arquitetura desfruta do material para criar monumentos, destacar o mobiliário urbano ou como elemento decorativo em casas e edifícios. No Brasil, porém, a tecnologia ainda se limita às pesquisas acadêmicas, como revelou o professor-doutor Bernardo Tutikian, coordenador do Instituto Tecnológico de Desempenho para Construção Civil (itt Performance) da Unisinos-RS. “Faltam empresas para produzir e colocá-lo no mercado”, diz o pesquisador, que palestrou na edição 2017 do Concrete Show, realizado de 23 a 25 de agosto na cidade de São Paulo-SP.
O engenheiro civil Bernardo Tutikian atua na pesquisa do concreto translúcido desde 2009. Antes, em 2006, o professor-doutor Hélio Adão Greven deu os primeiros passos na UFRGS. Em 2008, com o professor Francisco Carvalho, foi a Universidade de Sobral-CE quem investiu no desenvolvimento do material. Em seguida, vieram a Universidade Federal de Santa Catarina, em 2010; a UNICAMP, em 2013, e mais recentemente a PUC-PR. No entanto, nenhuma empresa ainda se dispôs a produzir concreto translúcido em escala de mercado no Brasil, apesar de sua produção ser relativamente fácil. “O que torna o concreto translúcido é o uso de fibras ópticas. O essencial é que elas estejam de um ponto a outro, para permitir a passagem da luz”, explica Tutikian.
As fibras ópticas podem ser distribuídas uniformemente ou de forma randômica. Não existe uma restrição ao tipo de concreto a ser colocado na fôrma, apesar de que o autoadensável é o que tem sido usado com mais frequência. No começo do desenvolvimento da pesquisa, o custo do m3 ficava em torno de R$ 2.400,00. Atualmente, com a fibra óptica custando em torno de R$ 1,00 o metro, o valor de produção caiu consideravelmente. “O que ainda encarece é a mão de obra, já que o concreto translúcido segue produzido de maneira artesanal”, relata o professor da Unisinos, que ainda busca resposta sobre a durabilidade do material. “Temos peças na Unisinos que já duram dez anos. A dúvida é saber o quanto a fibra óptica resiste à alcalinidade do concreto. Diria que o estado da arte do concreto translúcido desenvolvido no Brasil hoje é de dez anos”, completa.
Luminosidade e normas técnicas
O concreto translúcido foi inventado em 2001 pelo húngaro Aron Losonczi, que patenteou a tecnologia em 2005. Não é à toa que a Hungria está entre os países que mais exportam peças de concreto translúcido. O material também está consolidado industrialmente em países como Alemanha, Áustria e República Checa. “Medições constatam que a tecnologia possibilita economia de até 20% no consumo de energia, devido à luminosidade que o concreto permite transpassar para o ambiente”, revela Bernardo Tutikian, lembrando que no Brasil o concreto translúcido deve seguir as principais normas técnicas que permeiam a construção civil no país, que são: ABNT NBR 15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho; ABNT NBR 5674 – manutenção de Edifícios; ABNT NBR 14037 – Manual de Operações uso e Manutenção das Edificações, e ABNT NBR 16280 – Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos.
Entrevistado
Engenheiro civil Bernardo Fonseca Tutikian, professor-doutor e coordenador do Instituto Tecnológico de Desempenho para Construção Civil (itt Performance) da Unisinos-RS (com base em palestra concedida no Concrete Show 2017)
Contato
bftutikian@unisinos.br
Crédito Fotos: LitraCon e Cia. de Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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