Concreto em túneis supera 11 milhões de m³ no Brasil

Em 20 anos, obras subterrâneas cresceram 500%, segundo números do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT) e do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon)

Em 20 anos, obras subterrâneas cresceram 500%, segundo números do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT) e do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon)

Por: Altair Santos

Em pouco mais de duas décadas, o uso de concreto em construções subterrâneas quase triplicou no Brasil. Saiu do patamar de 4 milhões de m³ para 11 milhões de m³, segundo dados do Comitê Brasileiro de Túneis. No mesmo período, ou seja, entre os anos 1990 até 2012 – duração do levantamento – as obras envolvendo túneis no Brasil cresceram aproximadamente 500%. As informações foram apresentadas no Congresso Mundial de Túneis (World Tunnel Congress – WTC 2014) que aconteceu de 9 a 15 de maio em Foz do Iguaçu-PR.

Imagem da construção da linha 1 do metrô de São Paulo, com a TBM chegando à estação São Bento, em 1973

A demanda maior por túneis veio da indústria da construção voltada às hidrelétricas. Desde que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu, em 1998, regras para o investimento privado para a geração de eletricidade, um grande número de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) foi construído com obras subterrâneas associadas. A opção pelos túneis para a transmissão da água até a usina geradora de energia está ligada à redução do impacto ambiental. O Brasil conta atualmente com 389 PCHs e há projetos para que esse número avance até 900. Porém, desde 2010, o interesse do governo federal em priorizar o uso de termoelétricas desestimulou o setor.

Antes da construção de túneis para abastecer usinas hidrelétricas, o Brasil utilizou a escavação de rochas para transpor obstáculos e construir sua primeira malha ferroviária, a partir do século 19. O imperador Dom Pedro II foi o incentivador de linhas férreas transpassando túneis e estimulou as escolas de engenharia da época a desenvolverem a tecnologia de construções subterrâneas a partir de explosões com dinamite. Assim, túneis, que antes levavam até sete anos para serem abertos, passaram a ser construídos em onze meses. Na época, o Brasil teve no engenheiro Francisco T. da Silva Telles o protagonismo de ser o maior executor de túneis do país.

Entre os anos 1950 e 1960, o Brasil passou a viabilizar túneis urbanos. A cidade do Rio de Janeiro foi pioneira neste tipo de construção. Em Copacabana, foram concluídos os túneis Sá Freire Alvim (1960) e Major Vaz (1963). Também nos anos de 1960, dois dos maiores túneis da cidade foram entregues ao tráfego: o Santa Bárbara (1963) e o Rebouças (1967). Em 1971, vieram os túneis de interligação da Zona Sul com a Barra da Tijuca (Joá, São Conrado e Dois Irmãos). Depois, ainda nos anos de 1970, concluíram-se as obras do Frei Caneca e do Noel Rosa.

Na sequência, o país começou a projetar suas primeiras linhas de metrô. Na linha 1 de São Paulo, construída no início dos anos 1970, foram utilizados todos os tipos de métodos disponíveis na época: NATM (New Austrian Tunnelling Method), valas a céu aberto (cut&cover) e TBMs (Tunnel Boring Machines). A obra serviu para balizar as demais construções de linhas de metrô no país e até hoje serve como referência, apesar de todo o avanço tecnológico e de equipamentos para a construção de túneis.

Clique aqui para saber mais sobre a história dos túneis no Brasil.

Entrevistado
Comitê Brasileiro de Túneis
Contato: www.tuneis.com.br

Crédito Foto: Divulgação/MetroSP

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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