Concrete Show discute o futuro do pavimento de concreto

Palestras destacaram vantagens como a durabilidade do material e a questão financeira

Na Concrete Show 2025, realizada em São Paulo (SP), especialistas em pavimento de concreto chamaram atenção para erros que ainda comprometem a qualidade e a durabilidade da técnica no Brasil. Traço inadequado, falta de capacitação da mão de obra e uso incorreto de equipamentos estão entre as falhas mais comuns, mas que poderiam ser facilmente evitadas. Ao mesmo tempo, o evento trouxe novidades que apontam para o futuro do setor, como o avanço de tecnologias nacionais em maquinário e o uso de macrofibras estruturais, capazes de reduzir custos e aumentar a eficiência das obras.

Vantagens do pavimento de concreto

Ruben Caetano acredita que hoje o mercado já conta com equipamentos desenvolvidos no Brasil que atendem bem a pavimentação de concreto.
Crédito da imagem: Marina Pastore

Durante o evento, Ricardo H. Moschetti, gerente do Estado de São Paulo, da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), levantou algumas vantagens do pavimento de concreto:

  • Questão ambiental: a durabilidade do pavimento de concreto se torna ainda mais evidente. Com manutenção adequada ao longo do tempo, é possível proporcionar ao usuário — seja caminhão ou frota — uma redução significativa no consumo de combustível e de óleo, além de menor emissão de CO₂. Um dos fatores decisivos está no IRI (Índice de Irregularidade Internacional): pavimentos de concreto apresentam menor crescimento desse índice ao longo dos anos, garantindo um rolamento mais contínuo e, portanto, mais eficiente.
  • Comportamento: por sua natureza elastoplástica — e, em alguns casos, termoplástica devido à variação de temperatura —, o asfalto tende a sofrer deformações que aumentam a resistência ao rolamento. Já o concreto mantém a superfície mais estável, reduzindo o esforço extra do veículo e, consequentemente, o impacto ambiental. Intervenções como o “cepilhado”, um desbaste no pavimento, ainda permitem aperfeiçoar o IRI e prolongar a vida útil da via.
  • Financeiro: Do ponto de vista econômico, o pavimento de concreto também tem mostrado competitividade. Exemplos recentes no Brasil, como concessões rodoviárias e obras públicas, comprovam que, apesar de o investimento inicial ser, em alguns casos, superior ao do asfalto, o custo de manutenção ao longo de 20 a 30 anos é consideravelmente menor, resultando em melhor valor presente para investidores e gestores públicos. Não por acaso, estados como o Paraná vêm ampliando seus programas de pavimentação em concreto.

Falhas evitáveis na pavimentação em concreto

Na palestra “Pavimentação de Concreto: Inovações, Falhas Evitáveis e o que mundo está fazendo”, Ruben Caetano, diretor administrativo na IMB Brasil, trouxe algumas falhas comuns com relação ao pavimento rígido:

  • Traço de concreto

Desenvolvimento do traço de concreto ideal para suprir as necessidades do projeto e garantir a qualidade e durabilidade do pavimento.

  • Falta de capacitação técnica

Falta de conhecimento e capacitação da equipe impacta diretamente na qualidade, resultado e produtividade da obra.

  • Dimensionamento de equipamento

Garante produtividade, evita falhas de execução e eleva a durabilidade do pavimento. “A geometria tem que ser bem analisada quando desenvolve o pavimento, pois podem ocorrer problemas como a falha de direcionamento da máquina. Um erro que pode acontecer é quando a área de transição não é considerada e a junta de dilatação das placas fica exatamente embaixo da linha de rodagem. Com o uso ao longo do tempo e peso dos caminhões, isso vai trazer problemas, pois vai forçar a ponta da placa. Isso tem que ser avaliado no processo”, explica Caetano.

Futuro da pavimentação de concreto no Brasil

Durante sua palestra, Caetano discutiu alguns aspectos relacionados ao futuro da pavimentação de concreto no Brasil. “Hoje nós temos, a nível nacional, mais de 2.000 km de rodovias com pavimento de concreto liberados para serem executados”, pontua.

Com relação aos maquinários, Caetano acredita que hoje o mercado já conta com equipamentos desenvolvidos no Brasil que atendem a esta necessidade. “Antes, éramos obrigados a aceitar o que o mercado lá fora fazia. Só que muitas vezes estes equipamentos eram superdimensionados para as nossas necessidades e isso tornava os equipamentos caros que não viabilizavam o investimento. Agora, já temos máquinas que podem trabalhar desde um pequeno loteamento, fazer uma ciclovia em pavimento de concreto, a grandes rodovias”, afirma. Caetano cita o exemplo de uma máquina extrusora de concreto, que é 100% automatizada. “Esse equipamento aumentou a produtividade média das obras de 20% a 30% mais. Ele tirou a interferência do operador. Essas máquinas também trazem um concreto com um slump mais elevado, conseguimos ter uma trabalhabilidade melhor. Com os novos equipamentos, conseguimos fazer de 5 a 6 metros por minutos – antes esse índice era de 2 metros por minuto”, justifica.

Caetano também vê novos conceitos de projetos e desenvolvimento. “Antigamente, tínhamos espessuras muito altas de concreto, com 20 ou 30 cm, com malhas de ferro. Hoje há uma infinidade de empresas que utilizam macrofibras, que permite que o pavimento de concreto tenha uma espessura delgada, com 10 ou 15 cm. Isso reduz o custo de material, aumenta a produtividade e permite a viabilização de novos projetos com execução e aplicação destas tecnologias”, pondera.  

Fontes
Ruben Caetano é diretor administrativo na IMB Brasil.
Ricardo H. Moschetti, gerente do Estado de São Paulo, da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Contatos
Ruben Caetano – contato@imb-brasil.com.br
Assessoria de Imprensa ABCP: daniela.nogueira@fsb.com.br

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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