Como fazer sua empresa não parar no tempo e continuar tendo sucesso

Roberto Tranjan* afirma que, uma empresa precisa manter flexibilidade para fazer frente às mudanças.

Roberto Tranjan* afirma que, uma empresa precisa manter flexibilidade para fazer frente às mudanças

1 – Uma empresa precisa caminhar junto com as novidades e modernidades? Por quê?

Porque nada é mais perigoso do que o sucesso de ontem. O mercado muda a cada instante, com ele as demandas e as necessidades do cliente. Uma empresa precisa manter a flexibilidade para fazer frente a essas mudanças. Precisa também manter a jovialidade, evitar envelhecer, por isso, a mudança é uma constante na vida empresarial. Mas não podemos confundir mudança com movimento, muitas empresas agitam-se muito para, ao final, acabar no mesmo lugar, embarcam em modismos, implantam modelos e sistemas de gestão, mas no fundo permanecem as mesmas.

2 – Quais são as principais diferenças das metas e objetivos das empresas atuais com as de tempos antigos?

Os principais objetivos e metas dos tempos antigos estão relacionados à produtividade e rentabilidade. O máximo de resultados com o mínimo de recursos, este era o desafio da produtividade. O máximo de retorno sobre o mínimo de ativos, este era o desafio da rentabilidade.
Esses objetivos e metas continuam importantes. Mas eles contemplam apenas a parte “corpo” da empresa. Deixam de lado outros objetivos e metas, tais como a satisfação e fidelização de clientes (parte “mente” da empresa) ou o comprometimento e lealdade da equipe (parte “alma” da empresa).
Está aí a principal diferença dos objetivos e metas dos dias de hoje, comparado aos de antigamente. Hoje, uma empresa é mais sistêmica e os seus desafios integram corpo, mente e alma. Anteriormente, para que uma empresa prosperasse bastavam os objetivos e metas de “corpo”.

3 – Quais são as diferenças e semelhanças da empresa mecanicista e da empresa orgânica? Como identificar se a minha empresa é orgânica ou mecanicista?

A principal semelhança entre uma empresa mecanicista e uma empresa orgânica está em que ambas valorizam o lucro, mas de forma diferente.
Para a empresa mecanicista, o lucro é objetivo. Para a empresa orgânica, o lucro é conseqüência. Mas não é só isso. Na empresa mecanicista, o lucro é resultado de uma equação “receitas – despesas”. Numa empresa orgânica, o lucro (corpo) é resultado de uma equipe comprometida (alma) + cliente fidelizado (mente). Na empresa mecanicista, produtividade é a principal busca. A empresa orgânica prioriza a criatividade. Com isso, muda também o modelo de liderança que cada uma adota. Um modelo autoritário combina mais com os propósitos da empresa mecanicista. Já a empresa orgânica sugere uma gestão mais participativa, capaz de formar e desenvolver uma equipe de alto desempenho. Mas as diferenças não param por aí. Para uma empresa mecanicista, todo mundo é cliente. A empresa orgânica tem foco definido e escolhe os clientes com os quais deseja trabalhar. O principal propósito da empresa mecanicista é o retorno sobre o ativo. O principal propósito da empresa orgânica é a satisfação do cliente. Esses propósitos definem de maneira distinta a estrutura organizacional, o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes de cada membro da equipe, dentre outras coisas.

4 – Quais são os benefícios e malefícios da mecanização? A mecanização ainda é apropriada para empresas cujos diferenciais estão no produto?

Por possuir um produto único ou diferenciado, ela pode recorrer à padronização e normatização para produzí-lo em série e recorrer ao máximo aos ganhos de escala. Quando os produtos se tornam intercambiáveis entre si e não faz diferença alguma para o cliente entre um ou outro, então a mecanização não será capaz de assegurar outros diferenciais. Pior: poderá funcionar como um impeditivo à evolução para um outro estágio de empresa.

5 – Qual é o papel da criatividade e das pessoas na empresa orgânica?

Uma empresa orgânica é orientada para o cliente. Essa orientação faz com que o cliente a conduza para o futuro. Suas demandas e necessidades são inspiradoras para que se criem novos produtos e serviços.
A imaginação corre solta quando uma equipe de trabalho está ligada no cliente, quer surpreendê-lo e fazê-lo feliz. Por isso, a criatividade passa a ser uma prática natural nesse tipo de empresa.

6 – A produtividade é a melhor meta a ser cumprida em uma empresa? Por quê?

A produtividade é uma meta necessária, mas não suficiente. Não podemos nunca perder de vista a produtividade, mas ela só garante o empate. Um jogo na defensiva, apenas, que coloca a vitória em risco. O jogo no ataque depende do envolvimento emocional da equipe, do trabalho no nível da excelência, das boas idéias.

7 – Uma empresa atual que tiver pensamentos antigos ainda pode dar certo?

Se ela atuar em mercados ainda rudimentares e primitivos, é possível que consiga sobreviver por mais alguns anos, mas será sempre uma luta pela sobrevivência, que é muito diferente de construir riquezas, contar uma história, deixar pegadas.

8 – Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o senhor diz que tarefas repetitivas favorecem os erros? Por quê?

Porque a repetição leva ao comportamento automático, ao trabalho sem alma, à anomia. É curioso que muitas empresas investem na padronização, pensando em diminuir os erros, mas o que acontece é que estas empresas passam o resto da vida medindo os erros, aceitando-os como metas. Na verdade, os erros diminuem quando as pessoas assumem a responsabilidade sobre eles e esse comprometimento advém da autonomia que cada um tem diante do seu trabalho. Essa autonomia permite que cada um crie e recrie o seu trabalho, o que é muito diferente de recorrer aos manuais de normas e procedimentos.

9 – Qual é o ponto de partida para uma mudança organizacional?

A verdadeira mudança organizacional ocorre, realmente, quando existe uma mudança de modelo mental. Sistemas e métodos não mudam uma empresa, quando muito otimizam o existente. Isso acontece somente quando muda a mentalidade das pessoas, aí sim uma empresa muda, sendo que o ponto de partida está nas lideranças, é a partir delas que uma empresa é capaz de contar uma nova história. Essa mudança de mentalidade recebe o nome de metanóia e esse é o maior desafio de todas as empresas que desejam dar um salto qualitativo.

* Entrevista cedida pelo consultor, educador, escritor e conferencista, Roberto Adami Tranjan.
http://www.robertotranjan.com.br
Referência:
Créditos: Caroline Veiga



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