Lajes de subpressão estanques: saiba como construir

Técnica permite a execução de fundações em subsolos com lençóis freáticos atingidos por escavações profundas

conter lençol freático nas fundações
Case de edifício construído em Brasília-DF foi usado no web seminário para mostrar as soluções usadas para conter lençol freático nas fundações. Crédito: Kali Engenharia

A demanda por edifícios altos, com mais de 20 pavimentos, têm obrigado escavações cada vez mais profundas para as fundações. Não raramente, isso pode interceptar os aquíferos e levar a engenharia a buscar dois tipos de solução: o rebaixamento definitivo, usando estruturas de contenção, ou o uso de lajes de subpressão estanques.

A primeira opção começa a cair em desuso. Em muitas cidades brasileiras já se proíbe a utilização do rebaixamento definitivo devido aos prejuízos causados ao meio ambiente. Além disso, no longo prazo, essa solução se torna de elevado custo devido aos gastos com o acionamento das bombas d’água, para que elas mantenham o rebaixamento, retirando o excedente de água, além da manutenção dos equipamentos.

Portanto, a execução de estruturas estanques projetadas para receber os carregamentos de aquíferos é solução adequada do ponto de vista ambiental e econômico. O engenheiro-projetista Renato Salles Cortopassi aplicou essa técnica na construção de um edifício de 30 pavimentos na cidade-satélite de Águas Claras, no Distrito Federal, cujas escavações atingiram 10,5 metros de profundidade e ficaram 7 metros abaixo do nível do lençol freático que passava pelo subsolo do terreno.

O engenheiro explica que antes de optar pela técnica adequada foi importante determinar o nível do aquífero, através de sondagem STP. O processo, cuja sigla vem do inglês “Standard Penetration Test” (Teste de Penetração Padrão), é muito usado para conhecer o subsolo e fornecer subsídios indispensáveis para escolher o tipo de fundação. A norma técnica ABNT NBR 6484:2001 – Solo – Sondagens de simples reconhecimentos com SPT – Método de ensaio, é que define os padrões para a sondagem STP.

O engenheiro-projetista revela que também foram usados poços de pesquisa para confirmar o nível de água do lençol freático atingido pela obra. Esses poços podem incorporar medidores pontuais (medidores de fita) ou medidores automáticos (transdutores de pressão), que permitem um monitoramento contínuo da variação do nível de água do lençol freático ao longo do tempo.

Concretagem da laje de subpressão precisa atender requisitos especiais

Definida a escolha pela laje de subpressão, Renato Salles Cortopassi explica que o plano de concretagem precisa ser cumprido com exatidão, a fim de que se evitem retrações e trincas que podem gerar vazamentos. “Esse risco é evitado com o uso de aditivo cristalizante de profundidade, também conhecido como aditivo cristalizante integral. Sem o uso do aditivo, a possibilidade de fissuração é grande, já que o aditivo tampa a porosidade do concreto e cicatriza eventuais fissuras”, alerta o engenheiro-estrutural.

No caso da concretagem no edifício construído na cidade-satélite de Brasília, Renato Salles Cortopassi afirma que tecnologistas foram responsáveis pelo controle tecnológico do concreto. Em função das características do microclima na região da obra, a concretagem só podia ocorrer quando a temperatura ambiente estivesse abaixo de 30 °C. Também foi necessário realizar a aspersão de água antes do lançamento do concreto, para que a umidade do ar no microclima em que a edificação se localiza ficasse acima de 50%, já que a umidade média na época da construção era de 25%, o que é proibitivo para esse tipo de concretagem.

Para saber mais, acesse o web seminário. Clique aqui.

Entrevistado
Reportagem com base no web seminário “Estruturas estanques submetidas a carregamentos de aquíferos – Lajes de subpressão”, da AECweb, concedido pelo engenheiro-projetista Renato Salles Cortopassi

Contato: contato@email.aecweb.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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