Contratos para famílias com renda entre R$ 1,5 mil e R$ 4 mil são os que trazem os melhores retornos ao banco, pois são pagos religiosamente
Sem dinheiro para contemplar todas as faixas de financiamento imobiliário, a Caixa Econômica Federal decidiu priorizar aquela que é considerada a que melhor cumpre os contratos dentro do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). A eleita foi a faixa que inclui famílias com renda mensal entre R$ 1,5 mil e R$ 4mil, as quais terão disponíveis uma linha de crédito suplementar de R$ 8,7 bilhões. O banco vai remanejar para a área de habitação popular o dinheiro que iria para outras linhas que também se beneficiam dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
A decisão da Caixa de priorizar essa faixa de renda do Minha Casa Minha Vida tem a ver também com o fato de que ela corresponde a 86% dos financiamentos feitos com recursos do FGTS. Assim, o banco acredita que poderá normalizar boa parte dos créditos voltados ao MCMV, e que vinham enfrentando atrasos por falta de recursos dentro do banco. Os R$ 8,7 bilhões que foram redirecionados estavam reservados para linhas de crédito oferecidas pelo banco a empresas pequenas e médias e também a financiamentos imobiliários destinados à classe média alta.
Outra razão que levou a Caixa a remanejar esses recursos é que havia queixas de que os contratos de crédito habitacional, mesmo com carta de financiamento já aprovada, estavam parados devido à falta de recursos. Em nota, o banco confirma sua decisão. “As avaliações dos imóveis em garantia ao crédito de pessoa física que tiveram sua validade expirada durante o período de transição serão renovadas automaticamente até o final do ano (2017), garantindo a continuidade dos financiamentos”, diz. Essa linha de crédito da Caixa vai contemplar cotas de financiamento de até 80% do valor do imóvel.
Na nota divulgada pelo banco, ele explica que a medida tem o objetivo claro de “manter aquecida a indústria da construção civil do país, responsável por gerar emprego e renda”. A Caixa afirma ainda que a contratação do crédito imobiliário neste ano está cerca de 20% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Até outubro de 2017, a instituição financeira diz ter emprestado R$ 72,4 bilhões em todas as suas modalidades de crédito imobiliário.
Faixa 1
Segundo o vice-presidente de habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza, a opção de liberar R$ 8,7 bilhões à faixa do MCMV que contempla família com renda mensal de até R$ 4 mil se deve ao baixo risco das operações. O banco explica que boa parte destas famílias pode usar o FGTS para dar entrada no imóvel, o que faz com que o aporte de capital da instituição financeira seja de melhor qualidade. “Dado o cenário atual de escassez de capital, o banco público busca empréstimos seguros”, afirma Nelson Antonio de Souza.
A Caixa tem sido muito prudente para liberar recursos às outras faixas do MCMV. O ministério das Cidades tomou a frente em muitas destas ações, principalmente no que se refere à faixa 1 (famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil) onde a meta é fechar 2017 com 100 mil unidades contratadas, das quais 92.304 já foram celebradas. Os recursos vêm diretamente do ministério e a Caixa apenas faz o repasse. Neste ano, o ministério das Cidades já celebrou convênios com 337 municípios, movimentando 192 empresas da construção civil – todas contratadas para viabilizar as obras dos projetos relacionados à faixa 1 do Minha Casa Minha Vida.
Entrevistado:
Caixa Econômica Federal (via assessoria de imprensa)
Contato: imprensa@caixa.gov.br
Crédito Foto: ministério das Cidades