Bombas de concreto viram rotina nas obras brasileiras
ABESC avalia que mão de obra cara, combinada com a chegada de fabricantes chineses ao país, estimula uso deste tipo de equipamento na construção civil
ABESC avalia que mão de obra cara, combinada com a chegada de fabricantes chineses ao país, estimula uso deste tipo de equipamento na construção civil
Por: Altair Santos
A tecnologia de bombeamento de concreto entra em uma nova fase no Brasil. Com as empresas dispostas a construir edifícios cada vez mais altos, equipamentos que atendem essa demanda começam a ser usados com maior frequência no país. Em 2013, entrou em funcionamento uma bomba-lança com mastro de 63 metros de comprimento, que se transformou na maior do gênero na América Latina. A tendência, segundo a ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) é que essas máquinas atinjam alturas cada vez mais significativas e virem rotina na construção civil do país. “O mercado mudou com a entrada de fábricas chinesas no Brasil. Elas estão trazendo equipamentos maiores também para o bombeamento de concreto”, revela Jairo Abud, presidente da ABESC.
Além da entrada de fabricantes chineses no Brasil, um outro fator incentiva o mercado de bombas de concreto, explica Abud. “No Brasil, recentemente, ocorreu o seguinte fenômeno: a mão de obra se tornou escassa e, consequentemente, ficou mais cara. Então, as construtoras passaram a explorar mais a produtividade que o bombeamento de concreto oferece. Esse equipamento compete sempre com o custo da mão de obra no Brasil. No passado era relativamente difícil realizar uma obra usando essas máquinas. Hoje, com os projetos dos prédios mais altos, uma combinação de fatores tornou competitivo o uso destas bombas”, diz o presidente da ABESC. “Hoje, bombas são equipamentos rotineiros nas obras brasileiras e o custo, na grande maioria dos casos, absorve com facilidade esse serviço”, completa o consultor da ABESC, Arcindo Vaquero y Mayor.
Jairo Abud dá um exemplo de como a produtividade das bombas de concreto é eficaz. “Há várias maneiras de colocar o concreto em uma laje. Ele pode ser levado de carrinho, com baldes ou por bomba de concreto. No sistema de carrinho com elevador, em obras com poucos pavimentos, é possível lançar de cinco a seis metros cúbicos por hora. Com o bombeamento é possível lançar sessenta metros cúbicos por hora, ou seja, você consegue colocar o concreto numa velocidade até dez vezes mais rápida do que no sistema convencional. Isso diminui o tempo de construção e, portanto, gera economia, pois a demora na obra encarece os custos”, afirma. Segundo Abud, atualmente, para obras que envolvam a partir de 15 m³ de concreto, já é recomendável usar bombas.
Para ser bem aproveitado por esses equipamentos, o concreto precisa ter boa fluidez. “Tem que ser um concreto mais líquido, mais mole. É preciso prepará-lo com uma quantidade maior de cimento por metro cúbico e também adicionar aditivos especiais que facilitam o bombeamento e reduzem o atrito. Esse concreto, por ter um consumo maior de cimento tem um resultado mais bonito e permite que peças aparentes fiquem melhor acabadas. Normalmente usa-se o concreto autoadensável. É uma tecnologia empregada intensamente no Brasil, inclusive utilizada nas construções do Minha Casa Minha Vida. Isso prova a viabilidade econômica do concreto bombeado”, afirma o presidente da ABESC. “Para bombear a grandes alturas é necessário que o concreto seja muito fluído e com viscosidade adequada. Além do mais, a montagem da tubulação deve evitar vazamentos de nata”, complementa Vaquero y Mayor.
Entrevistados
– Jairo Abud, engenheiro civil e economista, com atuação no setor concreteiro desde 1979 e atual presidente da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem)
– Arcindo Vaquero y Mayor, engenheiro civil e consultor técnico da ABESC
Contato: abesc@abesc.org.br
Crédito Foto: Divulgação/ABESC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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