Blocos de concreto imitam pedras e conseguem reter CO₂
Tecnologia desenvolvida no Canadá gera peças maciças com textura e formato muito semelhantes ao que se encontra na natureza
Tecnologia desenvolvida no Canadá gera peças maciças com textura e formato muito semelhantes ao que se encontra na natureza
Os blocos de concreto não param de evoluir. As inovações tecnológicas já permitem que eles mimetizem a natureza, assumindo o formato e a textura semelhantes às das pedras. Isso é possível graças a fôrmas especiais e a tintas que são misturadas ao concreto para que ele ganhe coloração semelhante à das pedras. Até a argamassa usada para unir as peças simula a cor e a textura do que se encontra na natureza. Os materiais agregados à composição dos blocos também permitem que eles sequestrem o CO2 da atmosfera, compensando a emissão de dióxido de carbono gerado na produção de cimento. A tecnologia foi desenvolvida pela canadense CarbonCure.
O conceito parte da ideia de que o concreto deve passar despercebido. Para que isso acontecesse, foi importante romper alguns paradigmas relacionados à fabricação de blocos de concreto, sem que ele perdesse resistência, qualidade e capacidade de dar agilidade à obra. “O segredo para fazer blocos que simulem pedras está nas inovações técnicas que conseguimos dar à textura. O jogo de luz e sombra em uma superfície de alvenaria quebrada aleatoriamente consegue efeitos extremamente positivos. Além disso, o trabalho com as cores foi importante. Em vez do cinza tradicional do cimento, aplicamos uma série de cores que vão do preto basalto ao branco calcário”, explica Elliot Bender, vice-presidente de desenvolvimento e comercialização de negócios da CarbonCure.
Junto com a tecnologia para desenvolver os blocos que imitam pedras, a empresa canadense conseguiu que as peças sequestrassem o dióxido de carbono (CO2) que seria liberado na produção do concreto para moldar as peças. Mais do que isso, ela inovou ao injetar CO2 no processo de produção do concreto. Segundo os pesquisadores, isso melhora a resistência à compressão, já que o dióxido de carbono funciona como um aglutinante sem sacrificar o desempenho. A injeção de CO2 se dá diretamente no caminhão-betoneira. “Quando o dióxido de carbono é injetado em concreto úmido, ele reage quimicamente com íons de cálcio liberados de cimento para formar partículas de carbonato de cálcio sólidas e nanométricas, as quais ficam permanentemente ligadas dentro do concreto”, revela Elliot Bender.
Certificação LEED
Trata-se de um processo que a natureza desenvolveu para gerar pedras e que a tecnologia permite que ela seja criada artificialmente para que os blocos de concreto maciço mimetizem as próprias pedras. “Essencialmente, estamos colocando o dióxido de carbono de volta no seu lugar legítimo, como um componente da pedra calcária”, explica o executivo da empresa canadense. A inovação possibilitou que os blocos que utilizam esse processo ganhassem o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Trata-se da primeira certificação de sustentabilidade concedida a artefatos de concreto.
Outra característica dos blocos que mimetizam pedra é que eles recebem uma impermeabilização chamada de Rainbloc. Significa que são repelentes à água de dentro para fora. Isso se deve à inclusão de um aditivo, que é acrescido também na argamassa usada para unir as peças. “Digo que conseguimos imitar a natureza e produzir pedras a partir do concreto”, completa Elliot Bender.
Entrevistado
Elliot Bender, vice-presidente de desenvolvimento e comercialização de negócios da CarbonCure (via assessoria de imprensa)
Contato: info@carboncure.com
Crédito Fotos: CarbonCure / Brampton Brick
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
03/10/2024
Comunidade do Pavimento estimula compartilhamento de informações sobre método
O pavimento de concreto apresenta diversas vantagens, que vão desde menor necessidade de manutenção e maior durabilidade até a sustentabilidade. No entanto, de acordo com a…
03/10/2024
Retrofit: um conceito que une engenharia e arquitetura para dar nova vida para edificações antigas
Com o aumento da demanda por espaços modernos e sustentáveis, o retrofit surge como uma solução promissora para a construção civil no Brasil. Além de preservar o patrimônio…
03/10/2024
Quais os efeitos da estiagem na construção civil?
Seca pode causar recalques em edificações devido ao rebaixamento do lençol freático, principalmente em fundações diretas. Crédito: Envato Uma pesquisa da Universidade Federal…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.