Segurança no trabalho é lei dentro da construção civil. A presença de trabalhadores no canteiro só é permitida mediante o uso adequado de equipamentos individuais de proteção (EPIs). Objetos como máscara, luvas, óculos de segurança e capacete não são novidades para quem atua em obras. Por isso, em tempos de quarentena por causa da pandemia de Coronavírus, o trabalhador da construção sai na frente no que se refere à proteção contra a COVID-19.
Uma série de regras ainda mais rigorosas tem possibilitado um baixíssimo índice de contaminação no setor. Estima-se que esteja inferior a 0,01% entre todos os que operam em canteiros de obras no país. O percentual está bem abaixo da taxa de contaminação da população brasileira registrada pelo ministério da Saúde, que é de 0,03% em um universo de 211 milhões de habitantes.
É esse centesimal risco de contágio que permite que os canteiros de obras continuem operando no país, com raras exceções. Além disso, atualmente todos os organismos de classe ligados à construção civil reforçaram seus protocolos de segurança e emitiram cartilhas para orientar o trabalho nos locais de obra. “Segurança do trabalho virou algo que o construtor dá muito valor. Introduzir as exigências que a pandemia trouxe foi fácil para o setor”, diz Odair Senra, presidente do SindusCon-SP.
“Nossa atividade já ajuda muito na proteção contra a contaminação. É um tipo de trabalho em ambiente arejado e com os colaboradores atuando sem aglomeração, o que dá vantagens de combate à pandemia”, completa José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
Construção civil concentra esforços em campanhas de conscientização, palestras e treinamento
Para reforçar a proteção aos trabalhadores, os organismos de segurança e saúde no trabalho têm realizado blitze em canteiros de obras. Um exemplo ocorre na Bahia, onde o SindusCon local e o SESI inspecionaram 25 construções em execução em Salvador-BA e região metropolitana no dia 24 de abril. Até o final do mês, mais 66 canteiros serão visitados em todo o estado baiano.
O procedimento de inspeção também é seguido pelas construtoras, que, além do investimento em equipamentos de higienização e de proteção, também têm concentrado esforços em campanhas de conscientização, palestras e treinamento. “A palavra de ordem é treinamento para o pessoal do canteiro de obras. O trabalhador tem que estar consciente de que não deve se expor”, comenta o presidente da CPRT (comissão de política e relações do trabalho) do SindusCon-PR, Rodrigo Fernandes.
Já o advogado Fernando Guedes, presidente da comissão de política de relações trabalhistas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CPRT/CBIC), reforça a importância das normas de proteção à saúde no canteiro de obras. “Diria para os donos de construtoras: adotem as medidas. É a forma de sua empresa continuar operando. Não basta apenas dizer que comprou máscara para os trabalhadores, e que está tudo resolvido. A prioridade é preservar a saúde, sem prejudicar o trabalho”, complementa.
Informe-se com a cartilha da CBIC sobre proteção no canteiro de obras
Veja como proteger a saúde do trabalhador da construção civil
Assista ao webnar “COVID-19: Saúde, Segurança do Trabalho e Aspectos Trabalhistas”
Entrevistado
Reportagem com base nas informações apresentadas no webnar “COVID-19: Saúde, Segurança do Trabalho e Aspectos Trabalhistas”, do SindusCon-PR
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330