Atividade na construção civil tem leve alta em abril
Com 49,5 pontos, índice foi maior que o registrado em janeiro, de 44,5 pontos
Em março de 2023, o nível de atividade no setor atingiu 49,5 – em janeiro, ele estava em 44,5. O ápice desde 2018 foi em agosto de 2022, com 55. Isso foi o que mostrou o estudo Conjuntura da Construção Civil, realizado pelo Departamento da Indústria da Construção e Mineração – Deconcic/Fiesp.
Ao analisar o nível de atividade de Construção de Edifícios, tem-se o índice de 47,9 para março – 3,8 pontos a mais que em janeiro. Com relação às obras de infraestrutura, março atingiu a pontuação de 47,4 – em janeiro, este índice era de 41,6.
Confiança da construção civil
De acordo com o levantamento da FIESP, o setor da construção civil está pouco confiante. Em abril de 2023, manteve-se no patamar de 95,4, isto é, com a manutenção do indicador abaixo de 100. A pontuação vai de 0 a 200 e só considera um cenário otimista a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, as empresas assinalaram a demanda insuficiente, como uma das principais dificuldades enfrentadas.
Apesar deste resultado, ele ficou um ponto acima do que foi registrado em março. Ana Maria vê que esta melhora foi influenciada tanto pela percepção em relação à situação corrente, quanto pelas expectativas, mas ainda sem recuperar o patamar de outubro do ano passado, que foi de 101,7. A coordenadora destaca ainda a melhora das expectativas dos empresários nos segmentos de Edificações Residenciais e de Obras Viárias.
“O mercado imobiliário tem mostrado grande resiliência e sustentado aumento nas vendas de imóveis novos, a despeito da piora nas condições de crédito”, pontuou Ana Maria.
Expectativa de crescimento
O ano de 2022 foi marcado por um desempenho positivo do setor da construção civil, com crescimento de 6,9%. Em 2023, o crescimento deve se manter, no entanto, a sondagem da Confederação Nacional da Indústria com a Câmara Brasileira da Construção (CBIC), fez com que alguns índices fiquem mais baixos. “Em dois anos, o setor teve um crescimento de atividade de quase 18,8%. Mesmo tendo esse crescimento forte no ano passado, nos últimos três meses de 2022, a construção registrou queda no seu ritmo de atividades. Ou seja, quando a gente compara o último trimestre de 2022 com o terceiro trimestre, nós observamos que a construção registrou uma queda de 0,7% no seu nível de atividades. Isso não acontecia desde o segundo trimestre de 2020, desde quando a pandemia efetivamente se instalou no Brasil. Depois de mais de dois anos de incremento de atividades, nós tivemos então um resultado negativo no final do ano. Mesmo com este resultado negativo, diante de todos os indicadores que nós tínhamos disponíveis, a expectativa era que a construção crescesse 2,5%. No entanto, refizemos esta projeção, que agora deve ser 2,0%. Ainda há esperança de crescimento e com alta superior à economia nacional, mas com menor nível de atividades, o indicador de confiança dos empresários acabou reduzindo. E, apesar de ainda demonstrar confiança, o indicador encontra-se em patamar bem próximo da estabilidade. O menor dinamismo das atividades, nos primeiros meses do ano certamente influenciam as expectativas para os próximos seis meses”, aponta Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
De acordo com a sondagem CNI/CBIC, a elevada taxa de juros passou a ser apontada como o principal problema enfrentado pela indústria da construção no terceiro trimestre de 2022. No primeiro trimestre de 2023, 37,4% das empresas assinalaram a taxa de juros como um dos três principais problemas enfrentados no período. O estudo ainda apontou que o segundo problema mais citado foi a elevada carga tributária, seguido pela falta ou alto custo da matéria-prima.
Investimentos por Nível de Governo
De acordo com levantamento da Fiesp, em 2022, o investimento do Governo Federal na construção civil foi de R$ 23,7 bilhões, enquanto os governos estaduais investiram R$ 93 bilhões, e os municipais R$ 79,7 bilhões. No total, foi um investimento de 196,4 bilhões. No ano anterior, o valor investido foi de R$ 118,2 bilhões.
No governo de São Paulo, foram R$ 25,7 bilhões investidos em construção civil. Já na prefeitura de São Paulo foram R$ 4,4 bilhões.
Fontes
Ana Maria Castelo é coordenadora de Projetos de Construção do FGV IBRE.
Ieda Vasconcelos é economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Contatos:
Assessoria de imprensa – assessoria.fgv@insightnet.com.br
Assessoria de imprensa CBIC – ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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