Arquiteto do concreto aparente vence Pritzker 2019

Arata Isozaki pertence à escola que se desenvolveu na Universidade de Tóquio, e que valoriza as obras brutalistas

Arata Isozaki
Arata Isozaki foi estudar engenharia civil depois de concluir a arquitetura: prioridade para a forma de construir. Crédito: arquivo pessoal

O japonês Arata Isozaki, 87 anos, foi laureado com o Pritzker 2019 – considerado o “Oscar” da arquitetura. Isozaki é um dos fundadores da escola japonesa de arquitetura conhecida como “amigos do concreto”. O grupo se fortaleceu depois que a Universidade de Tóquio desenvolveu pesquisas para melhorar os desempenhos acústicos e térmicos do material, a fim de atender requisitos exigidos pelo governo japonês no uso do concreto aparente.

A Universidade de Tóquio trabalhou intensamente em um tipo de concreto em que a areia é substituída por cinzas vulcânicas – abundantes no Japão, ao contrário da areia de rio -, criando um material mais acessível financeiramente para projetos de residências. Além das pesquisas acadêmicas, o Japão possui também ateliês de arquitetos e engenheiros que se propõem a desenvolver materiais para a construção civil do país.

Biblioteca-Oita
Biblioteca pública de Oita, cidade natal de Isozaki: primeira obra icônica do arquiteto-engenheiro, construída em 1966
. Crédito: Yasuhiro Ishimoto

A escolha de Arata Isozaki foi anunciada no dia 5 de março de 2019. O arquiteto também é seguidor da escola brutalista. O estilo surgiu no final da Segunda Guerra Mundial, com a necessidade de reerguer as cidades europeias. O nome deriva do termo “béton brut”, traduzido como “concreto bruto”. A origem francesa da vertente revela a participação de um dos principais mentores da arquitetura do século XX: Le Corbusier.

Arata Isozaki foi responsável por incentivar o intercâmbio entre arquitetos japoneses com europeus e norte-americanos. Atualmente, suas obras não estão apenas no Japão, mas também na Espanha, na China, no Catar, nos Estados Unidos e na França. Centros de convenções, teatros, bibliotecas e sedes de bancos se destacam em seu portfólio. Sua primeira obra relevante foi a biblioteca pública de Oita – cidade natal de Isozaki -, construída em 1966.

Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha também já ganharam o Pritzker

Após se consagrar como arquiteto, Isozaki decidiu voltar à Universidade de Tóquio para estudar engenharia civil. Na fase de engenheiro-arquiteto, o vencedor do Pritzker 2019 passou a investir em obras que exploravam elementos pré-fabricados de concreto. O Palau Sant Jordi, que construiu para as olimpíadas de 1992, em Barcelona-Espanha, é uma das construções icônicos deste período.

Museu-Gunma
Museu de arte moderna de Gunma, no Japão: escola brutalista predomina nas obras de Arata Isozaki. Crédito: Yasuhiro Ishimoto

Com o conhecimento em engenharia civil, Arata Isozaki afirma que mudou seus conceitos. “Passei a pensar mais a partir da maneira de construir do que me concentrar apenas na forma final do edifício”, diz. O engenheiro-arquiteto é o oitavo japonês laureado com o Pritzker. Dois brasileiros também já foram condecorados: Oscar Niemeyer, em 1988, e Paulo Mendes da Rocha, em 2006.

O Pritzker foi criado em 1979 pela família Pritzker, que comanda a Fundação Hyatt, em Chicago-EUA. O título é sempre concedido a um arquiteto vivo e em atividade. A honraria é também chamada de o “Oscar da arquitetura” ou o “Nobel de arquitetura”. O vencedor de cada ano recebe um prêmio de 100 mil dólares e um medalhão de bronze. Isozaki sucede o indiano Balkrishna Doshi, que venceu o Pritzker de 2018.

Entrevistado
Fundação Hyatt, mantenedora do Pritzker Architecture Prize
(via assessoria de imprensa)
Contato: eunicekim@pritzkerprize.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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