A um mês da Copa, estádios ainda são incógnitas
Arena Corinthians, Arena da Baixada e Arena Pantanal não foram plenamente inaugurados e evidenciam fragilidade do Brasil em planejar grandes eventos.
Arena Corinthians, Arena da Baixada e Arena Pantanal não foram plenamente inaugurados e evidenciam fragilidade do Brasil em planejar grandes eventos
Por: Altair Santos
A Copa do Mundo começa dia 12 de junho, mas o Brasil ainda não pode dizer que está pronto para receber o evento. Simplesmente porque três equipamentos fundamentais para que o mundial de seleções aconteça ainda não estão 100% concluídos. São os casos dos estádios Arena Corinthians, em São Paulo-SP; Arena da Baixada, em Curitiba-PR, e Arena Pantanal, em Cuiabá-MT. As obras se transformaram em exemplo de como o Brasil não soube se planejar para receber a “festa do futebol”.
O país foi confirmado pela Fifa em 2007, ou seja, teve sete anos para organizar a Copa. No entanto, a mobilização só começou em 2011. Obstáculos nos repasses de recursos, indefinição nas responsabilidades dos poderes federal, estadual e municipal e paralisações nos canteiros de obras são os principais motivos que levaram aos atrasos nos estádios que ainda faltam ser finalizados. Os três empreendimentos também enfrentaram problemas com segurança no trabalho.
Na Arena Corinthians houve três mortes de operários; na Arena Pantanal, uma morte e na Arena da Baixada, apesar de não ter ocorrido nenhum acidente fatal, o Ministério Público do Trabalho interditou a obra em outubro de 2013, sob a alegação de falta de segurança em algumas de suas áreas. Na época, o GMAI (Grupo Móvel de Auditoria de Condições de Trabalho em Obras de Infraestrutura do Ministério do Trabalho e Emprego) registrou 208 autos de infração no estádio.
“Jeitinho”
O encarecimento também serviu para atrasar as obras. No caso da Arena da Baixada, a previsão inicial era de que a reforma custasse R$ 131,1 milhões. O orçamento final saltou para R$ 330,7 milhões, o que gerou impasse sobre quem irá pagar a diferença. O Atlético-PR, dono do estádio, tenta dividir a conta com governo do Paraná e Prefeitura de Curitiba. Já os poderes público estadual e municipal alegam que o clube deverá assumir a diferença entre o orçamento inicial e o custo final da obra.
Na Arena Corinthians, o valor previsto inicialmente era de R$ 820 milhões. No entanto, a própria Construtora Odebrecht – responsável pela obra – admite que o empreendimento deverá fechar a conta em R$ 1 bilhão. O estouro do orçamento também é compartilhada pela Arena Pantanal. O estádio, inicialmente, custaria R$ 420 milhões, mas será finalizado em R$ 570 milhões – de acordo com dados da Construtora Mendes Júnior. A previsão é de que a obra esteja totalmente concluída no dia 24 de maio.
O prazo de 24 de maio também prevalece para as arenas Corinthians e da Baixada e os outros estádios que sediarão jogos da Copa. É quando os equipamentos deverão ser entregues para que a Fifa possa prepará-los para o mundial. Para o Tribunal de Contas da União (TCU) se tivesse havido planejamento, essa corrida contra o tempo poderia ter sido evitada. “A falta de planejamento é o principal motivo do atraso em obras que deveriam estar prontas para a Copa do Mundo. Faltou um projeto de governança para acabar com o jeitinho”, critica o presidente do TCU, Augusto Nardes, referindo-se a todos os atropelos envolvendo o evento no Brasil.
Entrevistado
Tribunal de Contas da União (via assessoria de imprensa)
Contato: imprensa@tcu.gov.br
Créditos Fotos: Divulgação/Secopa-MT/CAP/AS/ME
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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