Concreto lapidado ganha espaço na construção civil e se consolida como solução de desempenho e sustentabilidade
Tratamento mecânico de desgaste e polimento pode elevar resistência, durabilidade e qualidade estética, reduzindo a necessidade de revestimentos
A busca por soluções construtivas mais duráveis, sustentáveis e esteticamente qualificadas tem impulsionado a adoção do concreto lapidado em obras de diferentes portes no Brasil. O material, que combina desempenho técnico e apelo arquitetônico, tem se destacado como alternativa a revestimentos tradicionais, sobretudo em edificações que priorizam manutenção reduzida e longa vida útil.
De acordo com pesquisa recente desenvolvida pelos engenheiros Nereu Teixeira Rodrigues Takeda e Hinoel Ehrenbring, o concreto lapidado não apenas entrega ganhos estéticos perceptíveis, como também amplia significativamente o desempenho da superfície. O estudo analisou diferentes níveis de lapidação abrasiva e trouxe resultados consistentes sobre resistência, durabilidade e comportamento químico.
O que é concreto lapidado

O processo de lapidação pode ser descrito como um polimento técnico, capaz de transformar a superfície do concreto após o endurecimento. O engenheiro Nereu Takeda explica que “O concreto lapidado é o termo dado a uma peça de concreto com a superfície tratada por meio de máquinas politrizes com discos diamantados de diversas granulometrias. Esse tratamento regulariza e sela a peça, podendo ou não gerar brilho, sem a necessidade de revestimentos adicionais”.
Além do acabamento uniforme e da valorização da textura original, a técnica reduz a necessidade de materiais complementares, como cerâmicas, porcelanatos ou resinas, contribuindo para uma obra mais econômica e ambientalmente responsável.
Avanços em resistência e durabilidade
A pesquisa realizada pelos dois especialistas analisou como diferentes níveis de lapidação afetam características fundamentais do concreto. Segundo Takeda, os resultados em resistência, desempenho e durabilidade foram bastante satisfatórios. “Conforme o aumento da granulometria dos abrasivos, observou-se melhora na resistência à abrasão, ao manchamento, ao ataque químico, além de ganho de dureza e redução de rugosidade”, enumera.
Esses avanços resultam em superfícies mais robustas e menos suscetíveis ao desgaste diário, o que pode reduzir ciclos de manutenção e aumentar a vida útil dos pavimentos. O estudo também avaliou brilho, rugosidade e dureza superficial, consolidando a lapidação como processo eficiente de qualificação do concreto.
O professor Hinoel Ehrenbring destaca que a pesquisa contribui diretamente para o avanço tecnológico do setor. Segundo ele, “a importância está tanto nos ganhos estéticos quanto na durabilidade e nas propriedades mecânicas e químicas, que tornam o concreto lapidado uma solução competitiva para diferentes tipos de obras”.
Sustentabilidade como diferencial

Além de melhorar o desempenho técnico, o concreto lapidado tem um papel relevante na agenda ambiental da construção civil. Takeda ressalta: “A lapidação traz benefícios ao meio ambiente, reduzindo a extração de rochas ornamentais e a aplicação de revestimentos cerâmicos e porcelanatos”.
Ao reduzir etapas de revestimento, elimina-se também a necessidade de argamassas, rejuntes e placas de revestimento final,elementos que historicamente elevam o impacto ambiental do setor,tanto pelas emissões associadas à sua produção, quanto pela geração de resíduos em eventuais processos de reforma e descarte.
Uma solução em expansão
Com resultados experimentais positivos e crescente valorização estética, o concreto lapidado tende a ganhar ainda mais espaço no mercado brasileiro. Sua aplicação é especialmente vantajosa em edificações corporativas, residenciais de alto padrão, obras industriais e espaços comerciais que exigem resistência intensa ao tráfego. Para Ehrenbring, o caminho é promissor: a combinação de desempenho técnico, menor impacto ambiental e acabamento arquitetônico coloca a lapidação entre as técnicas mais versáteis da engenharia contemporânea.
Entrevistados
Nereu Teixeira Rodrigues Takeda é graduado em Engenharia Civil pela Faculdade Politécnica Unisinos (Rio Grande do Sul), mestre no campo Gerenciamento de Resíduos pelo PPGEC Universidade Unisinos Rio Grande do Sul e sócio-diretor da Construtora Takeda Engenharia e Construção.
Hinoel Ehrenbring é graduado em Engenharia Civil pela Faculdade Politécnica Unisinos (Rio Grande do Sul), doutor em Engenharia Civil, professor do curso de graduação de Engenharia Civil da Unisinos, responsável técnico do itt Performance, diretor regional do IBRACON-RS e autor de livros e artigos relacionados à tecnologia do concreto.
ContatoS
nereu.takeda@takedaengenharia.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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