Aditivos cristalizantes aumentam a durabilidade de estruturas submersas

Tecnologia de cristalização tem papel essencial em projetos que exigem alta resistência à água

A Barragem de Jucazinho, no Agreste de Pernambuco, passou por obras de recuperação após a identificação de fissuras em sua estrutura de concreto. Para reforçar a durabilidade e estanqueidade,foram aplicados produtos cristalizantes.

Inaugurada em 1998, é o maior reservatório do Estado, responsável pelo abastecimento de cerca de 800 mil pessoas em 15 municípios. Em 2016, enfrentou a pior seca em seis décadas, que a deixou praticamente seca. Esse processo fez com que ela entrasse em colapso. No momento de cheia, essa estrutura poderia se romper, representando risco para a cidade vizinha de Surubim. “As fissuras foram encontradas na estrutura da barragem durante as inspeções. A barragem realmente precisa de um extenso reparo e renovação”, disse, na época, Roberto Tavares, presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

O Departamento Nacional de Armazenamento de Água (DNOCS) fez um estudo e aplicou alguns produtos para selar as fissuras e reduzir a permeabilidade da superfície. Para selar 6 mil metros de juntas de concreto, foi usada resina de poliuretano flexível. Uma argamassa cimentícia modificada por polímero foi aplicada em mais de 20 mil m² das paredes da barragem, com uma espessura de 2 cm. Um aditivo redutor de permeabilidade por cristalização integral foi adicionado ao concreto projetado para melhorar o desempenho e minimizar a permeabilidade das galerias de drenagem.

Barragem de Jucazinho é um exemplo do uso de aditivos para recuperação de estruturas de concreto.
Crédito: Departamento Nacional de Armazenamento de Água (DNOCS)

Uso de cristalizantes em estruturas submersas

O uso de cristalizantes vêm sendo empregado em diversas obras que contam com estruturas de concreto submersas. 

Em entrevista ao Massa Cinzenta, Jair Schwanck Esteves, coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras, destacou que a utilização do cristalizante é fundamental para uma estrutura como a laje de subpressão, pois, em conjunto com os ligantes previamente dimensionados, resiste a altas pressões hidrostáticas, possui capacidade de autocicatrização de fissuras até 0,4 mm, resiste a ataques químicos, reduz a penetração de cloretos e protege contra sulfatos. 

O mesmo pode ser visto em piscinas de ondas de concreto. O empreendimento BSC Aretê Búzios, que terá uma piscina de ondas, também empregou aditivos cristalizantes.  Carlos Britez, um dos responsáveis pela construção do empreendimento e sócio-diretor na Britez Consultoria, destacou o uso de cristalizante, compensador de retração, sílica e estabilizador, para reduzir ao máximo as chances de não conformidades.

A obra do túnel Santos-Guarujá também deverá usar cristalizantes nos pré-moldados do túnel imerso. De acordo com a Penetron Brasil, trata-se de um aditivo para impermeabilização por cristalização integral autocicatrizante, adicionado diretamente ao concreto durante a produção nas docas secas. “O sistema funciona a partir de compostos químicos ativos que reagem com a umidade do concreto fresco e com os produtos da hidratação do cimento, formando uma estrutura cristalina insolúvel nos poros e capilares. Essa cristalização torna o concreto permanentemente selado contra a penetração de água e outros líquidos, mantendo-se ativa durante toda a vida útil da estrutura”, informa a empresa. 

Fontes

Departamento Nacional de Armazenamento de Água (DNOCS).

Jair Schwanck Esteves é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), pós-graduado em Auditoria, Avaliações e Perícias em Engenharia (IPOG) e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras. 

Carlos Britez  é sócio-diretor na Britez Consultoria.

Contatos

comunicacao@dnocs.gov.br 

jair.esteves@concrebras.com.br

carlos.britez@concretophd.com.br

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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Massa Cinzenta

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