Inovações trazem benefícios para as obras e construção

Tecnologias auxiliam projetos, processos internos e vistorias na entrega das chaves

Soluções como vistorias remotas, inteligência artificial e plataformas digitais estão sendo incorporadas para otimizar processos e reduzir custos
Crédito: Envato

Inovações tecnológicas vêm transformando a construção civil, trazendo mais agilidade, precisão e eficiência para as obras. Soluções como vistorias remotas, inteligência artificial e plataformas digitais estão sendo incorporadas por construtoras para otimizar processos, reduzir custos e melhorar a experiência do cliente — tanto durante a execução quanto nas etapas pós-entrega dos empreendimentos. Confira algumas soluções:

Primeiro chat de IA do setor de construção civil

Recentemente, a construtora BRZ Empreendimentos lançou o Kintú, um chat de inteligência artificial (IA) desenvolvido internamente pelo setor de Tecnologia e Inovação. De acordo com Francis Navarro, CTO na BRZ Empreendimentos, a ferramenta foi criada para ampliar a capacidade analítica dos times. “Treinado com base em dados estratégicos da empresa, ele permite que qualquer colaborador envie documentos próprios, como contratos, apresentações e planilhas complexas com grandes volumes de dados, e receba respostas inteligentes, organizadas e contextualizadas em segundos. O KINTÚ eleva o nível das análises, amplia a autonomia dos times e fortalece a maturidade operacional. Na prática, cada colaborador passa a contar com um assistente pessoal, com conhecimento ilimitado e senioridade elevada, capaz de trazer mais segurança, agilidade e precisão ao dia a dia”, informa o CTO.

Segundo Navarro, desde a implementação do KINTÚ, a BRZ Empreendimentos tem observado ganhos expressivos em agilidade, precisão e produtividade. “As áreas que mais se beneficiaram até agora foram Engenharia, Jurídico, Financeiro, Gente e Gestão e Comercial, especialmente em rotinas que exigem análise de documentos extensos, interpretação de dados e apoio a decisões operacionais. Além disso, temos percebido redução no retrabalho, maior autonomia dos times e aceleração nos ciclos de decisão. O KINTÚ tem se consolidado como um reforço estratégico no dia a dia, transformando tarefas operacionais em decisões mais rápidas e inteligentes”, pontua.

Navarro destaca que optaram por desenvolver uma IA própria, pois o custo de licenciar uma IA genérica, como o ChatGPT, para mais de mil colaboradores superaria R$ 1,5 milhão por ano, com limitações de uso individual e pouca flexibilidade de personalização.

O primeiro grande entrave para a criação de uma IA própria é estratégico: superar a resistência natural à mudança em um cenário onde a inteligência artificial ainda é, para muitos, uma abstração. Do ponto de vista técnico, os desafios são complexos. “É necessário escolher entre diferentes motores de IA como OpenAI, Anthropic ou Google, avaliando desempenho, custo por token, velocidade e profundidade contextual. No caso do KINTÚ, foi fundamental implementar uma camada de autenticação exclusiva para colaboradores, garantindo que apenas usuários autorizados possam acessar o conteúdo e interagir com dados estratégicos da empresa”, destaca Navarro.

Gêmeos digitais em diferentes tipos de obras

Os gêmeos digitais são réplicas virtuais dinâmicas que permitem simular, emular ou espelhar dados coletados em tempo real de ativos físicos, como edifícios, rodovias, fábricas etc. “O modelo BIM pode ser utilizado como base para a criação do gêmeo digital, no qual dados dinâmicos provenientes de sensores podem ser vinculados para permitir a visualização em tempo real”, expõe Natália Nakamura Barros, arquiteta no Tech Lab – Hub de BIM e Inovação – da Sondotécnica. 

Os gêmeos digitais são réplicas virtuais dinâmicas que permitem simular, emular ou espelhar dados coletados em tempo real de ativos físicos.
Crédito: Envato

Algumas referências trazem que o primeiro estágio de maturidade do gêmeo digital é o ativo virtual, que pode ser um modelo BIM, e que estágios mais avançados de maturidade incluem a conexão com dados de sensores, análise preditiva e ativos conectados. “Deste modo, os gêmeos digitais consistem em ativos virtuais que refletem o que está acontecendo no ativo físico em tempo real, permitindo análises preditivas e decisões baseadas em dados atualizados”, destaca Natália.

Segundo a arquiteta, o gêmeo digital pode ser utilizado em todo o ciclo de vida do empreendimento:

  • Concepção: dados agregados ao ativo virtual, ou modelo BIM, podem ser utilizados para auxiliar nas simulações e requisitos operacionais
  • Construção: sensores instalados no canteiro de obras podem monitorar progresso, qualidade e segurança, sincronizando dados com o modelo virtual.
  • Operação e manutenção: o gêmeo digital se torna uma ferramenta essencial, recebendo dados em tempo real sobre variáveis como temperatura, consumo energético e condições de operação, o que permite a manutenção preditiva, eficiência energética e gestão proativa de ativos.

Apesar de hoje ser mais comum o uso de gêmeos digitais em grandes empreendimentos, a viabilidade em empreendimentos de médio e pequeno porte está crescendo, segundo Natália. “Soluções baseadas em nuvem podem reduzir custos com infraestrutura física, enquanto módulos específicos — como os dedicados à manutenção preditiva de ativos — permitem uma adoção gradual”, aponta.

Atualmente, o setor industrial está à frente na adoção de gêmeos digitais, devido à complexidade dos ativos e à necessidade de manutenção preditiva: 

  • Fábricas e plantas industriais, por exemplo, dependem de monitoramento constante para evitar paradas não programadas. 
  • O setor de infraestrutura, como rodovias e redes de saneamento básico, está avançando, uma vez que requerem gestão eficiente ao longo de décadas. 
  • O setor de edificações, especialmente em projetos de edifícios inteligentes e certificações sustentáveis, também está crescendo rapidamente, impulsionado pela demanda por eficiência energética e conforto dos usuários. A evolução desses setores serve como um laboratório para práticas que, futuramente, podem ser replicadas em outros setores da construção civil.

Vistoria remota na pós-entrega

Setores da construção civil têm adotado plataformas digitais para vistorias remotas, especialmente no pós-obra ou pós-entrega. Na Octágora, por exemplo, após a entrega das chaves, o cliente avalia o imóvel e pode relatar problemas via atendimento por vídeo. “A vistoria remota permite registrar os apontamentos do cliente em um laudo padronizado, sem necessidade de visita presencial”, explica Daniel Cussi, cofundador e CTO da empresa.

Além disso, formulários digitais permitem iniciar o atendimento de forma assíncrona, coletando fotos e descrições que passam por análise técnica. Se necessário, uma videochamada é agendada para aprofundar o diagnóstico. Essa abordagem reduz custos, acelera o atendimento e traz mais comodidade às partes envolvidas.

Segundo Cussi, a vistoria remota é eficaz quando o suporte visual é suficiente. Em casos mais complexos, ela funciona como triagem, permitindo que a equipe vá ao local já preparada, muitas vezes evitando visitas adicionais.

Entrevistados

Francis Navarro é CTO na BRZ Empreendimentos.

Natália Nakamura Barros, arquiteta no Tech Lab – Hub de BIM e Inovação – da Sondotécnica.

Daniel Cussi é cofundador e CTO da Octágora.

Contatos

Assessoria de imprensa BRZ Empreendimentos: annacarolina@nbpress.com.br 

Natália Nakamura Barros: natalianakamura.arq@gmail.com

Assessoria de imprensa Octágora: cassio.valler@camp1.co

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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