O diretor de planejamento e pesquisa do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, revela em webinar do IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto) que o organismo responsável pela construção e a manutenção de rodovias no Brasil tem aprendido constantemente com os projetos que priorizam o pavimento de concreto. Segundo ele, a cada obra a qualidade é aprimorada.
Um campo de aprendizagem foi a BR-101 Nordeste. Trata-se do maior trecho do país com pavimento rígido, e que irá alcançar pouco mais de 1.000 quilômetros quando concluída a duplicação. “Tivemos questões relacionadas a projeto no trecho que passa pelos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. O principal aprendizado foi o de que não faremos mais acostamento com pavimento flexível em rodovia de concreto. Revisamos protocolos quanto a isso, pois as juntas entre o rígido e o flexível levaram a infiltrações, causando quebras de placas”, cita o diretor do DNIT.
O DNIT investiu em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) para se qualificar nesse tipo de revestimento e atualizar seus protocolos. De acordo com Luiz Guilherme, as medidas têm dado confiança ao mercado para adotar o pavimento de concreto nas licitações de obras públicas. Ele cita que as BRs 163 e 364, no Mato Grosso, e que foram concedidas à iniciativa privada, já foram pavimentadas seguindo os novos protocolos de pavimento rígido. Da mesma forma, estão em execução as duplicações da BR-222, no Ceará, e da BR-381, em Minas Gerais.
Além disso, a maior durabilidade da tecnologia, aliada à sustentabilidade e ao menor custo na comparação com o pavimento flexível (asfalto), tem levado o DNIT a expandir a quilometragem do revestimento em concreto nas rodovias brasileiras, inclusive com a adesão dos empreiteiros. “A BR-381, em Minas Gerais, é um exemplo. O empreiteiro propôs a alteração do projeto e considerou o pavimento rígido mais vantajoso”, diz Luiz Guilherme Rodrigues de Mello.
Confiança na tecnologia faz aumentar número de projetos com pavimento de concreto
O DNIT ganhou confiança também para aplicar o pavimento rígido em projetos mais ousados, como o da BR-285, em Santa Catarina, que cruza a serra da Rocinha, na divisa com o Rio Grande do Sul. O organismo também desenvolveu tecnologia de recuperação de pavimentos rígidos antigos. Como aconteceu na BR-408, em Pernambuco. A estrada foi duplicada e uma das pistas já tinha revestimento de concreto com quase 40 anos de uso. Para que oferecesse o mesmo conforto para o tráfego de veículos que a pista nova, foi aplicada a técnica conhecida como diamond grinding, que faz o micronivelamento do pavimento com discos de diamante.
Luiz Guilherme afirma que o DNIT evoluiu significativamente em aspectos técnicos do pavimento rígido, como a correção de irregularidade longitudinal. “Antes não havia limites definidos e agora temos normativas e protocolos para isso”, afirma. “Também evoluíram os critérios relacionados à operação das pavimentadoras, aos projetos de drenagem e ao posicionamento das barras de transferência para evitar esmagamento das juntas”, completa o diretor do DNIT.
No webinar, o dirigente aproveita para elencar as futuras obras com pavimento rígido que já estão contratadas ou em fase de projeto. Envolvem a BR-135, no Maranhão (whitetopping); o contorno de Três Lagoas (BR-158) no Mato Grosso do Sul; a BR-163, no oeste de Santa Catarina, e a BR-230, na Paraíba. “Há muito espaço para o pavimento de concreto avançar no país, seja em novas rodovias, duplicações ou restaurações de estradas. De 100% de nossa malha rodoviária com revestimento, apenas 2% é em pavimento rígido. Queremos aumentar isso”, finaliza Luiz Guilherme Rodrigues de Mello.
Assista à palestra do diretor do DNIT (entre 1h16min e 1h42min)
Entrevistado
Reportagem com base na participação do diretor de planejamento e pesquisa do DNIT, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, no webinar “Infraestrutura no Brasil: estruturação de negócios e obras icônicas”
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Altair Santos MTB 2330