Gestão de compras em momentos de crise: como agir?

Na construção civil, é hora de adquirir materiais de qualidade, gerenciando inflação, limitações de caixa, frete caro e dificuldades de crédito

Na construção civil, é hora de adquirir materiais de qualidade, gerenciando inflação, limitações de caixa, frete caro e dificuldades de crédito

Por: Altair Santos

A engenheira civil Rosana Leal, consultora especializada em gestão de compras na construção civil, avalia que o momento da economia brasileira é uma grande oportunidade para que departamentos de compras das empresas estabeleçam relações ganha-ganha com os fornecedores. “O cenário atual normalizou a relação, onde um quer comprar e o outro quer vender. Antes, principalmente entre 2007 e 2012, vimos um clima de euforia descambando para um clima de gincana, em que havia uma demanda forte para comprar, e que levou os fornecedores a escolher para quem queriam vender. Então, o que hoje chamam de crise, nada mais é do que o estabelecimento da normalidade, gerando um momento bom para fidelizar, firmar parcerias e aprofundar uma relação ganha-ganha”, diz.

Momento atual da economia brasileira requer controle de estoque e uma estratégia para compras
Momento atual da economia brasileira requer controle de estoque e uma estratégia para compras

A especialista fez sua análise no Web Seminário “Gestão de compras em momento de crise”, realizado em 13 de maio de 2015. No encontro, ela sublinhou várias vezes que a cadeia produtiva da construção civil – sobretudo as construtoras – não está vivendo uma crise, mas um realinhamento em seus negócios. “É o ônus por desfrutar do bônus. Por que hoje há escassez de projetos? Por que no passado recente houve um grande volume de obras concentrado em um período curto de tempo. Chegamos ao ponto de faltar mão de obra, faltar equipamentos, faltar insumos e faltar até energia elétrica. Isso gerou um enorme estoque de imóveis. Por isso, experimenta-se hoje uma queda acentuada nas vendas e nos negócios”, explica. “Isso está mais para uma readequação de modelos de gestão do que uma crise”, completa.

Estocar não é a solução

Para Rosana Leal, crise foi o que o país viveu nos anos 1980 e 1990. “Naquele período, a construção civil experimentou períodos recorrentes de depressão. Vimos a extinção do BNH (Banco Nacional de Habitação), o que deixou o país sem um programa habitacional, taxas de inflação superiores a 2.700% ao ano, como a de 1993, e índices de desemprego beirando os 40%. Aquilo sim pode ser definido como crise”, cita. Segundo a engenheira civil, as dificuldades atuais ocorrem também pelo motivo que boa parte das construtoras não fez a lição de casa, ou seja, não desenvolveu um sistema eficiente de controle de compras. Em pesquisa que ela coordenou na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), apenas 5% das empresas consultadas disseram realizar gestão de compras de materiais.

O mau gerenciamento desta área, segundo a especialista, resulta em comprar mal. “Existem muitas empresas que realizam compras desnecessárias. Agora, com a volta da inflação, há quem entenda que a solução é estocar. Mas estoque não é solução. Quem faz gestão de materiais sabe que não é interessante estocar revestimentos cerâmicos e outros produtos de acabamento, por exemplo. Para esses casos, é melhor ter gestão de compras do que administrar estoque. E é aí que entra a negociação ganha-ganha com o fornecedor. Se ele cumpre prazos, armazena a compra até entregar no local da obra e faz a gestão do transporte, não há por que estocar”, define. Rosana Leal realça que momentos como o atual exigem gestão. “Não é hora do jeitinho brasileiro”, recomenda.

Clique aqui e assista à palestra da consultora Rosana Leal.

Entrevistada
Engenheira civil Rosana Leal, professora na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e consultora especializada em gestão de compras na construção civil

Contato
contato@rosanalealconsultoria.com
www.rosanalealconsultoria.com

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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