Na Alemanha e nos Estados Unidos, essa solução fortaleceu o comércio de bairro para competir com as grandes redes do setor
Por: Altair Santos
A Anamaco promoveu recentemente o 1º Encontro Internacional do Varejo de Material de Construção. Ao trazer palestrantes da Europa e dos Estados Unidos, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção buscou mostrar iniciativas inovadoras de sucesso praticadas em países do hemisfério norte, e que podem ser adaptadas à realidade brasileira.
Na Alemanha e nos Estados Unidos, a venda online de materiais de construção já é realidade. Nestes países, outro tipo de serviço que cresce no comércio de material de construção é o que promove workshops dentro das lojas, e que ensinam o cliente a fazer pequenas reformas. Trata-se do modelo “faça você mesmo” (do it yourself).
As cooperativas também surgem como soluções bem-sucedidas para enfrentar as grandes redes. Nelas, pequenos comerciantes se unem para conseguir descontos dos fornecedores e ganhar competitividade nos preços, além de oferecer pronta entrega. “É importante compartilhar novos conceitos e inspirar o setor a se espelhar nos bons exemplos internacionais”, diz Marcos Atchabahian, presidente do conselho deliberativo da Anamaco.
Entre os palestrantes do encontro esteve Philipp Löesche, diretor de marketing da Knauber. A empresa é uma rede com 40 anos de experiência na Alemanha. Seu foco é vender material de construção para a classe média alemã e, por isso, prioriza muito o “do it yourself”. “Nossos 750 funcionários, espalhados pelas nossas sete lojas, têm a missão de orientar o cliente a deixar a casa dele mais bonita”, afirma em sua palestra.
A Knauber também investe em tecnologias para vender mais. Entre elas, o comércio online, quiosques de autoatendimento e simuladores de projetos, onde o consumidor pode, através de um aplicativo baixado no smartphone, ver como o ambiente da sua casa vai ficar com o uso de determinado material. “Isso atrai a atenção do cliente e mostra como ficará a casa antes mesmo da reforma”, completa Philipp Löesche.
Cooperativismo
O evento também teve a participação do secretário-geral da Associação Europeia do Varejo de Material de Construção (EDRA) e da Rede Global do Varejo de Material de Construção (GHIN), John Herbert. Os organismos reúnem mais de 22 mil lojas – boa parte voltada para o comércio local. “O comerciante local de material de construção é aquele que conhece o cliente, vive no bairro e, muitas vezes, sabe até onde o consumidor mora. Ninguém melhor que ele para enfrentar a impessoalidade das grandes redes de varejo”, assegura Herbert.
Os ensinamentos do dirigente da EDRA e da GHIN foram complementados por Alberto Vidal, diretor de desenvolvimento de negócios internacionais da ACE. Trata-se de uma rede cooperada que engloba 4.700 pequenos lojistas, principalmente nos Estados Unidos. “É um modelo de negócio que permite aos comerciantes pequenos terem poder de barganha junto aos fornecedores e fabricantes”, explica.
Nos Estados Unidos, a ACE conta atualmente com 14 centrais de distribuição, que cobrem o país praticamente de costa a costa, além de frota compartilhada. “Tudo isso sem tirar a independência do comércio. Apenas ajudamos o varejista a crescer mais, sem perder as características de loja do bairro”, garante Alberto Vidal.
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Entrevistados
Marcos Atchabahian, presidente do conselho deliberativo da ANAMACO
Philipp Löesche, diretor de marketing da Knauber
John Herbert, secretário-geral da Associação Europeia do Varejo de Material de Construção (EDRA) e da Rede Global do Varejo de Material de Construção (GHIN)
Alberto Vidal, diretor de desenvolvimento de negócios internacionais da ACE
Contatos
dir.mktnovosnegocisos@anamaco.com.br
philipp.loesche@knauber.de
herbert@edra-online.org
avidal@acehardware.com
Crédito Foto: Divulgação/Anamaco