Suprimento é o alicerce da boa obra

Negociação entre o setor de compras das construtoras e os fornecedores decide o futuro de um empreendimento

Negociação entre o setor de compras das construtoras e os fornecedores decide o futuro de um empreendimento

Ary Cardoso Leal, da Conextubo: material normatizado e luta contra a inadimplência
Ary Leal Cardoso Filho, da Conextubo

Seja qual for o nome adotado, departamento de compras ou setor de suprimentos, o certo é que essa área tornou-se estratégica dentro das construtoras. É ela a responsável por negociar com indústrias e fornecedores a compra dos materiais que serão usados nos empreendimentos. Trata-se de uma função que diariamente trava quedas de braço por bons preços e qualidade. “Costumo dizer que o setor de compras pode gerar um bom lucro ou trazer um grande prejuízo à empresa”, explica Lupércio Marques, coordenador de compras do Grupo Thá.

Para que o sucesso seja atingido, os profissionais da área de suprimento precisam conhecer de logística, engenharia civil, administração e economia. “São quatro profissionais em um. É preciso entender a obra, ter uma boa base financeira e saber onde estão os fornecedores que vão render boas parcerias”, afirma Lupércio, que considera que sua meta é alcançada quando a obra da construtora consegue chegar ao consumidor com preço competitivo e qualidade.

Por esse propósito, a Thá opta pelo sistema de cotação e negociação. Com o orçamento da obra definido, o departamento de compras da construtora traça a estratégia diretamente com as indústrias. “As fábricas oferecem preços mais competitivos. Nós também não usamos o sistema de pregões, por que isso pode comprometer a qualidade do material”, diz Lupércio.

Como uma obra dura, em média, dois anos, as compras são realizadas por etapas. É aí que o departamento de suprimentos da empresa mostra sua eficiência. O ideal é que a aquisição dos materiais seja na medida certa. No caso de faltar, em alguns casos a construtora e o fornecedor firmam por contrato que o reabastecimento de material será dentro de preços já pré-definidos. Supondo que no período da construção um determinado suprimento sofra reajuste, a previsão é que seja travada ali uma nova queda de braço por valores que agradem os dois lados.

O mesmo ocorre se sobrar material. Em alguns casos, as construtoras podem estocar o excedente, definir com o fornecedor um reembolso ou trocar o que sobrou por outro material que será necessário na obra. Neste caso, quem está do outro lado do balcão, ou seja, o fornecedor, pode se tornar um bom parceiro da construção ou não. Desde que tenha a confiança da empresa que toca o empreendimento, ele pode ajudar a dar qualidade à obra, sugerindo produtos e facilitando para que o orçamento seja cumprido, a fim de que nem falte e nem sobre material.

Segundo Ary Leal Cardoso Filho, sócio-proprietário da Conextubo, o bom fornecedor é aquele que consegue oferecer produtos normatizados com bom preço. “O problema é que algumas construtoras não seguem essa regra. Tem aquelas que optam pelos pregões e compram produtos sem especificação só para baratear a obra”, diz, fazendo uma constatação: “Se toda a construção usasse material normatizado, o padrão das habitações brasileiras seria muito melhor”.

Ary cita que a Conextubo só trabalha com material que atende o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat). Para ele, essa deveria ser uma norma dentro do setor de fornecimento de material de construção. Por ética, ele não comenta se essa regra é obedecida ou não pelos concorrentes, mas afirma que a área tem uma disputa forte. Só em Curitiba e região metropolitana são mais de 2.800 revendas de material de construção. Destas, cerca de 800 suprem as construtoras, segundo dados da Acomac-Curitiba (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Curitiba).

No atual cenário econômico, os fornecedores ganharam um novo ingrediente para administrar junto às construtoras: a inadimplência. “Muitas empresas estão com descrédito juntos aos fornecedores por atrasar demais o pagamento ou por simplesmente não pagar”, relata Ary Cardoso. No entanto, ele reconhece que quando construtora e fornecedor se acertam quem ganha é a construção. “Daí, da fundação até a cobertura, tudo sai como planejado e a lucratividade é boa e a venda torna-se ágil”. A avaliação é a prova de que uma boa parceria entre quem vende e quem compra é o segredo da boa obra.

Passo a passo do bom fornecedor

1.º) Prospectar áreas prestes a receber construções
2.º) Verificar se a construtora que vai contratar tem crédito
3.º) Só fornecer materiais normatizados
4.º) Adequar bom preço com qualidade

Passo a passo do bom comprador

1.º) Acompanhar todo o processo do projeto
2.º) Cumprir o orçamento da obra
3.º) Cativar o fornecedor, para que ele se torne parceiro
4.º) Adequar bom preço com qualidade

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação.



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