Setor hoteleiro investe no pré-moldado

24 de fevereiro de 2010

Setor hoteleiro investe no pré-moldado

Setor hoteleiro investe no pré-moldado 150 150 Cimento Itambé

Copa do Mundo e Olimpíadas exigem ampliação rápida no número de leitos e sistema construtivo ajuda a cumprir cronograma apertado

O setor hoteleiro corre contra o tempo para conseguir atender as demandas que virão por aí em 2014 e 2016, com Copa do Mundo e Olimpíadas. Atualmente, o país dispõe de 1,1 milhão de leitos e, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), vai precisar gerar, nas cidades envolvidas com os eventos, pelo menos mais 100 mil vagas em três anos. A expectativa é de que em 2014 e em 2016 o Brasil receba um fluxo de 500 mil turistas a mais do que o normal nos meses de junho, julho e agosto.

Pré-moldados agilizam obras

Diante da carência de leitos, e do prazo curto para construir novos hotéis, o setor descobriu as estruturas pré-moldadas em concreto para agilizar as obras. Já há empreendimentos na Bahia, em Santa Catarina e no Rio de Janeiro sendo erguidos através deste sistema.

A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC) tem prestado consultoria e ressalta as vantagens do modelo construtivo:

1) Menores prazos para entrega, unindo maior velocidade à redução dos custos fixos, proporcionando a garantia de retorno financeiro rápido.
2) Maior qualidade, produtividade e redução de desperdícios, limpeza dos canteiros de obras.
3) Agrega sustentabilidade, qualificação de mão de obra e mudanças culturais à construção civil.
4) Maior resistência ao fogo.

Iria Doniak

Segundo a diretora-executiva da ABCIC, Iria Doniak, a opção pelos pré-fabricados de concreto reduz, em média, 50% o tempo de construção, em relação a uma obra convencional. Ela estima que, por isso, não será apenas o setor hoteleiro que irá abraçar este sistema construtivo. “As obras de infraestrutura, assim como os estádios e os demais complexos esportivos devem se beneficiar dos pré-moldados. Sem contar que o sistema vai poder servir também para a construção de pontes, viadutos, aeroportos e outras obras estruturais”, diz.

Especificamente sobre edifícios pré-moldados, o aperfeiçoamento do sistema hoje permite que se ergam empreendimentos com até 40 andares, como já ocorre na Bélgica. No Brasil, o recorde é de 24 andares – o Pátio Dom Luís, em Fortaleza, um composto de shopping e com torres comerciais e residenciais de 20 e 24 pavimentos. Em comum, essas obras estão sendo construídas com pilares moldados “in loco”, lajes alveolares e vigas pré-fabricadas de concreto protendido.

Custo x benefício

Antes de optar pelo sistema de pré-moldados, é preciso uma análise de viabilidade com base no custo x benefício. A avaliação deve levar em consideração localização, tipo de terreno, acessibilidade, distância da fábrica e aspectos de logística. Outro aspecto é o tipo de estrutura pré-fabricada a ser utilizada e a capacidade de carga de equipamentos envolvidos. “Às vezes, um estudo de viabilidade, por determinadas condições do terreno, vãos ou condições arquitetônicas, poderá apontar para uma estrutura mista. Por exemplo, parte da estrutura moldada in loco e parte pré-fabricada ou estrutura pré-fabricada de concreto e cobertura metálica, como é no caso dos estádios”, cita Iria Doniak, lembrando que construções em pré-moldado têm carga tributária mais baixa, o que ajuda a desonerar os empreendimentos.

Entrevistada: Iria Doniak, diretora-executiva da ABCIC: iria@abcic.org.br
Site: www.abcic.org.br

Texto complementar

BNDES cria linha de crédito especial para hotéis

O BNDES lançou no início de 2010 um programa que vai destinar até R$ 1 bilhão à construção, reforma, ampliação e modernização de hotéis. Batizado de BNDES ProCopa Turismo, o incentivo vai preparar a rede hoteleira do país para o aumento de demanda ocasionado pela Copa, induzindo ainda o comprometimento ambiental do setor ao oferecer condições mais favoráveis aos projetos que levem em conta a preocupação com a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental.

Os prazos máximos de amortização, inéditos para o setor, poderão chegar a até 12 anos para modernização de unidades existentes e até 18 anos para construção de novas unidades. Poderão ter o benefício de ampliação do prazo de financiamento empreendimentos que obtiverem certificação de eficiência energética e construção sustentável.

Caso seja apresentada certificação de eficiência energética, os projetos de reforma, modernização e ampliação poderão ter seu prazo estendido para até 10 anos. No caso de construção de novas unidades, esse prazo poderá chegar a 15 anos.

Já para obter o benefício máximo de prazo (12 e 18 anos, respectivamente) os proponentes devem apresentar certificação de construção sustentável que, além da eficiência energética, agrega outras exigências, como racionalização do uso da água e gestão de resíduos. Nas operações diretas, os juros do programa variam entre 6,9% (micro, pequena e média empresa) e até 8,8% (grande empresa), mais o spread de risco. Para se candidatar aos recursos do programa, os proponentes devem encaminhar seus pedidos até 31/12/2012.

O programa permitirá também a realização de operações diretas a partir de R$ 3 milhões (normalmente, operações de até R$ 10 milhões são realizadas por meio de agentes financeiros). Para grandes empresas, a participação máxima do BNDES será de 80% dos investimentos totais, sendo que para MPMEs este percentual pode atingir 100%.

Fonte: Agência Brasil

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Vogg Branded Content

24 de fevereiro de 2010

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