Ponta de estoque chega ao setor imobiliário

4 de maio de 2012

Ponta de estoque chega ao setor imobiliário

Ponta de estoque chega ao setor imobiliário 150 150 Cimento Itambé

Apartamentos que não conseguem ser vendidos de imediato pelas incorporadoras podem ser comprados com desconto de até 30%

Por: Altair Santos

O conceito ponta de estoque ou outlet chega ao mercado imobiliário. O  modelo começou a ser adotado por incorporadoras e construtoras para negociar imóveis que, por algum motivo, ficam sem encontrar compradores. Pode ser aquele apartamento mal posicionado na planta, com algum defeito no acabamento ou que teve a negociação de venda interrompida, seja por desistência do interessado ou não aprovação do financiamento.

Rogério Santos, da RealtON: alto estoque de imóveis estimula outlet no setor imobiliário

Esses imóveis estocados acabam gerando encargos extras para as construtoras e incorporadoras, principalmente quando os edifícios já estão concluídos. São taxas, IPTU, manutenção e condomínio, que levam as empresas a preferir vendê-los com descontos a mantê-los fora do mercado. Por isso, a necessidade  de se adotar um novo tipo de venda, que tem sido experimentado em São Paulo/SP através da RealtON. A imobiliária inovou ao concentrar esse modelo de negócio através de parcerias que ajudam as incorporadoras a desonerar seus custos.

O processo de venda também procura ser econômico. A RealtON disponibiliza todas as ofertas na internet e em redes sociais. “Os interessados tiram as dúvidas online e só depois da convicção da compra é que eles são acompanhados por consultores até a unidade à venda. Isso poupa gasto com deslocamentos e visitas incansáveis a muitos imóveis. Quando a compra é negociada, a intermediação é feita por um corretor”, explica Rogério Santos, que trouxe esse novo conceito ao mercado imobiliário.

Segundo ele, a ponta de estoque de imóveis é uma tendência impulsionada pelo fato de as companhias terem aberto seus capitais e se virem forçadas a aumentar significativamente o número de lançamentos e, consequentemente, de estoque. “Estima-se que hoje as companhias abertas acumulem um estoque superior a R$ 35 bilhões. A necessidade de caixa que se seguiu após todos os lançamentos incentivou as empresas a darem mais liquidez aos seus estoques. Daí o surgimento da RealtON”, diz Rogério Santos.

Em São Paulo, o modelo outlet negocia imóveis de 20 grandes construtoras com capital aberto. Entre março e abril de 2012, foram vendidos, em média, cinco apartamentos por dia. Os descontos variam de 5% a 30%, definidos a partir de cada negociação com a incorporadora e tipo de imóvel. “Temos casos de negociações com descontos muito bons, que chegam a ficar duas horas no site e são arrematados rapidamente”, diz o diretor da RealtON. Os imóveis negociados têm valores que variam de R$ 300 mil a R$ 4 milhões e 60% dos compradores são investidores.

Outra característica do negócio é que não são colocados à venda imóveis que tenham pendências com agentes financeiros. “Trabalhamos diretamente com as incorporadoras. Os imóveis em estoque dependem da avaliação de cada incorporadora. Em geral, são disponibilizados entre seis e oito meses após a data de lançamento. Estimamos que 60% dos imóveis comercializados pela RealtON estão prontos. Os demais, em construção”, revela Rogério Santos, que estuda abrir o mesmo modelo de empreendimento nas cidades de Rio de Janeiro/RJ, Brasília/DF, Manaus/AM, Salvador/BA e Curitiba/PR.

Entrevistado
Rogério Santos, CEO da RealtON, imobiliária especializada em venda de ponta de estoque de imóveis
Currículo
– Formado em marketing pela ESPM e pós-graduado pela FGV
– Atua há 25 anos no mercado imobiliário e já trabalhou como diretor de marketing de empresas como Cyrela do Brazil Realty S/A e Abyara Brokers Intermed. Imobiliária S/A
– É o fundados da RealtON, outlet de imóveis
Contato: www.realton.com.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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